XI - Aprendiz de mago

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Foi como da primeira vez quando fomos puxados para esse mundo. Em um piscar de olhos, estávamos de volta à vila.

- E então, gostaram da viajem? - Perguntou Notch.

- Foi da hora, mas puta merda! Essa caminhada de ida acabou comigo. - Reclamou Carl.

- Não era você que não estava nem um pouco cansado? - Falei em meio a risos.

- Então... deve ter sido esse teletransporte! - Respondeu ele, meio sem jeito

- Eu estou com muita fome! Quando vamos comer alguma coisa? - Perguntou Jason.

- Vão e descansem, meus Caros Guerreiros, que amanhã tem mais. - Após dizer isso, Notch saiu andando pelo campo, e subitamente desapareceu de vista.

- Pra onde esse cara vai toda vez? - Indagou Carl, enquanto olhava para a direção onde Notch fora. - Tipo, eu sei que ele é um deus e tudo, mas custava ele dar uma explicação?

- Deve ter muita coisa que ele ainda não contou pra gente. - Jason balançou a cabeça positivamente.  

- Então, - Ashley pôs a em meu ombro por trás - vamos para a minha casa preparar algo para comer? Eu também estou faminta! - Disse Ashley.

- Só se for agora! - Exclamou Carl.

Caminhamos até a casa de Ashley, no final da pequena rua coberta de casas que formavam aquele pequeno vilarejo. O pôr do sol estava lindo, e do outro lado do horizonte, a lua maior se levantava. Era bem maior que a da Terra, e bem mais brilhante, por isso a noite nesse mundo é bem clara. 

Chegamos ao destino, e Ashley foi checar sua despensa, mas estava sem comida. Carl foi o primeiro a se prontificar para sair para caçar algo, apesar de não fazer nem três horas que ele pegou em um arco pela primeira vez, já estava bem confiante em suas habilidades.
A surpresa foi quando ele chegou carregando um cervo pelas galhas. Depois de ver isso, finalmente estou começando a acreditar que tem algo sobrenatural envolvido nisso. Agora temos carne para o resto do mês.

O jantar estava ótimo, e após acabarmos, os outros não queriam saber de outra coisa além de irem para as suas camas e dormirem, mas eu estava sem sono, e quando todos já estavam descansando eu resolvo sair e dar uma caminhada pela floresta.

Pego minha espada, e saio para andar. Essa é a primeira vez que fico sozinho desde que vim para cá. Depois de quinze minutos andando, resolvo parar em uma clareira no meio do bosque. Retiro a minha espada da bainha e a seguro forte com os dois punhos. Fecho os olhos e os movimentos fluem como se fossem automáticos, como se não fosse eu me movendo. 

Esvazio a cabeça e sinto a natureza ao meu redor. O barulho do vento ao bater nas folhas, o canto das corujas, o barulho da terra a deslizar sobre meus pés. Uma energia corre pelo meu corpo e se concentra em minhas mãos. Abro os olhos com o susto e para a minha surpresa, a espada estava emitindo uma luz azul quase cegante, como hoje à tarde com o espantalho, ou na primeira noite, com os Shorks. Mantenho a calma na tentativa de prolongar o fenômeno. Movo a espada pelo ar levemente, e sua lâmina deixa um rastro de luz. Procuro algo para golpear, e uma árvore é o primeiro obstáculo em meu caminho.

Desfiro um golpe contra o seu tronco, e o mais improvável acontece: Parti a árvore ao meio. Sua copa cai no chão fazendo um barulho bem alto. Depois de encarar aquele cepo de madeira por cinco minutos seguidos incrédulo, voltei correndo em direção ao vilarejo pensando ter chamado a atenção de alguma criatura das trevas que talvez estivesse passando por ali.

Caminhando de volta para casa, escuto o som de galhos quebrando, pisadas. Havia alguém se aproximando de mim, e rápido. Retiro minha espada da bainha e antes que pudesse ter qualquer reação escuto alguém gritando o meu nome.

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