Brilha mais que um centavo novo!

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Quando abro os olhos, a primeira coisa que faço é pegar o celular.

Não é um hábito muito saudável, eu sei, mas não é como se eu conseguisse me controlar.

Quando confirmo que o domingo já chegou — o visor do meu celular não me deixa mentir —, sinto um friozinho no estômago, e, consequentemente, me lembro da noite passada.

Jeongguk e eu conversamos até tarde e acabamos com os picolés. O calor era intenso, então fomos para a varanda para terminarmos de conversar sobre o plano do século.

Quando acabamos, ele estendeu a mão para mim com uma animação perceptível e eu a apertei com firmeza para selarmos o compromisso. Deixei claro que estamos juntos nessa. Ele sacou o celular do bolso e notou que já passava das onze da noite. Suas sobrancelhas se juntaram. Também fiquei espantado; o tempo passou voando.

Aconteceu algo raro: não me incomodei por ele ficar tempo demais no meu apartamento. Como já mencionei anteriormente, não sou um grande fã de visitas. Quando as pessoas demoram para ir embora, eu começo a bater o pé no chão repetidas vezes, cruzo os braços e tendo a ficar monossilábico — tudo isso acaba acontecendo sem eu ter o controle. Não faço por mal, é mais forte do que eu. Porque sinto a necessidade de ter um tempo só para mim, e quando começam a tirar a minha liberdade, tendo a ficar recluso.

Jeongguk calçou os tênis e, com um sorriso, disse que passaria em meu apartamento no dia seguinte, às quatro da tarde. Quando ele chamou o elevador, fiquei com a porta do apartamento entreaberta, meus olhos estudaram sua figura até que ele sumisse no elevador.

O grupo no WhatsApp está agitado agora, me assusto com a quantidade de mensagens acumuladas. O reencontro da icônica turma do terceiro ano é, aparentemente, mais aguardado do que as férias de fim de ano.

Tudo o que quero é que o meu plano dê certo. Também sei que Jeongguk causará uma ótima impressão. Ele é simpático, gosta de conversar, é provavelmente uma das pessoas mais conhecidas do condomínio, e, claro, é muito bonito. Os meus amigos vão se surpreender. E, então, começo a pensar em como Jongin se sentirá quando vir que não estou mais sozinho.

Será que ele vai se sentir pelo menos metade do jeito como me senti quando, há 7 anos, ele atualizou o feed com uma foto ao lado de Krystal para anunciar o namoro? Encarei a foto durante vários minutos e fiquei me perguntando como a minha vida estaria se o nosso relacionamento não tivesse acabado. Acabei me martirizando mais do que o necessário, porque pensar nas possibilidades é inútil e machuca. O problema é que, muitas vezes, o meu cérebro parece gostar de me sabotar.

De repente, eu me sinto um pouco cruel por desejar que ele lamente o fato de termos terminado assim que colocar os olhos em Jeongguk, o que não faz sentido algum porque eu realmente não voltaria mais com Jongin.

Já foi a minha vontade. Hoje em dia, eu penso diferente.

Acho que é uma questão de orgulho me sentir assim.

Algo me diz que, no fundo, Jongin nunca acreditou que eu conseguiria encontrar alguém que me fizesse feliz novamente. Então, será, no mínimo, satisfatório provar que ele estava enganado durante todo esse tempo todo.

— Adivinha que vai aparecer na confraternização com um namorado de cair o queixo? — pergunto assim que coloco a ligação no viva-voz e misturo açúcar no meu café. Não há nenhuma nuvem no céu. Tudo indica que será um dia de muito calor.

— Você conseguiu? — Taehyung exclama. — Mesmo?

— Por quê? Pensou que eu não seria capaz?

Sento-me na banqueta da cozinha e apoio os braços no balcão. O apartamento está organizado desde ontem. Estou olhando para o meio do tapete, quando Taehyung diz:

Querido Namorado de Aluguel • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora