02 - Changes and comparisons

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Minho sorriu quando o garoto saiu do banheiro com seus fios bagunçados e humidos, vestindo apenas uma camisa do Lee

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Minho sorriu quando o garoto saiu do banheiro com seus fios bagunçados e humidos, vestindo apenas uma camisa do Lee.

Han subiu na cama, engatinhando até o mais velho, deitou a cabeça em seu peitoral e soltou um suspiro cansado. Ficou ali por longos minutos, aproveitando o carinho que recebia em seus fios molhados, os dois em silêncio, até Jisung se manifestar.

— Pode me levar embora? Ela pode chegar a qualquer momento... — Seu tom de voz não tinha muito ânimo, talvez por estar cansado — Por favor. — Abriu os olhos, encarando o maior.

Minho franziu o cenho, ficando quieto com alguns segundos, Jisung sabia que a mulher chegaria apenas as 19:00 horas, e ainda não se passavam das 17:00, eles haviam acabado de chegar, foram direto para a cama fazer o que sabem de melhor, e o menor já queria ir embora? Sem ter o momento de carícia que tanto gostava? Ele com certeza não estava bem.

A verdade foi que Jisung nunca gostou de ir para a casa de Lee, nunca gostou de se deitar na cama que sabia que a maioria das noites ele dormia ao lado de sua esposa, nunca gostou de tomar banho e usar o sabão com o cheiro dela, de andar pela residência enorme e ver os vários quadros com fotos dos dois juntos.

Mas a verdade era que Han a invejava, invejava por não poder estar no seu lugar, invejava a aliança que carregava em seu dedo, por poder dizer por ai que Minho era oficialmente seu, invejava por ela ser a primeira.

Jisung era apenas a outra pessoa, o outro alguém que a qualquer momento podia ser subtituido.

Jisung não podia dizer que amava a Lee, pois Lee não o amava, não podia dizer que ele era seu, pois ele não era seu.

Han poderia encher a boca para se gabar que era a ele quem Minho procurava para satisfaze-lo, que Minho não pertencia somente a sua esposa, que foi a ele quem Minho escolheu para viver aquela vida dupla, mas ele não sentia orgulho disso, nunca se orgulharia de ser a segunda opção, de não se valorizar o suficientemente para conseguir pelo menos dizer o que sente ou acabar de vez com algo que lhe fazia tão mal, por que ele se sentia bem quando estava delirando de prazer, ou se sentindo protegido nos braços do maior.

Mas uma hora aquilo começava a doer.

— Por que? Ainda 'ta tão cedo. — Indagou, suspirando quando Jisung abaixou a cabeça, não lhe dando resposta alguma.

— Eu preciso descansar Minho, trabalhei muito hoje, minha cabeça ta doendo... — Disse com a voz rouquinha, quase num sussuro, Lee sabia que era mentira, mas concordou.

O silêncio dentro do carro era quebrado apenas pelo rádio ligado baixinho, tocando uma musica calma.

Jisung passou o caminho apenas observando o sol se pôr, demoraram um pouco pelo engarrafamento, ja que a casa de Han não era tão perto da de Minho, afinal, Jisung não teria dinheiro para morar na área mais chique de toda a cidade.

A todo tempo Minho observava Jisung, queria dizer algo mas não sabia como. Lee sempre foi bem fechado, sua relação com Jisung só era tão amigável e íntima pelo jeitinho alegre e tagarela do lorinho, que fez o mais velho ir se abrindo pouco a pouco com o tempo.

Jisung não sabia, mas a relação deles era mais íntima que seu próprio casamento, mesmo que fosse de faixada, unidos apenas por um contrato, Minho tinha esperança de ter uma família, queria que sua esposa o amasse e que ele a amasse também, ter dois ou três filhos, e talvez até um animalzinho de estimação, mas dava pra contar em uma única mão quantas vezes teve uma boa conversa com sua esposa, em 4 anos de casamento, só comemoravam o primeiro ano, por terem sido obrigados por suas famílias.

Felizmente havia conhecido aquele loirinho bochechudo, tão animado quanto uma criança sob os efeitos do açúcar, que o fazia relaxar, não só com prazer mas também com as horas de conversa paralela depois do sexo, risadas bobas quando corria pela casa de Jisung atrás de bbama quando tinha sua meia roubada, dos momentos de carinho. Mas agora sentia que estava perdendo seu garoto.

Quando chegaram na casa do baixinho, viu o mesmo suspirar, soltando o cinto de segurança e se virando para pegar sua bolsa no banco de trás.

— Jisung...— O moreno chamou por Han, ganhando sua atenção. — 'Tá tudo bem com você, pequeno? — Minho era alguém muito fechado, nunca foi de esboçar muitas reações ou sentimentos, mas naquele momento, seus olhos estavam repletos de preocupação, coisa que Jisung nunca havia visto.

Han o encarou por alguns segundos, confuso, logo abrindo um sorriso largo, mostrando seus dentinhos pouco tortinhos que Minho achava um dos traços mais lindos de Jisung, seu sorriso.

— É claro que estou minmin, é apenas uma dor de cabeça — Selou seus lábios nos do mais velho, fazendo um pequeno carinho em sua bochecha. — Não se preocupa comigo, hn? Já vou indo. — Falou se afastando, abrindo a porta do carro.

O moreno concordou com um pequeno sorriso fechado nos lábios e observou Han sair do carro, logo entrando em casa. Lee que acreditou mais uma vez nas mentiras do garoto, e foi embora com a consciência tranquila.

Ele mal sabia o quanto aquilo doeu, o sorriso, o beijo, o carinho, as mentiras. Han sentiu que iria desabar quando viu a preocupação nos olhos de seu amado, mas se conteve.

As lágrimas cairam automaticamente quando Jisung fechou a porta, molhando o rostinho delicado do garoto, que encostou a testa contra a madeira gelada da porta, sentindo aquela dor em seu peito aumentar cada vez mais, e o choro aumentava a medida que seu peito doía.

Seu coração doía tanto, por não ser ela, ele queria ser ela, queria ter Minho ao seu lado durante as noites frias para esquentar seu corpo, queria que fosse com ele que Minho quisesse construir uma família, ele já até tinha o bichinho de estimação.

Falando nisso, Bbama observava tudo, ver seu dono daquele jeito era confuso para o pequeno cãozinho. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que seu papai não estava bem, pois os barulhos que Han emitia eram parecidos com os que o cãozinho soltava quando estava triste.

Sobre as quatro patinhas, Bbama caminhou até seu dono soltando resmunguinhos, enfiando a cabecinha entre as pernas de Han, que agora estava sentado no chão, com as perninhas encolhidas, escondendo sua cabeça entre os braços.

Quando finalmente conseguiu, deu uma lambida na bochecha gordinha, molhada pelas lágrimas salgadas, mas conseguido arrancar uma risadinha de Han, que abraçou seu tão amado mascote.

— Pelo menos eu sou o seu número um, não é Bbama? — Perguntou para o cãozinho, que não entendeu nenhuma palavra do que seu dono havia dito, mas lhe deu uma longa lambida em resposta, abanando o rabinho contente quando viu seu hannie sorrir como sempre sorria quando estavam brincando, mesmo que as lágrimas ainda desciam por seu rosto.

The other someone - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora