Julia📍

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Já era nosso segundo dia aqui em Arraial, tinha tudo pra ser perfeito, se esse viado do Caíque não tivesse vindo. Ele só me estressa viado, parece que não tem nada pra fazer, aí resolve vir me perturbar, porra, chatão no bagulho, dou nem confiança. Mas o foda é que ele é insuportavelmente gostoso, gato e cheiroso, porra.

Aqui em Arraial é coisa linda, estávamos na casa de praia do meu irmão, pai do Felipe, de frente pra praia, a praia tem sido nosso quintal desde que chegamos. Ontem chegamos muito tarde, pegamos um trânsito fudido na ponte, só chegamos com ânimo pra comer, tomar banho e dormir. E pior, é que eu sou obrigada a dividir o quarto com o Caíque, já que só tinha 3 quartos nessa casa, o do Felipe e Cecília, o do meu irmão e minha tia e esse que eu tô dormindo, eu que lute né.

- Que barulho é esse, eu quero dormir porra.- digo com a voz sonolenta, sem conseguir abrir meus olhos ainda, estava exausta de cansaço, dormi igual pedra-.

Ouço um funk no último volume, fazendo com que eu me assuste e acorde no ódio, bufo e vou me levantando da cama, ainda com os olhos fechados, vou trilhando o caminho até o banheiro, pra fazer xixi. Abro a porta do mesmo, vou abrindo meus olhos lentamente, dando de cara com o Caíque pelado, vestindo sua roupa.

- CARALHO JÚLIA, SAI DAQUI! -Diz em um tom de voz alto, demonstrando estar puto com essa situação-.

Me viro assutada, porque acabei de ver ele todo nu, volto pra cama e resmungo, me sento na mesma e fico esperando meu corpo reagir e acordar de vez.

- Tranca essa porra dá próxima vez, ninguém é obrigado a ver esse tua pica minúscula.-digo brava, sabendo que era mentira, ele tem um pau grande e grosso, rosa igual morango, cheio de veias aparentes, do jeitinho que eu gosto-.

                              CAÍQUE 📍

Me vestindo, olho pra porta e vejo a doidona da Júlia entrando no banheiro, como se não estivesse ninguém, me assusto com essa feiosa e grito com ela, que logo se assusta também. Porra, garota doidona mané, viaja muito.
Término de me vestir, ouço o que ela diz, dou risada.

- Para tá, essa porquinha aqui faz muito sucesso, oh se faz..

Saio do banheiro terminando de secar meu cabelo com a toalha, vejo ela sentada na cama, como se a mente estivesse em outro planeta e o corpo dela aqui, euem, malucona.

- Feiosa, acorda!

Me aproximo da cama, tento me aproximar dela e logo recebo um tapa, em seguida, vejo ela me mostrar o dedo, fico rindo da situação. Resmungo comigo mesmo, - malucona, mas ainda sim é gostosa

Me abaixo, pego os lençóis que estavam no chão e começo a dobrar os mesmos, em seguida, coloco o colchão debaixo da cama. Essa nojenta me fez dormir no chão, já que só tem uma cama, e não queríamos dividir o quarto, mas aqui tem ar-condicionado e eu que não ia dormir no calor por causa dessa feia menor.

Percebo que ela me olha, especificamente pro meu abdômen, sorrio. Ela nem pisca viado, sabe nem disfarçar, acho que esse ódio todo é amor encubado, só pode, pena que nunca vai rolar, amiguinha da Cecília e tia de um traficante, sem condições filho.

- ih porra, baba não em! Quer foto de brinde? E vê se fecha a boca, vai entrar mosca aí, babona

- Ah, vai se fuder caíque, me erra. - Diz com um tom bravo, se alterando, ficando irritada, me fazendo rir dela-.

- Vou te errar, mas querendo acertar outra coisa em você. -digo com em um tom baixo, deixando no ar, dando pra ela entender da forma que quiser -.

- Tipo o que?. - vejo ela me olhar com um semblante curioso, e como se tivesse pensado merda-.

- Hm, deixa eu pensar... Um soco na tua cara!
-digo e me afasto rindo, deixando ela mais estressada ainda-.

Vejo ela levantar cheia de ódio, e vir pra cima de mim, querendo me bater. Quando vejo o reflexo do soco que ela iria me dar, seguro seu pulso, apertando o mesmo devagar.

- Acerta um soco na minha cara então caíque, acerta! - olho pra ela, vendo o quanto ela se estressa rápido, dou risada da cara dela, deixando ela mais puta ainda-.

