Different Year, Same Love. • Jaywon

deep within my heart

"Se você tem medo do amor

Você tem coragem de quê?"

Nova Orleans, Louisiana. 1980.

Para a completa infelicidade de Jongseong, Jungwon não havia dado uma resposta apropriada naquele dia.

Talvez a pergunta o tenha pegado desprevenido, ou talvez o grupo de homens que viraram a esquina naquele momento tenha o deixado assustado, independente do que fosse, se limitou apenas a murmurar um "sinto muito" e se afastar.

Jongseong o deixou escapar novamente como fumaça em suas mãos.

No entanto, ele não se lamentou tanto quanto das últimas vezes, pois agora ele sabia mais sobre o Yang, descobriu sua história e reconheceu suas cicatrizes, na próxima vez que o encontrasse iria provar ser alguém digno de confiança.

{...}

Em 8 de outubro de 1980, Jongseong estava se sentindo feliz.

Ele não sabia explicar o motivo, mas algo dentro dele o dizia que não seria um dia ruim.

O clima quente de Louisiana, mesmo durante a noite, era estranhamente agradável, e na opinião do Park, estava perfeito para apreciar um show, e para a sorte do vampiro aquela cidade seria uma das paradas da The Jackson Turnê.

E de fato, a primeira meia-hora de show foi muito divertida, as pessoas estavam animadas enquanto cantavam e dançavam, mas como tudo que é bom dura pouco e humanos costumam ser selvagens quando estão na presença de suas celebridades favoritas — comportamento que para o Park, claramente, não é normal — assim que começa o solo do Michael Jackson a plateia simplesmente foi a loucura e o pobre vampiro se viu levado por uma correnteza de fãs.

A fim de tentar "sobreviver" aquele dilúvio de gente, tentou desesperadamente sair dali, no entanto, tudo que ganhava era empurrões e cotoveladas — não doía, mas estava começando a deixá-lo irritado — quando estava quase fugindo do meio da multidão, levou um empurrão que fez com que acabasse tropeçando e acidentalmente esbarrou em outra pessoa, o impacto foi tão forte que ambos caíram no chão.

Jongseong chacoalha a cabeça tentando recuperar os sentidos, se preparando para se desculpar com seja lá quem ele tenha levado ao chão junto a si, e foi nesse momento que ele descobriu o porquê de estar com pressentimento de que aquele seria um bom dia.

Jungwon era quem estava ali, sentado logo à frente, com a testa franzida e um bico nos lábios, enquanto passava as mãos pelos próprios cabelos que haviam sido bagunçados pela multidão. Jongseong solta uma gargalhada alta, verdadeiramente feliz pela coincidência.

O Park se levanta, estendendo a mão para o outro, esse que pareceu desconfiado, mas acabou aceitando a ajuda, só não imaginou que Jongseong não o soltaria de imediato após já estar de pé, mas que o arrastaria para algum lugar. E para a alegria de Jongseong o Yang não ofereceu resistência, mesmo que possuísse uma expressão levemente confusa.

Dessa forma, caminharam para longe daquela multidão, não demorando para que chegassem a uma espécie de praça repleta de árvores, Jungwon finalmente conseguiu se livrar do aperto do outro, voltando a ajeitar os cabelos, visivelmente envergonhado.

— Quanto mais o tempo passa, mais os humanos ficam selvagens, quase fui pisoteado! — Jungwon exclama, quebrando o silêncio.

Jongseong não respondeu, estava ocupado demais olhando para o topo da cabeça do Yang, porque mesmo que tivesse tentado arrumar o cabelo, alguns fios rebeldes ainda estavam arrepiados, e o Park apenas não resistiu, se aproximando vagarosamente levando as mãos até a cabeça alheia, deslizando os dedos de maneira carinhosa, podendo sentir o outro ficar tenso.