Capítulo 3

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Acordei num lugar que não reconheci, e muito menos como fui parar lá. Logo me veio a dor e então me lembrei da minha horrível queda, estava toda dolorida.

Um rapaz um pouco mais alto que eu bem forte, eu quero dizer, ele era gordinho. Mas era muito bonito, era loiro e tinha belos olhos azul piscina. Ele entrou no meu quarto.

- Olá, como você está se sentindo?.-disse se aproximando.

- Foi você que quase me matou? -Disparei sentindo muita raiva daquela situação toda.

- Não, não fui eu- ele riu.- Como ele tinha a ousadia de rir naquele momento.- Me desculpa, por estar rindo, mas é que eu sabia que você iria pensar que fui eu, mas não, não fui eu.

- Escuta, eu não caí sozinha. Um brutamontes me derrubou daquela escada e...

- Foi o meu irmão! - ele disse me interrompendo. - Ele te trouxe para esse hospital, depois me ligou para ficar aqui com você e te explicar tudo quando acordasse.

- E cadê seu irmão? Ele tem que se desculpar pelo que fez. Não se sobe correndo uma escada daquele jeito, e se fosse uma velhinha que estive descendo? Ele teria matado-a.

-Ele me pediu para te pedir desculpas e, bom eu acho que velhinhas preferem usar o elevador do que descer todas aquelas escadas, o que acha?- ele riu e um tímido sorriso apareceu no meu rosto.- Bom, mas respondendo sua pergunta, ele não pode estar aqui porque precisava trabalhar, ou melhor ficar puxando o saco do chefe.-ele disse num tom pensativo.

- E você não trabalha? Perguntei. Antes que ele pudesse responder um médico entrou na sala.

- Você pode esperar lá fora? Tenho que fazer alguns exames nela. Logo ela terá alta.

- Claro.-disse dando um tchauzinho com a mão para mim. Apesar de ser irmão do brutamontes ele era muito simpático, doce e atencioso.

Um curativo enorme na testa e um braço todo enfaixado, fora meu corpo todo dolorido, essa era a minha situação. Ao sair do quarto fui em direção a sala de espera, o loirinho devia de estar lá me esperando. Dito e feito, lá estava ele lendo uma revista em quadrinhos. Quando me viu deu um largo sorriso e veio em minha direção.

- Acho que não nos apresentamos corretamente. Meu nome é Willian, pode me chamar de Will.- ele disse me estendendo a mão.

- Meu nome é Allana. E, acho que vou ficar te devendo o aperto de mãos.- meu braço estava todo enfaixado e dolorido não tinha como apertar sua mão.

- Nossa é mesmo tinha me esquecido, me desculpe.- rimos.

- Podemos dar dois beijos.- propus.

- Como?!- perguntou curioso e meio assustado.

- No rosto! - eu ri muito.- É assim que cumprimento as pessoas onde eu morava.

- Ah sim. - nos cumprimentamos com beijo no rosto.- Por um momento fiquei tão feliz!

- Engraçadinho você não? Vamos então? Não gosto muito de hospitais não.

-É péssimo lugar para se conhecer alguém né?

- Com certeza!

- Vamos, eu te levo.

Saimos do hospital e fomos em direção ao carro.

- Então você não me disse de onde é. - ele perguntou.

- Sou brasileira. Carioca, nasci no Rio de Janeiro.-respondi

- Nossa uma brasileira! - disse abrindo a porta do carro para mim.

- Sim.- assenti.

- Logo vi que uma moça tão bonita como você só podia ser brasileira mesmo.

- Obrigada! - meu Deus aquilo era sério mesmo? Ele estava me cantando?

- Primeira vez em Nova Iorque?

- Sim, estou realizando um dos meus sonhos aqui...- senti uma tontura de repente.

- Você esta bem!?- Ele perguntou preocupado.-Calma já estamos chegando.

- Não, não está nada bem.-resmunguei.- Eu só queria conhecer a cidade.- Comecei a chorar feito um bebê. - Não queria estar desse jeito agora toda quebrada.- nesse momento chegamos no prédio, saltamos do carro. Will entrou comigo. Pegamos o elevador. Ele se colocou em minha frente.

- Olha não se preocupa? Você vai ficar bem, e além do mais acabei de ter uma ideia. -disse enxugando meu rosto com os dedos.- Eu vou te apresentar Nova Iorque! Podemos ir ao Central Park, a Broadway, Times Square... Claro mas assim que melhorar. - chegamos na porta do meu apartamento.

- Quer saber? É uma ótima ideia. Vamos amanhã?

- Mas você...

- Esperei muito para estar aqui e não vai ser um simples braço quebrado, ou uns pontos na testa que vão me impedir de conhecer Nova Iorque!

- Gostei de você. É determinada! Me da seu número e amanhã nos vemos.

Trocamos nossos números, ele me deu beijo na testa e foi embora dando seu clássico tchauzinho com a mão. Como ele era adorável e encantador, e é claro que eu queria ele como amigo, apenas amigos, e era bom ele saber disso o quanto antes, precisava deixar isso bem claro. Enfim entrei em casa e me deparei com três olhares assustados em minha direção. Sim era Jullia e suponho que as outras fossem Amanda e Lizzie.

-Ah meu Deus! O que aconteceu com você?- Gritou Jullie.

- Bom é uma longa história. Acho que comecei com o pé esquerdo aqui.

- Então pode me contar tudo!

- Claro.-eu ri me lembrando da cena da minha queda, que apesar de trágica era cômica.

- Allana essa é Lizzie. - Lizzie era uma descendente de japonês muito linda, tinha cabelos maravilhosamente lisos e negros, segurava um livro em suas mãos.

- Olá Allana! Bem vinda! - disse com um largo sorriso em seu rosto, logo vi que me daria bem com ela.

- E essa é Amanda.- continuou Jullia.

- Oi.- Amanda disse secamente. Bom, acho que com essa não iria me dar bem.


Depois comecei a contar para elas o que tinha acontecido naquela tarde frustante, menos para Amanda que se retirou assim que comecei a abrir a boca e se trancou em um dos quartos.

- Mas você não se lembra do rosto dele? -Perguntou Lizzie.

-Não, foi tudo muito rápido de mais, quando vi já estava no chão e logo desmaiei.

- Você disse que o irmão desse rapaz ficou com você no hospital? -Indagou Jullia.

- Sim o Will ficou comigo e me trouxe de volta, ele é uma pessoa muito legal...

- Como é o nome do irmão dele? -me interrompeu Lizzie.

- Willian.- respondi.

- Jullia você está pensando o mesmo que eu?- Lizzie perguntou a Jullia. Jullia assentiu.

- Bem, mas não tenho certeza. Como o Will é?

- Ele é gordinho, mais não muito, deve ser aquele tipo que come demais e odeia exercícios físicos. Ele é bonito tem olhos claros...

- Bingo! - disparou Lizzie.- Eu sabia. Foi Adam Aaron quem te derrubou!- com o suposto nome revelado vi a porta do quarto em que Amanda estava abrir um pouco.Não sei porque mas esse nome a interessou. - Pelo Adam até eu queria ser derrubada!

- Lizzie! -gritou Jullia, e então rimos feito três loucas.

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