Capítulo dois

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2018, dias atuais.


s a l t l a k e - UTAH.



Eu corria em cima dos meus saltos pela cidade até ao trabalho. O meu despertador não tinha me acordado e era a segunda vez em menos de um mês que aquilo acontecia.

Assim que eu entrei no prédio, dei um rápido bom dia no saguão e entrava no elevador com algumas pessoas. Quando cheguei ao décimo sexto andar, cumprimentei a recepcionista Karen e por onde eu passava pelas mesinhas de escritório dos meus colegas de trabalho.

Me joguei na minha cadeira soltando um suspiro e ligava o meu computador.

Eu trabalhava na Morris Internacional e era a recrutadora corporativa, responsável em preencher vagas abertas. A empresa era voltada para encontrar novos funcionários para outras empresas que solicitavam os nossos serviços.

Era um ótimo emprego, melhor do que o último onde eu fui babá de trigêmeos por quase um ano desde que cheguei na cidade. E eles pagavam melhor que a família Brooks.

Passei as mãos nos meus fios rebeldes e me concentrei no computador. A sorte que a nossa chefe, Sarah Todd, sempre estava ausente no escritório, mas geralmente ela surgia de forma inesperada e hoje não foi aquele dia.

O meu trabalho era algo que ocupava muito a minha mente, até mesmo quando eu estava em casa. Eu não tinha tempo nem mesmo para sair e quando eu poderia respirar, ia as minhas aulas de defesa pessoal.

Eu ainda continuava sendo uma medrosa, eu não confiava em ninguém. Tinha receio de falar com outras pessoas e não abaixava a guarda quando era necessário.

Ninguém sabia do meu passado em Atlanta, ninguém sabia que eu era uma formanda de Direito. Ninguém sabia o que tinha acontecido comigo.

E confesso que até mesmo eu fingia que não tinha acontecido nada. Mas era difícil.

Os terrores noturnos, os ataques de ansiedade, as insônias. Tudo dentro de uma caixa e jogada bem no meio da minha cara.

Eu tinha medicamentos regulares para poder continuar vivendo na sociedade e ter uma vida...normal.

Depois de algumas horas focada na tela do computador, eu vi pela minha visão periférica a Emma se aproximando de mim com dois iogurtes nas mãos.

Ela sempre tentava se aproximar de mim, querendo uma amizade. Mas eu a evitava.

Emma era super alto astral, os seus cabelos cacheados pulavam a cada passo que ela dava, o seu sorriso branco e alinhado sempre aparecendo em seu rosto, as roupas com cores vibrantes que se destacavam no escritório e a sua simpatia sem igual com qualquer ser humano que estivesse no caminho dela.

Aquilo era um prato cheio para predadores.

— Bom dia, Madison! Como você está? Eu trouxe um iogurte para você porque vi que chegou atrasada, então deduzi que você não teve nem tempo para tomar o seu café e o dia só começa quando nos alimentamos com algo! — ela riu e puxou uma cadeira giratória para o meu lado. Hoje, a Emma usava um vestido soltinho de mangas compridas e eles iam até os joelhos, tinha cores vermelho, rosa, verde bandeira e laranja. Eu a olhei tagarelando e assisti as suas mãos abrindo o iogurte para mim e higienizando uma colher. — Hoje o pessoal do trabalho vai ir para um bar bastante famoso da cidade, eu garanti que é um lugar extremamente seguro e sem preconceitos. Isso é bom, não é? Eu nunca fui lá então pensei que fosse pudesse ir comigo. Acho que as pessoas aqui não gostam de mim, por isso que sempre eu deixo um presente na mesa para cada um deles que me deixa desconfiada sobre esse tema. Aqui está o seu iogurte, de frutas vermelhas, o seu favorito, né? Eu vi você tomando umas três vezes esse daqui. Se você quiser uma banana posso buscar na cozinha e...

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⏰ Última atualização: Oct 10, 2022 ⏰

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