Capítulo 41 || A Ruptura

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cara, eu não me orgulho muito do que sou capaz de fazer, mas juro que faço tudo pensando na recompensa que vem depois. 

obrigada a CecySazs, pela betagem e por apoiar esses trajetos incertos. 

Sol também, obrigada por me convencer de que ser cruel nem sempre é tão sério assim. 

Aos leitores, boa sorte. 

[...]

Narrado por Kirishima Eijirou

É isso, eu realmente fiz o que vim para fazer e, pelo visto, tive aprovação plena do júri; no caso, Katsuki, que era a única opinião que me importava.

Achei que seria fácil focar na minha coreografia problemática de uma semana, mas quase não consegui respirar quando vi a pessoa que eu mais esperava nessa noite. Ele está lindo, o que não é novidade, mas sua expressão vidrada em mim a cada segundo daquela performance me fez um tanto narcisista por alguns instantes.

Convenhamos, tentar agir como ele me deu algumas provas do que é realmente apreciar a admiração sobre si, o quanto é bom ser reconhecido e aclamado. Na verdade, não me interessavam os gritos de outras pessoas, os flashes das câmeras e os aplausos antes do fim. Eu só conseguia pensar nele e fazer aquilo para ele, ninguém mais.

Saber que não fui um fracasso só torna tudo melhor, apesar de ser assustador lidar com tantas pessoas desconhecidas me chamando pelo nome inteiro, fazendo perguntas que nunca pensei responder um dia. Simplesmente, me vi em pânico com o grupo que me rodeou ao sair do vestiário para chegar no salão. A maioria dos dançarinos já havia se trocado e ido curtir a festa, mas, por sorte, Ichiro estava por perto e foi gentil daquela maneira dinâmica de sempre, me abraçando e falando alto enquanto andava a passos largos, sem permitir que os outros me parassem mais uma vez.

Foi um alívio, mas não maior do que finalmente ter a oportunidade de cumprimentar a estrela do evento. O número um que me aguardava — com uma cara não muito boa —, sorrindo ao me receber em um abraço. Preciso até pular um pouco para me encaixar melhor, pois os saltos deixam Bakugou mais alto do que já é, ainda que eu não esteja reclamando nem um pouco, pois suas pernas realmente merecem o destaque...

Ele me abraçou possessivamente e eu nem consegui disfarçar o quanto isso me agradou, sequer pensei nas teorias que as pessoas poderiam começar a criar sobre nós, sobre a possibilidade de sermos mais do que colegas de trabalho, mas, no fim das contas, realmente já passamos dessa fase.

Percebo nas palavras de Ichiro, o qual eu quase esqueci que ainda existia ali, o quanto ele tenta se impor em alguma coisa, travando olhares com Katsuki de maneira intensa, coisa que não me agrada tanto assim... Eu não queria ser ciumento sem nem ter algo para ter ciúmes, mas confesso que fica cada vez mais difícil pensar que Bakugou é desejado por uma fila imensa de gente.

Em breve, talvez antes da meia noite, eu já possa ter reunido confiança suficiente para deixar as coisas claras ou, ao menos, jogar a proposta arriscada que venho estudando junto com toda a preparação desse show.

A apresentação já foi, agora só falta uma coisa.

Eu mal tenho tempo de conversar com todos os meus amigos adequadamente, pois quando Ichiro lança um comentário — muito mordaz para o meu gosto — para Katsuki, ele não hesita em apertar minha mão e sair andando, seja lá para onde.

Apenas o sigo, como um planeta na galáxia que venera o sol por todos os lados, ignorando a minha própria pergunta sobre o destino enquanto escolho ver com os meus próprios olhos.

É quase como se ele adivinhasse que eu só precisava de um momento com ele, mais ninguém, porque nem pude conversar por mensagens o dia inteiro. Por quanto tempo eu ainda precisaria aguentar? Nenhum, porque ele parece sentir exatamente a mesma dúvida perdurando consigo mesmo.

My Heartbeat || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora