Ela fala que quer crime e eu sou criminoso
Ela é da Zona Sul e eu sou cria do Rodo
Ela fala que me ama, mas não me engana
Que vagabundo nato não se apaixona
Mas se for um lance é o bicho
Pode fuder comigo que eu vou fuder contigo
Tesão com perigo
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Olho para a vista esplêndida da favela. Esse lugar é tão lindo, pena que tem tanta violência, ainda mais do dono...
Sinto os lábios quentes do Orochi em meu pescoço e tomo um susto. Não ouvir ele chegando.
── Calma, gatinha. ── diz rindo ── Apreciando a vista... faço o mesmo direto.
Me puxa da cadeira e me levanto com o puxão, Orochi se senta na cadeira e me puxa pro seu colo. Respiro fundo desconfortável e sinto sua mão em minha perna apertando levemente.
── Fala ai Athena, o que tu fazia. ── manda e respiro fundo.
── Eu to fazendo faculdade de culinária. ── respondo e ele me olha surpreso.
── Porra, que daora. ── diz e mordo os lábios me segurando pra não sorrir.
Ele é a primeira pessoa que realmente se importa...
── Mas tipo assim, vou fazer um teste, morô? Se tu se comportar por uma semana, pode voltar aos estudos.
── É muita falta. ── resmungo e ele respira fundo.
── Hoje é domingo, tem até quarta pra se comportar. Bele?
── Tudo bem. ── respondo simples e ele sorrir segurando em meu cabelo fazendo um carinho.
Só de lembrar todas as vezes que ele puxou meu cabelo, me faz ter repulsa de seu toque.
Fecho os olhos segurando o choro, a única coisa que tenho vontade de fazer é de me deitar em um lugar e chorar. O dia inteiro.
Orochi beija minha bochecha e me puxa pelo pescoço para me deitar em seu peito. Fecho os olhos e fungo.
── Que foi, amor? ── pergunta manso e começo a chorar ── Mano, o que tu tem? ── me deixo chorar tudo que guardei a noite para não acordar ele.
Maycon continua com o carinho e continuo a chorar. Eu preferia morar no orfanato do que com esse homem.
🍭
Escuto o barulho do chuveiro e percebo que Maycon está tomando banho. Calço meus chinelos e me estico na cama. Dormir demais pelo visto.
Vou até a sacada e estranho ao ver o portão aberto. E se...
Maycon tá tomando banho, ele nem vai sentir minha falta.
Desço as escadas sem fazer barulho, abro a porta da casa vendo ela aberta. Aí Deus...
Fecho os olhos pensando na probabilidade de conseguir fugir. Se eu fugir, vou pra onde?
Olho para trás não vendo nenhuma movimentação. Saio da casa em passos largos, atravesso finalmente sentindo o ar até diferente. Seria a liberdade?
── O que tu tá fazendo aqui fora!? ── escuto o grito e me assusto vendo um homem a minha frente.
── Qual foi TZ!? ── a voz estrondosa de Orochi é soada e olho pra sacada vendo ele com apenas uma toalha branca na cintura.
Seus olhos descem até onde estou e me arrepio já esperando o pior
── Entra pra dentro de casa, Athena! ── ele manda e o tal de Tz me segura pelo braço me puxando para dentro da casa.
── Tira a mão de mim! ── grito e acerto um soco em seu braço fazendo ele me soltar.
Começo a correr morro abaixo.
── Athena! ──Orochi me gritou, porém eu apenas corrir o máximo que pude com minhas pequenas pernas.
Adentro em uma viela pulando pelos pequenos buracos no chão e atravessando as pessoas na velocidade da luz.
Viro a esquerda e em seguida direita. Percebo que parei em uma viela sem saída e vejo o pequeno muro. Subo o mesmo e o pulo.
── Ela foi pela viela do Maranhão! ── escuto o grito e tampo a boca para minha respiração não ficar alta.
Escuto os passos apressados saírem e respiro aliviada. Olho para o quintal de piso claro onde estou.
── Mano, quem é você? ── escuto a voz e olho pra trás vendo uma mulher.
── Me chamo Athena. ── me apresento com a voz baixa ── Eu estava correndo e vim parar aqui.
── Você não é a primeira a fazer isso. ── diz rindo e respiro aliviada ── Me chamo Bianca, mas sou conhecia como Budah.
── Prazer, Bi. ── aperto sua mão.
── Quer uma água?
── Muito. ── falo rapidamente e ela acena com a cabeça pra dentro da casa.
A sigo vendo a casa organizada e linda.
── Mora sozinha? ── pergunto.
── Não, com meu irmão e meu sobrinho. ── responde e concordo com a cabeça ── Você mora por aqui?
── Sim. ── respondo e vou até a cozinha onde ela pede pra eu sentar na cadeira ao lado da mesa de madeira.
Budah me entrega a água e a bebo como se tivesse passado seis dias na seca. Agora estou pensando melhor... oque farei quando sair daqui?
Merda, Athena!
Olho para Budah que mexe em seu celular freneticamente. Dou de ombros e termino de beber a água.
── Vou indo. ── aviso e ela me olha assustada.
── Fica mais um pouco. ── ela diz rapidamente e me levanto.
── Eu tenho que ir...
── Athena, fica mais um pouco. ── segura minha mão e em seguida escuto um estrondo alto.
── O que foi isso? ── pergunto assustada e Bianca deixa lágrimas caírem de seus olhos.
── Ele conhece a minha mãe, meu irmão, meu sobrinho... ── ela diz e escuto os passos fortes do lado de fora da casa ── Desculpa...
── Do que você está falando? ── pergunto confusa.
── Athena! ── o grito tão reconhecido por mim é soado e me encolho com medo.
── Não... ── digo já chorando.
── Desculpa. ── murmura e logo Orochi aparece na cozinha.
Ele sorrir de uma forma que me deixa com medo, nega com a cabeça fazendo um som de negação e me permiti chorar.
── Você nunca vai fugir de mim. ── diz com uma arma na mão ── Valeu Budah.
Caminha até mim e aperta meu cabelo.
── Orochi, não! ── Budah tenta vir pra perto mas é segurada por TZ ── Me solta!
── Tu vai se arrepender amargamente de ter fugido. ── diz de uma forma lenta e dolorosa pra mim, tanto quanto o aperto em meu cabelo.