capítulo - 8

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Eu ando por dois minutos em silêncio sem falar nada, e Andrea também não diz uma palavra, mas sinto seus olhos me vigiando por trás, e engulo em seco. Até mesmo seu olhar me faz mudar.

"Preciso dizer, você é uma péssima guia turística Lena," Andrea diz, e eu paro e olho para ela com cara de brava.

"Deve ser porque eu não sou uma," respondo e continuo andando.

"Graças a Deus, se não ninguém mais iria viajar."

"Por que é que você não cala a boca?" Reviro os olhos.

"Por que é que você está tão brava?" Ela pergunta rindo de mim.

"Não é óbvio?" Eu vou até ela. "Você está sendo cruel André, comigo e com a sam. Isso não se faz, é errado, você pode magoar alguém se continuar fazendo isso."

"Então você não quer que eu me relacione com a Samantha?"

"Não," respondo rápido de braços cruzados.

"Por que está com ciúmes?" Ela levanta uma sobrancelha e me encara me olhando de lado.

"O que? Quem disse que eu estou com ciúmes? Por que você acha que eu estou com ciúmes? Tudo que eu quero e distância de você."

"Então porque está aqui?"

"Talvez seja por que eu fui obrigada a fazer esse ridículo tour pra você?" Pergunto irônica.

"Vamos lá doce, você sabe que se você nunca me mostrasse a escola eles nunca iriam descobrir, até porque não é uma regra"

"Eu não gosto de você Andrea," repito pela milésima vez.

Ela suspira e ri de mim.

"Seu comportamento diz outra coisa," ela começa a se aproximar de mim, lentamente. "Na festa você mostrou outra coisa."

"Eu estava bêbada," justifico. "E triste." "E mesmo assim você me beijou."

"Por que você está fazendo isso? Por que está fazendo todos esses jogos psicológicos comigo?"

"Jogos psicológicos?" Ela sorri e mostra suas covinhas. "Por que eu quero me divertir um pouco com você Lena, eu vejo como você olha para mim."

Quando menos percebo estou encostada nos armários com Andrea me olhando de cima, me comendo com os olhos.

"Eu não olho para você, nunca olhei, eu só te conheço a três dias."

"Tem certeza?"pergunta.

"Como assim tem certeza?"

"Você não lembra de mim Lena? Eu realmente esperava mais," ela passa o dedo pelo meu rosto, e eu respiro fundo tentando me controlar.

"Do que você está falando?"

"Eu me lembro de você, de todos os detalhes," ela sussurra em meu ouvido.

Busco em minha mente de onde conheço Andrea, mas não consigo me lembrar de jeito nenhum.

Ela de repente começa a rir, a rir tanto que olho para os lados procurando o motivo da piada. "Nossa," ela se esforça para conseguir falar a frase toda. "Você viu? Como é divertido?"

O quê? Eu sou a piada? Ela realmente tratou isso tudo como uma piada?

Eu a empurro e saio de perto dela. "Sua idiota," grito de longe.

Andrea vem atrás de mim e segura na minha mão. "Espera aí, eu estava só brincando," ela diz tentando se redimir.

"Vá se ferrar Andrea, isso não foi nada engraçado"

"Foi um pouco sim," ela ri.

"Fica longe de mim Andrea, eu não quero ver você nunca mais," digo andando o mais rápido que consigo para me afastar dela.

"Não vai ser muito difícil," ela diz e começa a acender o seu cigarro.

Eu já entendi como ela é. Com as mulheres ela é super gentil e engraçada, seu olhar fazem todas se apaixonar por ela, e com os homens, ela é fria, ninguém se aproxima dela, ninguém mexe com a pessoa com quem ela está ficando. Até porque, eu , não iria gostar de mexer com ela.

Mas não entendo porque ela é uma babaca tão grande comigo. Andrea realmente acha que eu sou o brinquedo dela, mas a partir de agora, as coisas não vão ser mais assim.

Eu nem a conheço, já conversei mais com meu cachorro do que com ela. E preferiria conversar com meu cachorro pelo resto da vida do que com a Andrea, não sei como Sam consegue a suportar.

Eu vou para a minha turma e assisto o resto da aula, que não demora muito, já que eu tinha faltado mais da metade dela, então quando ela acaba, eu vou atrás de Helena para tentar conversar e fazer as pazes.

Vou até o armário dela e felizmente a acho, mas ela está tão brava que fico receosa em chegar perto.

"Amor?" A chamo ficando de frente para ela. "Você está bem?"

Ela fecha o armário o batendo contra a parede e começa a andar, me ignorando completamente.

Hel", olha para mim, eu não fiz nada de errado."

Helena então se vira para mim bruscamente, e por um momento penso que ela iria gritar, mas ela se controla e abaixa a voz. "Não fez Lena? Não?" Ela praticamente sussurra para os outros não escutarem, porque coisas assim se espalham fácil pela escola.

Um arrepio passa pela minha espinha, será que ela se lembra da festa? Será que ela se lembra que eu trai ela?

"Você praticamente me expulsou da sua casa, e nem me procurou depois para dizer qual foi o problema."

"Mas não teve como Helena, seus amigos estavam todos no carro com a gente," explico, aliviada por ela não se lembrar de nada.

"Você poderia ter falado comigo em qualquer hora, me ligado se quisesse, ter falado comigo na volta, ou ter falado comigo quando chegamos na festa, mas você foi direto falar com a Sam, me ignorou completamente como se eu fosse o problema," ela fala alto, e algumas pessoas escutam.

Helena coloca a mão na cabeça cobrindo os olhos. Me sinto horrível agora, horrível por tudo que aconteceu nesses últimos dias.

"Eu não sabia, me desculpa, eu achei que você não queria falar comigo," eu a abraço forte e enterro minha cabeça em seu pescoço.

"Nós somos namoradas Lena, se nós não falarmos, quem vai falar por nós?"

"Você está certa, me desculpa."

Dou um selinho nela e continuo a abraçando. Me lembro novamente do que aconteceu nesses últimos dias. Helena foi tão injustiçada, ela é uma pessoa maravilhosa, e eu a traí sem pensar duas vezes.

Mas não posso contar o que aconteceu, não posso perdê-la, ela não merece isso, eu nunca faria isso com ela. Eu a amo.

Diga meu nome (Rojascorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora