Volte sempre

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Mais uma história muito velha que estava postada apenas no spirit, e resolvi trazer para cá.

Boa leitura!

1. Volte sempre.

Draco Pov

Suspirei, me jogando de qualquer jeito na poltrona com uma xícara bem cheia daquela bebida dos deuses, pronto para tirar no mínimo quarenta minutos para descansar, e esquecer do mundo.

Falando assim, nesse ambiente caótico, até parecia impossível.

Mas eu era ótimo em fingir que estava na sala da minha casa, sem barulho algum, apenas desfrutando da minha magnífica companhia, em silencio absoluto onde nada poderia me atingir ou perturbar.

Mesmo que estivesse na minúscula sala reservada para mim no Saint Mungus, ouvindo daqui o barulho de passos, gritos de dor, gritos de ordem, mais passos, e todos os tipos de sons que ecoavam em um lugar como este.

Se eu fechasse os olhos, poderia fingir que estava sentado na minha poltrona preferida, ao invés dessa cadeira dura.

Agora quase podia ouvir o som da chuva batendo suavemente no telhado da minha casa, e o cheiro da lareira acesa.

Ah, doce calmaria.

Eu estava ficando bom nessa coisa de ignorar o mundo quando o barulho ali fora ficou realmente muito alto: alto até demais para minha habilidade de ignorar coisas ignoráveis.

Franzi o cenho, abrindo os olhos, pousando a xícara na mesa, e parei para ouvir.

A comoção parecia ser uma barulheira infernal que os internos faziam todas as vezes que tinha algum tumulto por algum motivo dentro do hospital.

E isso acontecia raras vezes, já que o diretor ali era um velho caindo aos pedaços que odiava tumultos e barulhos exagerados.

Então algo deveria ter fugido do controle.

E isso só podia significar uma coisa:

A coisa que eu mais temia, no mundo inteiro.

Me ergui em um pulo, saindo ás pressas daquela sala.

— Não, não, não... — Resmunguei empurrando algumas pessoas que estavam ali na frente, mal vendo as mesmas.

— Malfoy! — Ouvi gritarem, e estanquei, me virando para trás.

Arregalei os olhos ao ver uma horda de pessoas com penas automáticas correndo na minha direção, como sempre acontecia naquelas situações.

Malditos insetos irritantes, pensei, apressando o passo.

E eu corri com toda a minha força, atravessando o mar de enxeridos do Profeta que estavam na recepção, sentindo que poderia morrer com a velocidade que meu coração batia.

Mas eu não parei.

— Ele está ali! Malfoy! Malfoy! O que tem a dizer?

Acelerei a corrida para fugir de outras pessoas que estavam reunidas no corredor para entrevistas, até entrar dentro de um corredor onde apenas funcionários poderiam estar, avistando um garoto qualquer.

— Ah! Draco, você já...

— Malfoy. Número? — Corrigi secamente aquele aprendiz idiota que achava que tinha intimidade comigo.

—Dezenove — Falou, sendo esperto o suficiente para chegar para o lado antes que eu o atropelasse.

Bufando de irritação, cheguei até o maldito quarto dezenove, empurrando a porta com todo o estresse que consegui reunir nos punhos, e de alguma forma, minha irritação triplicou apenas de ver.

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