Ainda segurando o pulso dela, olho nos olhos dela, vendo que ela sustenta seu olhar sem desviar, solto o pulso e levo minha mão até o pescoço dela, segurando o mesmo com certeza força e levando ela até a cama. Empurro ela na mesma, caindo por cima dela e ficando bem próximo a ela, sinto a respiração dela ficar ofegante, sorrio, ainda com a mão no seu pescoço.

- Eu nunca vou levantar a mão pra você, estressadinha. -digo em um tom sério, olhando fixamente nos olhos dela, suspiro-.

Sinto nossos corpos bem próximos, nossos rostos também, vejo ela dividir seu olhar entre meus olhos e minha boca, filha da puta menor. Vou aproximando meu rosto mais ainda do dela, deixando nossas bocas bem próximas, quase beijando ela, a filha da puta entrou na minha mente só com um olhar, por um momento esqueci que odeio ela.

Quase nos beijamos, se não fosse pela Cecília abrir a porta do nada, fazendo com que ela me empurrasse, fazendo com que eu saísse de cima dela e caísse no chão. Ele levanta afobada, ainda com a respiração um pouco ofegante e vai saindo do quarto.

- Sai garoto, nem de você eu gosto, se manca

Ouço o que ela diz, dou uma risada debochada, sabendo que quase nos beijamos, mas volto a ter ranço da cara dessa filha da puta de novo. Vejo ela sair do quarto, suspiro levanto minhas mãos ao meu rosto, caralho menor.

                  
                         CECÍLIA E JULIA 📍

Meu Deus, acho que vi o Caíque em cima da Júlia, mas não pode ser, eles se odeiam, caralho. Vejo Júlia sair do quarto e vir pra cozinha, onde eu estou, parando na porta e me olhando.

- Desculpa pelo que viu, seu irmão é um idiota, e não rolou nada Cecí! -dou risada ouvido ela se desculpar sem motivos, olho pra ela e vou indo na sua direção-.

- Relaxa doidona, vocês vão grandinhos demais já, sabem o que fazem ou o que não fazem, não me interessa não filha

Me aproximo dela, abraço ela e dou um beijo na sua testa. Por mais que só nos conhecemos a pouco tempo, já tenho uma consideração enorme por ela, ela tem sido uma irmã pra mim e eu sou grata por isso.

- Mas quero que me conte tudo o que rolar, se rolar

- tem nada rolando não filha, e nem vai, tá maluca

- aham, sei.. mudando de assunto, hoje nós vamos na praia, jogar o cu pro alto e pegar uma marquinha gostosa.

- Opa, ouvi marquinha, é isso mesmo?. - diz Felipe, com a voz rouca, de quem acabou de acordar-.

Dou risada ao ouvir o que o Felipe diz, vejo se aproximar e me dar um selinho, retribuo o mesmo e abraço sua cintura, ficando com a cabeça na altura do peito dele.

- Bom dia gatinhas, dormiram bem? - ouço perguntar enquanto estou abraçada com ele e Júlia na porta da cozinha nos olhando-.

- Eu dormi maravilhosamente bem, com um gostoso como você do meu lado, impossível dormir mal. - digo e dou um sorriso, enquanto olho pra ele, em seguida, sinto seu outro selinho-.

- ih, grude uma hora dessa, se preservem porra.. eu dormi mal a beça, graças ao viado do Caíque, ronca igual um trator velho, porra

- Que que tem eu, estressadinha?

Escutamos o que a Júlia disse, em seguida o Caíque aparece, fico rindo com o Felipe, vendo a cara de nojo da Júlia e a de deboche do Caíque.

- Vão se foder, vão!

- Tá crianças, vamos comer logo, pra começar a aproveitar esse lugar gostoso.
- digo com um tom de deboche, vendo o Felipe, Júlia e caíque me olharem com cara feia, vendo eles me darem dedo em seguida, todos juntos, fico rindo.-

Me solto do Felipe e vou pra mesa que eu tinha montado de café da manhã, com we coisas que compramos ontem na praça, tarde da noite, pra não precisarmos comprar hoje cedo, me sento e começo a comer, vejo eles se sentarem e começarem a fazer o mesmo que eu. Começamos a conversar os quatro, sobre várias coisas aleatórias, e sobre onde iríamos hoje a noite, optamos por ir num barzinho com show ao vivo e marcar de lá mesmo.

Os Opostos Se Atraem Onde histórias criam vida. Descubra agora