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Vencido. Derrotado. O Huli Jing estava totalmente perdido, não tinha ideia de onde estava, a última coisa que ele se lembra é de estar lutando ao lado de seu pai, quando uma luz forte o envolveu de repente. E então ele estava ali, deitado no chão coberto de neve e sangue em sua forma de raposa, com aquele sentimento tão novo quanto esmagador e nada bem vindo de desamparo e confusão.

Ele tentou voltar, ficar sob seus pés de novo, mas não conseguiu, estava fraco demais, e manter-se em sua forma animal foi uma defesa natural que seu corpo encontrou, precáriamente, ele se levantou, caminhando em passos vacilantes pela neve alta demais para suas patas sem forças, mesmo assim ele continuou em frente, parecia um infinito branco e gelado, mas ele não se deixou abater, por que o que mais ele poderia fazer ? Deixar sua seita, seus pais lutando sozinhos e morrer congelado ? Fora de questão. Se fosse para morrer, ele queria que fosse lutando ao lado deles. Mesmo se não pudesse voltar, agora que isso se mostrava pouco possível, tudo que ele podia fazer era continuar andando, mesmo que seu corpo implorasse por descanso a cada passo.

O vento frio asssobiava em seus pelos, fazendo com que ele sentisse mais o frio em suas patas. Ele não sabia a quanto aquilo durava, o tempo parecia estranho, como se estivesse correndo lentamente. Talvez fosse o frio, a sede, ou o vento, sua mente correndo em preocupação, ou seus ferimentos que queimavam em contato com o frio ficando piores, talvez tudo isso junto.

Ele andou por muito tempo, e quando não conseguiu mais se manter em pé, ele orou para qualquer divindade existente que o deixasse sobreviver mais um pouco para ver seus pais pelo menos uma última vez.

O príncipe herdeiro chegou ao fim da tarde quando voltava de uma caçada noturna bem sucedida, o céu deveria estar pintado em tons bonitos de amarelo, bem no meio do crepúsculo, porém nas altitudes das montanhas de Gusu, não era possível enxergá-lo...

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O príncipe herdeiro chegou ao fim da tarde quando voltava de uma caçada noturna bem sucedida, o céu deveria estar pintado em tons bonitos de amarelo, bem no meio do crepúsculo, porém nas altitudes das montanhas de Gusu, não era possível enxergá-lo desse local, então ele avistou um montinho vermelho jogado em meio a neve alta próxima a entrada do recanto das nuvens. Ele se sentiu triste, apenas quando chegou perto o suficiente para notar que era uma raposa vermelha, muito machucada, e o vermelho que pintava a neve não era apenas de sua pelagem, também era sangue. A raposa estava muito machucada.

Lan Wangji levou o dedo indicador ao focinho gelado da raposa, afim de sentir se ela ainda respirava. Ele constatou com alívio que sim, embora fracamente. Ele passou um pouco de energia espiritual para mantê-la aquecida enquanto a cobria com seu manto externo e a carregava em seus braços para dentro do recanto das nuvens, ele não pôde deixar de pensar no que uma raposa estaria fazendo por ali, ainda mais tão ferida. Não era uma raposa da Neve como as que eram comuns por ali. Ele se absteve dos questionamentos, por enquanto a raposa precisava de cuidados imediatos.

A visão do segundo príncipe das terras gélidas de GusuLan carregando uma raposa ensanguentada enrolada em suas próprias vestes causou estranheza nas pessoas que transitavam pelas dependências do Palácio, para dizer o mínimo. Ver o segundo príncipe, que estava sempre tão composto e contido andar tão rápido a ponto de quase correr era um evento único, realmente.

O Ômega do Rei Dragão • Wangxian !Onde histórias criam vida. Descubra agora