Careful now

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ok, essa história viveu por muito tempo no meu bloco de notas, sem compromisso algum, vou postar pouco a pouco.

'As bruxas que vivem para sempre'

A primeira vez que a vi, eu tinha seis anos

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A primeira vez que a vi, eu tinha seis anos.

"Vamos lá S/n"

"Timmy, espera!" Eu grito mas meu melhor amigo parece não ouvir.

"Não seja tão molenga, S/n" ele se vira, caminhando de costas apenas para poder me encarar

"Ei!" Resmungo de volta, brava o bastante para alcança-lo e bater em seu rosto zombeteiro. Tenho seis anos, sou tudo, menos molenga! "Consigo ser mais corajosa que você!"

"Ah, é?" Ele levanta uma sobrancelha, pensando "Por que não me pega então? Está contigo!"

Timmy se ajeita, antes que eu possa protestar, e começa a correr pela trilha mal acabada, quase desfeita pelo matagal. Fui atrás dele depois de três suspiros desesperados, mamãe disse que deveríamos voltar antes do anoitecer mas ao invés disso tive Timmy o dia inteiro indo na direção contraria de casa por se achar no direito de fazer o que quisesse, só por ser menino e um ano mais velho que eu.

Ele não se importa com as histórias da noite.

Nem eu!

Estremeço só de pensar nelas.

Aos poucos vou fazendo meu caminho, deixando o mato aos meus arredores engolirem todos os meus gritos por Timmy. Devemos voltar. Os galhos secos insistem que eu pare, puxo meu vestido algumas vezes, não posso parar. Não até  dizer ao Timmy que ele é um bobão!

"Timmy! Vamos embora, isso não é engraçado! Estou com medo"  Eu posso sentir meus olhos queimando, mas me recuso a chorar. Mamãe disse que meninas grandes não choram!

A tarde anuncia seus momentos finais, é quando percebo que me perdi. Tudo que vejo são árvores tão grandes que esbarram no céu, a luz do sol parece tímida, sendo incapaz de iluminar toda a floresta, nem o sol era suficiente alí.

"Meninas grandes não choram, S/n" Enxugo os olhos e respiro fundo

Mamãe me mataria se eu chegasse em casa tão tarde. E mesmo se eu não chegasse, daria um jeito de me encontar só pra me matar ela mesma.

Viro meus calcanhares e faço meu caminho na direção de casa. Se Timmy vai ser mau e me deixar aqui, então eu não quero mais brincar. Ele que volte sozinho pra casa, o menino e um ano mais velho que eu.

Meus pés doem de tanto andar. Não me lembro de ter demorado assim pra chegar em casa, estava voltando de onde vim, eu tinha certeza!

A floresta ganhava um tom de escuro assustador e o frio alí era congelante. Se eu voltasse tão tarde e ainda com uma gripe, mamãe me mataria em dobro. Não quero que a mamãe fique brava comigo, então continuo andando até sentir meus pés desistirem de mim.

Eu paro. Respiro fundo e me sento num tronco abandonado. Não posso estar tão longe de casa agora.

"Mamãe! Timmy!" Grito, mas ninguém responde.

O silêncio me engole. A floresta me engole. O frio queima meus ombros, estou tremendo.

Tudo parece igual. Árvores e folhas...e verde, muito verde, preto, marrom. Floresta estúpida! Estúpido Timmy por me deixar para trás.

Pulo quando ouço algo atrás de mim.
Minha cabeça em reposta do som gira rápido, tanto que posso assegurar ter  deslocando do pescoço, mas não vejo nada além de árvores e folhas.

'fique longe da noite, S/n. Meninas bonitas como você as atraem'

Eu pulo novamente quando há um estalo ainda mais alto que o anterior, os mesmos galhos secos que me pediram pra parar agora me alertavam, algo está vindo.

'Bruxas vagam pela noite, fique perto do fogo, filha, jamais tire sua cruz"

Agarro a cruz em meu pescoço. Nada pode me machucar.

"Q-quem está aí? Mamãe? Papai? Timmy, se é você, isso não é engraçado! Eu quero ir pra casa" digo, porém nenhum outro som vem de onde veio o estalo.

'A cruz é o fogo caso não haja faísca. "S/n, a cruz é o único caminho"

Eu sinto as lágrimas começarem a escorrer pelas minhas bochechas e não ligo.

"Por favor, estou com medo e quero ir para casa." Ninguém responde.

Por um segundo, estou sozinha. Em outro, vejo uma figura saindo detrás da árvore, a cruz pendurada no meu pescoço agora é coberta pela palma da minha mão, quando eu grito, sinto que aquela mesma cruz não serve para nada.

A figura ganha forma.

Uma mulher

E seu cabelo é um pedacinho do céu.

Azul.

I try to live | B.E&YouOnde histórias criam vida. Descubra agora