Capitulo 1- Nosso pequeno refujo

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 Estou a refazer meu caminho de volta para casa, como costume apagando meus rastros para que curiosos não me incomodem. Atravesso por cima de um pequeno riacho que corta toda a nossa floresta, sigo por entre arbustos de frutinhas roxas, aproveitando para pegar algumas e colocá-las na minha cesta, onde eu levo pães ainda quentes e com um cheiro maravilhoso, alguns tecidos pegos da aldeia mais próxima, ervas que peguei no caminho mais atrás. 

Olho para as copas das árvores, o sol começa a nascer, deixando tudo ao redor com uma coloração alaranjada, uma manha perfeita como sempre.

Ao longe avisto minha pequena casa aparecer no centro de uma clareira rodeada de plantas das mais diversas; flores, arbustos com frutinhas, mudinhas de árvore, suculentas, entre muitas outra variedades, tendo um lago também bem no cantinho dessa clareira.

Sinto as familiares pedrinhas brancas do caminha que leva a porta da frente por baixo dos meus pés descalços.

Lar doce lar!

Entrei empurrando a porta baixa de madeira, era uma cabana simples de dois comados; um para preparar alimentos, com fogão a lenha, mobilha de madeira feita por mim mesma; três prateleiras em uma parede cheia de ervas, temperos, e algumas comidas, uma mesa redonda com duas cadeiras do lado,  já e no outro cômodo um quarto, um lugar pequeno e extremamente aconchegante com uma cama de madeira com muitos tecidos e peles de animais em cima para faze-la confortável, muitos tecidos presos no teto como decoração. E por ser um ambiente todo de madeira algumas, plantas se infiltram entre as tabuas, deixando o lugar com uma aparência viva.

Guardando tudo o que havia trago, sinto ser abraçada por trás por pequenos braços.

-Bom dia Zibia. -gesticulo com doçura me virando e olhando para a garota de belos cabelos loiros, compridos e ondulados, minha irmã de olhos cor do mar, vestida com um vestido branco esvoaçante levemente desgastado em alguns lugares pelo uso, quem a visse uma primeira vez pensaria que fosse um anjo na terra, mas suas orelhas levemente pontiagudas entregava que sangue corria nas suas veias.

-Bom dia!-ela sorriu quase saltitando, mas logo fez uma expressão de brava  -Fiquei preocupada com sua saída.

-Sempre tenho que ir, ainda não se acostumou com isso?

-Sim, mas não consigo evitar me preocupar.- Ela revira os olhos.

-Eu prometi nunca deixá-la, certo? -acariciei o topo da sua cabeça.

-Sim, você promete todos os dias.

-Mas olha oque te trouxe, tecido para te fazer um novo vestido, esse seu já está bem esfarrapada. -tirei o tecido rosado que ainda estava na cesta para mostrar para ela.

Ela vive no meio da floresta junto das plantas, subindo em árvores, nadando nos rios e brincando com os animais que viviam por ali, isso sempre acaba com seus vestidos. Mas não a culpo, também amo nossa floresta, ela nos protege, nos da quase tudo que precisamos , além de ser cheia de vida.

- Não precisava, este ainda está bom. -ela franze as sobrancelhas e depois pega na barra do vestido que tinha uma nítida mancha de terra. Ela sempre diz isso. 

Sorri.

-Considere um presente, aliás um dia importante esta chegando. Enfim fará 10 ciclos completos da sua vida.

Ela sorri ficando com a face avermelhada.

 É uma data muito especial, sua raça ficara mais evidente, e poderá começar a usar aquilo que já pertence a ela. Um dia muito importante para  nós, conhecidos por muitos como seres de sangue impuro,  seres malignos, monstros, bruxas, fadas, demônios entre muitos outros nomes Mas apenas somos seres nascidos com algo diferente nos nossos interiores que transborda nosso 10° ciclo, o de Zibia é daqui dois dias, quero fazer desse dia especial.

-Bom, mas por enquanto, venha, vamos comer. Trouxe um pão da vila, ainda está quentinho. - me sentei na nossa pequena mesa colocando ali o pão, que era bem grande, e um pote com geleia que a Zibia mesma fazia.

Ela bate palmas animada e se senta em uma das cadeiras, eu a sirvo com um grade pedaço de pão com uma camada generosa de geleia, e um copo de leite grande, ela comia com uma expressão de satisfação incrível, deixando suas bochechas sujas de geleia e a ponta do seu nariz molhada de leite.

Depois de comermos, Zibia pediu-me licença limpando seu rosto com o braço, e saiu para brincar na floresta como de costume. Eu me encarreguei de guardar o restante da comida e logo em seguida pegar uma das cadeiras e me sentar do lado de fora da nossa casinha, eu levava nas mãos agulha e linhas para começar a fazer seu vestido.

Ao longe eu via ela se balançar no galho de uma arvore enquanto ria alto. O meu amor por essa menina é extremamente grande, em cada detalhe de diferente entre nos duas , enquanto seus cabelos eram de um loiro brilhante ao sol, os meus eram tão escuros quanto uma noite sem estrelas, seus olhos cor de mar, um azul tão lindo quanto o céu , já os meus de um verde profundo como das copas das arvores, suas orelhas levemente pontudas, uma característica muito forte da sua raça. E eu? Bem, passo despercebida entre os puros mesmo tendo o sangue tão impuro quanto o dela. Afinal de contas, mesmo eu criando essa pequena dês de bebê como minha irmã de sangue, não somos. Mas isso não importa no fim das contas, porque dês daquele dia nebuloso, a Lua nos juntou como duas peças complementares, perfeitas juntas, inseparáveis, afinal a Lua nunca erra. 


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⏰ Última atualização: Oct 07, 2022 ⏰

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Caçadas- Nunca subestime uma presaOnde histórias criam vida. Descubra agora