Rony gostava de pensar que era igual uma nuvem, no céu flutuante sem que ninguém preste muito atenção, até que em algum momento tudo fique cinza e todos o notassem.
Se sentia assim durante os últimos dias, fazia algumas semanas desde de que o relacionamento problemático de Draco e Harry venho a cair de um penhasco sem fim, que convenhamos estava fadado ao fracasso, já Hermione se enfiou de cabeça no relacionamento com Pansy, que Rony não tinha nada contra a um tempo, a sonserina passou a ser para ele só alguém inconveniente que ele prefere a maior distância possível, seus irmãos estavam vivendo suas vidas e seus amigos tinham coisas mais importantes para fazer do prestar atenção nele, ele não os julgava, sabia e entendia os irmãos mas as vezes ele só se sentia tão sozinho em meio a tanta gente que parecia assustador.
Não é como se Rony realmente se importasse, sempre foi assim, Rony nunca foi o centro das atenções e nem nada do tipo, com 7 irmãos você aprende rápido que você dificilmente vai ser o centro das atenções, e convenhamos, que ele não via nada de especial em si. Ele era um cara legal, mas não era nada muito além disso, ele se acha de certa forma um tanto irrelevante.
Com o cenário caótico que a casa Weasley funcionava o ruivo aprendeu a apreciar o silencio e realmente passou a gostar de ficar sozinho, somente sozinho conseguia desenvolver suas ideias e opiniões, entender o que era realmente uma opinião dele ou não, foi ficando sozinho que ele renunciou a tantas coisas que ele nem realmente se importava, ele só não sabia exatamente como voltar atrás de tantas atitudes erradas.
Como com Draco, que por vezes disse palavras cruéis para ele sem se importar em saber sobre a vida dele, e quando soube, Rony se culpou intensamente, ele pensou realmente em falar com Draco, mas como faria tal coisa? Chegaria e falaria "hey Draco, fiquei sabendo da sua vida de merda, desculpe por ser rude por tantos anos!" isso não aconteceria, não mesmos, então preferiu só seguir o fluxo.
E em pouco tempo os dias se tornaram um intervalo sem fim sufocante que se assemelham a flutuar, igual as nuvens, todos os dias eram iguais, então ele resolveu se envolver nessa nuvem e esperar que tudo ficasse cinza. Temia que nunca saísse desse limbo, lógico que tais pensando eram particulares seus, pois ninguém se importaria com coisas desse tipo. Por Deus, ele associa sua tristeza com nuvens!
Entretanto em meio a esse furacão de sentimentos estranhos e conflitantes ele se vê uma vez por semana livre para ser ele mesmo, sem ser o amigo de Harry Potter que, sim era alguém legal, mas que era capaz de partir o coração do garoto que amava por futilidade, sem ser o ex namorado de Hermione Granger que não acompanhou seu ritmo e foi abandonado, sem ser o Weasley sem nada de especial, uma vez por semana ele era livre para ser somente ele, para falar sobre o que quisesse sem se importar com nada.
Nas quintas Rony tinha aula de história da magia, junto com a Sonserina, normalmente as aulas de história da magia são chatas, mas as quintas eles tinham o dia da redação, sugestão da Hermione em uma aula. As redações eram de tema livre, podiam conter qualquer tema, porém cada qual lidava com as consequências do que dissera.
Todas as redações tinham de estar na mesa do professor as segundas, as quartas o professor chamava alguns alunos para pedir que que lessem seus pensamentos em classe, normalmente 2 ou 3 alunos que se disponham a escrever realmente, Rony sempre estava entre eles, desde a primeira semana.
Escrever não era difícil para ele, era só pegar a pena e o pergaminho e começar a colocar tudo que carregava dentro de si durante os 7 dias que compunham uma semana, às vezes as linhas ficavam tortas no pergaminho e volta e meia a letra ficava inclinada por cansar de escrever, coisa que Hermione julga imperdoável, por ventura tentava usar palavras diferentes, logo abandonado a ideia, e usando palavras simples, suas redações não eram muito compridas, mas eram o essencial para que dissesse tudo que queria, assim poderia ser ouvido, somente com palavras simples, Rony se colocava a frente da classe e lia, lia todos os seus pensamentos mais secretos, que sempre deixava a sala silenciosa e em choque, Ronald Weasley sabia fazer mais do que comer frango.