por que comigo?/ /pjm

294 37 23
                                    

️⚠️aviso⚠️
Este capítulo pode conter alguns pequenos gatilhos, então como não quero que ninguém fique com o psicológico fodido eu recomendo que não leia. Esse capítulo contém: agressão física, agressão mental e crises de ansiedade.

Boa leitura 💜

----------------------------------------


Estou aqui deitado na minha cama no fim de mais um dia cansativo em que tive que fazer todos os afazeres de casa, acabando que não consegui ir pra escola novamente. Já é a décima vez que falto por não ter tempo. Sempre esqueço da hora, por conta do monte de bagunça que meu pai deixa pra trás antes de sair para seu trabalho. E eu não poderia deixar pra organizar quando chegar, pois ele volta a tarde para descansar e poder sair a noite novamente.

Minha mãe faleceu quando eu tinha cinco anos de uma doença que ela adquiriu assim que nasci. O médico falou que não tinha cura e que ela não teria muito tempo de vida, mais ela foi forte e conseguiu viver cinco anos ao meu lado. As vezes a pegava caída no chão com dores, eu era somente uma criança então não sabia o que fazer, mais como meu pai nunca estava em casa eu tentava pelo menos ajudar ela a se levantar.

No dia em que ela faleceu meu pai falou que a culpa dela ter falecido foi minha. Foi eu que fiz ela adoecer quando eu nasci, se eu não tivesse dado tanta despesa com as poucas coisas que eu comia, e usava, ele poderiam ter pagado um tratamento para ela. Mais que tratamento seria pago? Se até o médico falou que não tinha cura. Mais as vezes eu me pego pensando que realmente pode ter sido culpa minha, ela poderia estar viva agora, sendo feliz, era só eu não ter nascido. Porque? Porque eu tinha que ter nascido? Porque comigo? Porque desde o dia em que eu vim pra esse mundo eu estou sofrendo? Realmente acho que meu pai está certo a culpa é toda minha, e todo tapa, toda palavra diferida de sua boca contra mim é merecida, é como se fosse um castigo por todo mal que eu causei assim que dei minha primeira respiração neste mundo cruel.

Saio do meu transe de pensamentos quando escuto um barulho estrondoso que parece ter vindo da sala. Abro devagar a porta do quarto e miro meus olhos em direção ao homem caído no chão. Era Park Ji-hoon, meu pai, ele estava estirado no chão da sala nitidamente bêbado - não é novidade, quase todos os dias ele chega nesse estado, mais nunca caía tão facilmente - corri até o mais velho caído no chão a fim de ajudá-lo, mais assim que me agachei senti um tapa sendo dado em meu rosto que agora deve está na coloração avermelhada com a marca da mão dele.

- Não encoste em mim seu nojento! - sua fala sai arrastada, e o bafo da bebida me atinge em cheio junto ao sentimento de culpa que carrego em meu peito todos os dias.

- Desculpa pai... - miro o chão, não consigo olhar nos olhos da figura a minha frente. Meu peito está apertado, sinto o nó na minha garganta já se formar, eu só queria poder fugir dali, para o mais longe possível.

- Você só sabe pedir desculpas, e mais desculpas infeliz?! - outro tapa é diferido contra meu rosto agora mais forte, trazendo um ardor maior a minha pele sensível pelo tapa anterior.

As palavras não saem pela minha boca, neste momento um sentimento de medo se apossa do meu ser. Sinto minhas mãos trêmulas, minhas linhas d'água já estão cheias de lágrimas. Cada palavra diferida contra mim é uma facada diferente no meu peito.

Ouvir da boca de seu próprio pai que você é uma aberração todos os dias me machuca lá no fundo, eu só queria receber um eu te amo do meu próprio pai é pedir muito por isso? O último eu te amo que ouvi foi o da minha mãe segundos antes dela ir, e esse eu te amo sempre vaga na minha mente, eu merecia esse eu te amo? São tantas perguntas, mais de uma coisa eu tenho certeza, eu a amava e amo até hoje e sei que mesmo longe ela está tentando cuidar de mim.

Sinto algumas lágrimas escorrendo em minha bochecha, mais logo são impedidas de encontrar o chão por outro tapa, este o mais forte recebido até hoje, fazendo com que meu rosto vire para o lado e que eu caia para trás com o impulso.

-Pare de chorar garoto! - sua voz rouca é ouvida por mim novamente em um tom mais baixo ainda pelo fato da minha audição ter sido um pouco afetada.

Agora sinto mais lágrimas banharem meu rosto pelo medo. Minhas mãos estão ainda mais trêmulas, minha cabeça está latejando pelos tapas e pelos pensamentos que se passam por ela agora.

Sua mão vai de alcance ao meu couro cabeludo, segurando meus fios puxando-os para trás, causando uma dor agonizante no topo da minha cabeça.

-LEVANTA! - seu tom de voz agora é mais alto, suas mãos estão ainda mais firmes em meus cabelos, ele puxa para cima me obrigando a levantar e começa a me arrastar em direção ao meu quarto.

Sinto meu corpo sendo lançado em direção ao guarda roupa - este que está com suas portas rachadas de tantas vezes que já fui atirado ali- sinto minha costa irem de encontro a aquele móvel gelado sentindo a dor se alastrar em todo o meu corpo.

- Você é uma aberração sabia!? - suas falas atigem meu coração em cheio, tá doendo tanto, eu só queria receber um pouco de amor do meu progenitor.

- você não se sente culpado por matar sua própria mãe?! - percebo sua voz ficar fraca, ao mesmo tempo que atinge em cheio meu peito, as lágrimas começam a lavar meu rosto, minha visão começa a ficar embasada, minha respiração começa a falhar e minhas pálpebras estão pesando cada vez mais. A última coisa que sinto é mais uma vez sua mão bater em meu rosto fazendo meu corpo alcançar o chão pelo impacto novamente, e suas últimas falas são: "a partir de amanhã não vou te ver nunca mais, aberração..."

-----------------------------

🍷

Acordo ainda sentindo dor em meu corpo, minha cabeça está doendo, meu rosto ainda queima de todos os tapas deferidos contra ele ontem. Mais nenhuma dor é tão grande igual a dor que sinto em meu peito pelo fato de não ser amado nessa vida.

As últimas palavras de meu pai ontem está me causando uma dor de cabeça muito maior, o que ele quis dizer em falar que não iria me ver nunca mais? O que este homem vai fazer? Realmente estou com medo, não sei o que ele é capaz de fazer mais sei que coisa boa não pode ser.

Escuto a campainha tocar, e logo após passos altos contra o piso da casa. Espio pela fresta de minha porta aberta e vejo um homem alto com algumas tatuagens no pescoço e um olhar sério e frio. Ele se vira e começa a andar em direção ao meu quarto. Porque ele tá vindo pra cá? Será que ele tem alguma coisa haver com o que meu pai pronunciou ontem?

----------------------------------

Gente esse foi o primeiro capítulo de "vendido para um mafioso", de coração espero que vocês tenham gostado.

Deixem o seu votinho 🌟

Beijinhos e até a próxima 😘💜

Vendido para um mafioso -jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora