Fourty-eight

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[atenção nas datas
boa leitura!]
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Chapter Fourty-eight

‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍Os lábios de Jun estavam amortecidos, sua visão falhava e ele, definitivamente, não sabia o que fazer ou o que falar. Ele só queria repetir. Repetir tudo.

‍ ‍ ‍ ‍Mas ele não podia.

‍ ‍ ‍ ‍Se o garoto queria mesmo manter um relacionamento digno com ‍Wonwoo, ele precisava se livrar de tudo o que havia ficado entalado há tanto tempo em sua garganta. O problema é que ele não sabia como fazê-lo.

‍ ‍ ‍ ‍Jun não era violento, não costumava ser. Mas a cruel realidade o fez ver o mundo como a maioria das pessoas se negam a ver. Não há nenhum santo na Terra onde habitam, muito menos um Deus. Há demônios que se alimentam com sua felicidade e esperança, simplesmente porque tudo isso fora tirado deles — o que julga-se como mais provável.

‍ ‍ ‍ ‍Ali, na sua frente, sem personagens ou sorrisos falsos, se encontrava um Jeon ‍Wonwoo preocupado, se mostrando paciente e ao mesmo tempo curioso. Nada puro, aos olhos de Jun, deixando o Jeon ainda mais bonito diante àquela luz de verdades.

‍ ‍ ‍ ‍Ele não gostava de se ver ao lado de uma pessoa que se julga correta, ou ao lado de uma pessoa que se julga completamente errada. Ele gosta de se ver ao lado de pessoas que demonstram em palavras e olhares aquilo o que sentem, aquilo que o coração diz mas nunca dizemos em voz alta. E ‍Wonwoo era uma dessas pessoas.

‍ ‍ ‍ ‍O Jeon gaguejava quando ficava nervoso ou com medo, ria extremamente alto quando achava graça, não esboçava expressão nenhuma quando não via graça nas coisas — deixando-o mais sincero que o normal — e costumava sorrir genuinamente quando fazia alguém rir ou simplesmente olhava através da pessoa, parando direto em sua alma. Alma; lugar onde não se pode haver vergonha, onde não se pode haver mentiras, um lugar puro e sincero.

‍ ‍ ‍ ‍A alma de Jun sempre foi sigilosa. Até esse momento.

‍ ‍ ‍ ‍Enquanto olhava para ‍Wonwoo, ele repassava o que iria dizer milhões e milhões de vezes em sua cabeça. O mais velho não queria deixar algo escapar e ver que ‍Wonwoo não estava preparado para tudo aquilo, não.

‍ ‍ ‍ ‍O que ele estava prestes a dizer poderia até mesmo ser pouco para alguns, mas para ele era muita, muita coisa.

‍ ‍ ‍ ‍Ele só não queria errar.

‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍ ‍Despertar de um sono pode ser tranquilizador ou desesperador. Você não sabe o que te espera fora do seu mundo de ilusões; pode ser um louco querendo comer seus órgãos ou um pônei de presente de aniversário; você pode acordar de um sonho magnífico e querer voltar para terminá-lo ou acordar do seu pior pesadelo e dar graças a Deus por isso.

‍ ‍ ‍ ‍No caso de Seokmin, ele pouco se importava. Seu maior interesse era dormir e o garoto quase nunca se lembrava de seus sonhos mesmo, então nunca havia nada a temer.

‍ ‍ ‍ ‍— Soonyoung? — a voz rouca do moreno ecoou pelo quarto. Ele olhou em volta, notando que suas roupas e as do garoto ainda estavam espalhadas, e também notou uma toalha recém-usada pendurada na cadeira em frente à cama. — Por que não me acordou para tomarmos banho juntos? — ele continuou chamando, mas não houve nenhuma resposta, nem sequer um rangido de porta.

‍ ‍ ‍ ‍O garoto levantou-se da cama, dando um tempinho para se acostumar e não ficar tonto, logo se espreguiçando e ficando de pé. Ele pensou que o loiro poderia estar na cozinha, afinal, aquele era o lugar preferido do namorado, então pensou em ir lá.

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