O diabo em forma de mulher.

Ela.

 Fiquei imóvel, eu não sabia como reagir, era muita coisa para tanto pouco tempo,eu já não entendia mais nada.

Ela me puxou, me segurando, me sentou em seu colo e puxou meu queixo...eu já perdi a conta de quantas vezes ela ja fez isso, talvez seja uma mania, uma mania bem estranha.

"Escute o que irei dizer, pois não irei repetir."

Olhando em seus olhos, eu vi a morte que seu olhar tinha, seus olhos eram dourados como ouro, mais ao mesmo tempo, pareciam olhos de predador, um predador faminto e pronto para atacar a primeira presa que ver em sua frente.

Ela continuou

"Recebi a esperada ligação de mãe Miranda, eu não sei quem e você, e o que ela quer com você, mais escute bem o que eu irei te falar, eu não quero ver você andando com as minhas empregadas, elas são "puras" e não quero que tire isso."

Ah, era so oque me faltava, ela pensa que eu sou o que? Uma predadora ou uma carente? 

-Eu interrompi- "Olha, não se preocupe eu sei muito bem o meu valor e pode ter certeza que eu jamais pensei nessas coisas, e pode ter certeza que a última coisa que eu quero e ficar nesse castelo."

Ela fechou a cara, literalmente, eu acho que deu pra perceber que ela não gosta que interrompam ela.

"Você não me parece ser...ah como eu digo...?"-Ela disse em um tom levemente debochado, como quase sempre fazia.

"O que pensa de mim?"- eu disse um pouco atordoada.

"Tudo e mais um pouco."-ela disse em um tom de mistério

Eu me levantei, talvez eu não quisesse sair de lá, sua pele era confortante, era fria com um toque quente. Talvez eu só esteja carente?

Sai o mais rápido possível, e fui direto ao "meu" quarto. Eu estava exausta.
Logo chegou uma empregada com algumas roupas.

"Ela não tava de brincadeira mesmo"-pensei enquanto agradecia a empregada gentil.

Vesti meu pijama que havia ficado um pouco largo, não que isso me incomodasse, eu gosto de pijamas largos e leves, não gosto de nada pesado para dormir.

Então logo deitei na cama gigante, mais parecia vazia e desconfortável, talvez seja por causa da sensação estranha que eu senti desde que eu cheguei, e como se eu...não fosse sair daqui viva, eu não consiguia me ver saindo daqui viva, mais eu iria tentar.

Ah eu iria, Eu prefiro morrer tentando do que morrer sabendo que eu não tentei, talvez eu tenha chance certo? Eu com certeza tenho chance! Eu vou sair daqui!

Bom, eu não iria consiguir sair de lá cansada, então, a noite eu descansaria, quando fosse umas três da manhã eu sairia para explorar, e continuaria tentando ganhar a confiança dela.O que eu tenho 99% de certeza que não vai dar certo. Mais eu tinha opção melhor...?

Dito e feito. Depois que descansei, levantei e peguei a primeira vela que vi na minha frente(estava do lado da cama, em uma escrivaninha adorável) e fui explorar, começei abrindo a porta, lentamente, tentei pisar leve, sem muito sucesso, o chão parecia velho, as tábuas rangiam, eu me pergunto quantas mulheres já morreram nesse castelo.

Continuei andando, eu não enxergava nem o meu pé direito, mais o que a gente não faz no desespero não é?
Desci a escada, quase caindo, tropeçando, mais com sucesso.

Quando eu cheguei em baixo, resolvi tentar achar aquela porta, aquela merda de porta, e se eu nunca tivesse entrado nela?

todos esses pensamentos começaram a querer me fazer cair e chorar, chorar ate minhas lagrimas cairem e cairem ate eu sentir meu corpo desidratar.

Quando percebi, haviam lágrimas em meu rosto, eu nem havia se quer notado a presença delas, enxuguei rapidamente e foquei no presente.
Resolvi ir a cozinha, talvez la pudesse ter uma faca ou algo assim?

Quando cheguei lá, senti alguém atrás de mim, quando me virei, ja tremendo..era apenas a Ísis, oh céus que susto.

"Isis? Meu Deus, quer me matar do coração" -eu disse quebrando o silêncio, e claro, esquecendo das ordens da Lady

"O que esta fazendo aqui? Se a lady dimitrescu te ver...Oh Deus eu nem sei o que ela e capaz de fazer com você!"

"Quem se importa?Eu preciso fugir daqui, eu preciso ver meu pai! Ísis, por favor, me ajude..."-eu disse, tremendo a voz na última frase.Droga eu sentia tantas coisas, tantos sentimentos,adrenalina, medo,ódio, alívio, desespero,agonia...

"Olha...Eu...se a lady..."

"Quem se importa?!"-eu interrompi- "A gente precisa sair daqui, ela e uma maluca psicopata,Ísis porfavor..."

"Ok, Eu te ajudo, mais eu não vou.."

"O que? Porquê? Você não pode ficar aqui Ísis, você não pode viver uma vida que você simplismente não merece!"-Eu conhecia Ísis a pouco tempo, mais era como se nos conhecemos a anos-

"Eu não posso, se eu fugir junto com você, ela vai saber, ela já suspeita disso."

"Idai? A gente liga pra polícia, denunciamos, fazemos uma denúncia "-eu disse ingenuamente

"Você não percebe?"-Ela disse com uma voz tremula-"Ninguém tem coragem de enfrentar ela, você acha que ja não suspeitam disso? Provavelmente as pessoas fingem de cegas, você sabe disso"

Eu realmente não queria deixar Ísis, e nem nenhuma outra empregada naquele inferno.

"A gente não pode fazer isso, se você quer fugir ok, eu não vou falar nada.Mais eu não posso, e não irei mais conversar com você"-Ela disse.

"Ela também te ameaçou?"

"...Sim"-ela disse quase como um sussuro triste.

"Ísis..."

"Eu gosto muito de você, mesmo te conhecendo a pouco tempo."

"Eu também Ísis, por isso quero que tudo isso acabe."

"Eu sei, mais não e só a Lady, tem a Miranda também e"-eu a interrompi pegando em sua mão. Eu achava ela atraente, e com tudo aquilo acontecendo, eu só precisava de alguém para receber carinho e me escutar.

"Ísis.."

Ela não disse nada, apenas pegou em minha nuca, dando uma certa iniciativa para nosso primeiro beijo. Eu não entendia mais o que estava acontecendo, eu de repente estava vivendo normalmente, e agora eu me apaixonei por uma menina que não conheço não faz nem 2 dias,
e estamos quase beijando na cozinha de uma psicopata.

Eu acho que isso e que chamam de efeito borboleta..

Nós aproximamos, quando íamos nós beijar, eu percebi, que ela simplismente estava lá..talvez eu devesse ter escutado ela.