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Havia muitas coisas maravilhosas para se ver no cofre da família Malfoy. Havia ouro em abundância, juntamente com pilhas de joias soltas. Barras de prata e outros metais preciosos estavam empilhados ordenadamente e catalogados em prateleiras ao longo da parede mais próxima da porta. Uma vitrine exibia algumas das joias da coroa da Inglaterra, que remontavam à era elisabetana; Draco havia sido desencorajado a fazer perguntas sobre elas. Havia também outras pedras preciosas e joias, é claro. Brincos de diamante; um bracelete de prata e safira que supostamente era capaz de detectar mentiras contadas nas proximidades de quem o usava; anéis de esmeralda incrustados em ouro branco; um colar de platina, pérolas e lápis-lazúli; um frasco de perfume incrustado de diamantes e um rubi do tamanho de um ovo de galinha... e essas eram apenas as coisas que ficavam sobre o balcão de um penteadeira ornamentado feito inteiramente de jacarandá e prata amaldiçoada.

Havia ainda outras coisas naquele cofre, algumas delas menos bonitas de se ver. A Mão da Glória, que Draco usara no sexto ano para alcançar um meio de atingir um fim, repousava, empoeirada, em uma prateleira ao lado de uma tigela cheia de pedras rúnicas que haviam pertencido a Malfoys de gerações passadas.

Olhando para esses tesouros, Draco enfiou a mão no bolso da calça, só para confirmar que a pedra rúnica de Hermione ainda estava lá. Sua mão se fechou ao redor dela, reconhecendo a suavidade familiar, exceto onde o brasão dos Prewett estava gravado em um lado e a runa pessoal dela no outro. Kenaz...

Virando-se para o goblin que o havia acompanhado até ali e que agora o olhava com expectativa, ele explicou: "Estou procurando algo para fazer uma aliança de casamento".

"Para a nova Sra. Malfoy?", deduziu o goblin. "Há uma grande coleção de anéis à sua esquerda".

"Não", ele protestou rapidamente. Soltando a pedra rúnica escondida em seu bolso, ele esclareceu: "Estou procurando algo que eu possa enviar a um de seus joalheiros para redesenhar uma nova peça. Quero que o produto final seja um pouco mais... moderno. Único".

"Entendo", murmurou o goblin em voz baixa. "Uma peça de exibição para uma senhora de exibição. Tenho algumas sugestões, nesse caso..."

Durante a maior parte de uma hora, Draco e o goblin de Gringotts vasculharam o local. Depois de ter uma amostragem decente de possibilidades, Draco olhou para a mesa conjurada no meio da sala para examinar sua seleção. Tirando a pedra rúnica de Hermione do bolso, ele a colocou cautelosamente sobre a mesa ao lado de um punhado de gemas, com os olhos piscando para ela, de volta para as joias e depois para a pedra.

Iluminação, aquisição e aplicação de conhecimento, exploração de paradigmas na busca da verdade, a luz interior. Draco havia consultado o livreto que sua mãe lhe dera quando ele se comprometeu com o pacto de sangue, Runas e Simbolismo, para encontrar e memorizar aquele trecho. O número de vezes que ele havia lido a página sobre a runa de Hermione era impressionante.

Por um momento, ele hesitou sobre a ideia de criar um anel de rubi e esmeralda para simbolizar suas duas casas de Hogwarts. No entanto, algo nisso parecia muito infantil.

...A luz interior.

"Estes", ele decidiu, apontando para uma coleção d e fragmentos de alexandrita. "Vou levar estes."

O goblin fez uma pausa: "Uma escolha... incomum. Vou enviá-las ao joalheiro para ver o que ele pode fazer por você."

"Eu também gostaria que elas fossem verificadas, para garantir que não haja encantamentos nelas. Por via das dúvidas." Embora duvidasse que houvesse algo de nefasto nelas, ele não achava que Hermione fosse gostar da ideia de pedras preciosas imbuídas de encantamentos de fertilidade ou algo parecido.

This, Too, Is Sacred | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora