Cooler de vinho, revelações e... convite!

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— Você não quer entrar? — Jeongguk pergunta, apontando para a porta do apartamento 801, antes de deixar o elevador. Não é impressão minha, vejo um rastro de expectativa em seus olhos. — O domingo ainda não acabou, então meio que ainda temos um relacionamento.

Não penso duas vezes antes de assentir; quero passar mais tempo com ele.

Atravessamos o corredor em silêncio, e há algo de confortador aqui. Nossos passos são silenciosos já que não temos pretensão de alertar aos vizinhos que Jeongguk está recebendo uma visita inesperada no fim de domingo.

Quando ele abre a porta e acende a luz, é uma surpresa para mim porque somos recepcionados por Bam. O cachorro de pelo marrom está elétrico, a língua vermelha pende para fora da boca quando Jeongguk se abaixa para fazer carinho na cabeça dele. Enquanto isso, faço uma rápida vistoria na sala.

O apartamento é decorado de um jeito despojado, gosto imediatamente do sofá preto com almofadas com estampas de estrelas, do lustre pontudo e dos quadros abstratos. A luz amarelada deixa o lugar muito aconchegante. Bam faz questão de cheirar meus sapatos, e Jeongguk solta um sorriso como se quisesse se desculpar, o que eu acho genuíno da parte dele.

Para mostrar que não ligo, abaixo-me e também faço carinho no cachorro simpático. Gosto dele imediatamente. Quando deixo meus sapatos ao lado da porta e invado a sala de mansinho, vejo Felícia atravessar o corredor. Seus olhos claros me capturam e seus passos majestosos me impressionam.

— Bem-vindo ao meu palácio! — Jeongguk diz de um jeito cantarolado e eu não consigo conter um sorriso quando ele abre os braços e gira o corpo.

— É muito bonito — confesso.

— Percebi que preciso comprar um tapete felpudo como o seu.

Quero dizer que ele não precisa comprar porque, se quiser usufruir de um tapete, basta chegar ao meu apartamento sempre que quiser, no horário que quiser. Porém, contenho-me.

Fico observando Jeongguk conferir se ainda há ração e água nos potes dos animais. É bonito o modo como ele perambula pelo apartamento, o jeito como seus dedos tatuados tateiam os objetos.

— E nós? — Ele me pergunta, tirando-me do transe. Estou prestes a perguntar o que ele quer dizer com a pergunta, quando ele a completa com naturalidade. — O que vamos beber?

Eu já bebi muito hoje, mas acredito que um copo de qualquer coisa não vai me matar.

— Você tem vinho?

— Hum — Ele leva a mão até a nuca, e eu acompanho o movimento. — Tenho cooler de vinho que comprei pra experimentar, mas ainda nem abri. Pode ser?

Eu assinto. É ótimo, ainda mais porque tem menos teor alcoólico e combina com a noite quente que está fazendo. Jeongguk me serve uma taça e, com a garrafa em mãos, ele me chama para a varanda.

Há uma mesinha de aço pequena com duas cadeiras. Sentamos e apoiamos nossas taças sobre o tampo. A vista dele é igual a minha, mas agora estamos num andar mais baixo. O condomínio está quase silencioso, mas conseguimos escutar o zumbido de uma música que não consigo identificar. O cooler é gostoso. O doce se destaca muito no paladar e é, de fato, refrescante. Sinto uma vontade alucinante de permanecer preso neste momento para sempre.

— Aprovado? — Eu pergunto a ele quando termina de beber o primeiro gole.

Jeongguk assente na mesma hora. Como ele é o cara do chope gelado, fico surpreso por ele gostar. É interessante porque ele gosta tanto que enche mais a taça. Gosto de como seus lábios adquirem um tom vermelho devido ao corante.

Querido Namorado de Aluguel • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora