Capítulo 13

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POV Cheryl ;

Quando liguei para contar ao Travis o que tinha acontecido ele ficou arrasado, Madi nem se fala, ela e Toni não se desgrudaram em nenhum momento até a chegada no hospital.

Ah, a Toni...não trocamos nenhuma palavra, eu sinceramente não queria piorar tudo hoje, Verônica morreu e se eu me deixasse levar pelos meus sentimentos por Toni iria acabar estragando mais ainda as coisas.

- Cheryl- Betty se jogou em meus braços quando chegamos ao corredor onde ela estava - ainda bem que chegou.

- Alguma novidade?

- Eles tentaram reanimar ela e quase deu certo, mas... - ela fungou e começou a chorar novamente.

- Tá tudo bem - a puxei pra mais um abraço - Madi, pega um pouco de água pra tia B por favor? - ela assentiu e foi até o bebedouro.

- Betty...

- Mate a Peaches - ordenou a Toni assim que nos afastamos - pode fazer isso?

- B, não é assim que se resolve, eu mesma vou pessoalmente cuidar desse assunto ok? - falei e ela balançou a cabeça em negação.

- Eu quero ela morta, ela vai sofrer no inferno até o dia em que eu resolver parar!

- Eu não posso. - Toni falou recebendo um olhar sério e incrédulo de Betty.

- Não pode? - ela balançou a cabeça - Então vai me desobedecer agora?

- Não é isso, Betty, eu só...não posso, entende?

Madi chegou com o copo de água e entregou a Betty, mas ela sequer olhou para minha filha.

- Olha - chamei ao ver que ela perderia o controle - vai ficar tudo bem, essa sua raiva vai passar quando você encontrar com ela depois.

- Senhoras - o doutor chegou com uma prancheta na mão - Vou dar o óbito, tudo bem?

Eu assenti, Betty chorou vendo Verônica do outro lado da janela, ela soluçava mesmo sabendo que iriam se encontrar depois. Mas na verdade ela estava triste por outro motivo, não queria que a namorada tivesse esse fim e de certa forma eu entendo ela.

- Betty - chamei - Vamos pra casa, okay?

- Eu não quero...

- Você tem que ir, logo vamos fazer o velório e veremos ela pela última vez, mas você ainda vai vê-la.

- Tudo bem.

Voltamos pra casa e Madi correu para o quarto, ela não estava falando literalmente nada desde que ficou sabendo de Verônica. Betty se jogou no sofá e ficou olhando para o nada, parecia que estava paralisada pois só as lágrimas caíam pelas bochechas.

- Eu...vou embora, tá bom? - Toni falou e eu neguei com a cabeça, não queria que ela fosse.

- Pode vir comigo antes? - ela assentiu.

Assim que chegamos na cozinha, eu me aproximei dela e tomei a liberdade de abraça-la. Sei que isso é ironia depois de tudo o que eu disse pra ela, mas eu tinha que fazer isso porque ela me fazia bem.

Deitei minha cabeça em seu ombro enquanto apertava cada vez mais forte seu corpo contra o meu, eu queria que ela retribuísse, que ela me consolasse pois no momento não estamos bem, sei a culpa é minha mas eu estava chorando por dois motivos: ela e Verônica. Logo seus braços passaram por meu corpo e suas mãos afagaram minhas costas, percebi o quão dependente do abraço dela eu era.

Eu não havia parado para pensar em como me sentia, Verônica entrou na frente de uma bala por mim, morreu para que eu não morresse. Mas quando eu a vi alí, jogada no chão, foi como se sentisse algo diferente, eu queria poder tocar nela e fazer toda aquela dor sumir e livra-la da morte, eu sentia que podia eu só não sabia como.

My devilish love | Choni versionOnde histórias criam vida. Descubra agora