Obscuro

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Damon, ao ler o bilhete que estava na mão de Lizzie, ficou enfurecido. Não conseguia acreditar que James faria uma coisas dessas. Sabia que ele não era uma pessoa boa, mas não achou que iria tão longe. Confuso, ele se indagou:

"Como ele sabia de Lizzie?! Ela disse que não se conheciam. Será possível que ela tenha feito algo pra chamar a atenção dele?"

Damon olhou para o sofá e viu Lizzie deitada sobre ele, desmaiada, porém com uma expressão de sofrimento, de tristeza. Damon amassou aquele papel com seu punho, estava completamente louco. Jurou jamais perdoar James, jurou fazer ele pagar pelo que havia feito. Damon ficou com Lizzie, esperando ela acordar. Estava preocupado, mas achou melhor deixá-la dormir pois devia estar devastada com aquele acontecimento.

Quando Lizzie finalmente acordou, Damon estava lá, parado, olhando para ela. Ao olhar para o rosto de Damon, Lizzie viu uma expressão de tristeza, de angústia. Foi nesse momento que ela chorou, relembrando o que havia acontecido. Damon se aproximou dela, com uma tristeza enorme ao vê la daquela maneira. Tentou a confortar.

"Lizzie...eu sinto muito."

"Obrigada Damon..."

"Queria poder fazer algo..."

"Ter você aqui é o suficiente." Disse Lizzie, com os olhos cheios de lágrimas.

"Vamos achar ele, nós vamos consertar isso."

"Consertar?"

"Sim, nós iremos vingar ela."

"Eu quero isso. Mas isso não vai consertar nada, não vai trazê-la devolta..."

"Você está certa...me desculpe. Mas ainda assim, não deixarei ele sair impune disso."

"Você não entendeu. Não vai trazer ela devolta, mas já é um começo." Disse Lizzie com uma cara assustadora.

Damon ficou assustado ao ver Lizzie daquele jeito. Nunca imaginou que aquela menina meiga seria capaz de dizer tal coisa com uma expressão tão intensa.

Após isso, começaram a falar sobre o que havia acontecido pois Damon ainda não sabia de nada que havia se passado, apenas sabia que a mãe de Lizzie havia sido morta. Ele precisava de saber tudo que tinha acontecido pra ter uma idéia do que fazer em relação a James.

"Lizzie, entendo se não quiser falar sobre isso agora mas...poderia me contar o que aconteceu exatamente?"

"Vou contar, mas vou dormir um pouco...estou com uma dor de cabeça muito grande."

"Tudo bem, descanse, depois conversamos."

Lizzie dormiu a tarde toda. Quando finalmente acordou, contou Damon o que aconteceu.

"Eu acordei cedo e me arrumei pra vir aqui conversar com você, mas decidi passar no hospital antes de vim. Quando cheguei lá, tinham muitas pessoas dentro do hospital. Eu estranhei aquilo, mas fui ver minha mãe, normalmente. Quando cheguei na porta, tinham policiais lá dentro com o Dr. Dominguito. Quando o doutor me viu, ele veio conversar comigo, ele estava com uma expressão triste. Logo percebi que algo tinha acontecido com minha mãe. Perguntei o doutor o que tinha acontecido, ele hesitou um pouco pra me responder. Finalmente ele disse, com uma voz fraca "Lizzie...sua mãe morreu...me desculpe." Eu não entendia como aquilo era possível, ela tava melhorando, tinha acabado de acordar do coma."

Lizzie abaixou a cabeça e ficou em silêncio, o único som que Damon ouvia era o som das lágrimas de Lizzie atingindo o chão.

"Lizzie, não precisa continuar com isso. Isso não precisa ser agora."

"Não, me deixe terminar...como eu dizia, ela estava melhorando, então não fazia sentido que ela morresse assim do nada. Perguntei ao doutor o que havia acontecido e ele disse que não tinha explicação. Ela estava bem, aí um enfermeiro entrou para dar a ela um remédio pois ela tinha reclamado de algumas dores de cabeça. Uns quarenta e cinco minutos depois ela tinha falecido, não sabiam como aquilo tinha acontecido. Eu exigi vê la, então o doutor tirou todos do quarto e me deixou sozinha com ela. Chorei muito tempo em cima dela...não agüentei ver ela lá daquele jeito...até que percebi um pedaço de papel debaixo de seu travesseiro, a ponta estava pra fora. Era o bilhete que tava na minha mão quando cheguei, presumo que já leu ele."

"Sim, eu li...mas os médicos não sabem como aconteceu? Ela não tinha alguma marca nela? Nada?

"Não, nada."

"Então como isso aconteceu?"

"Eu imagino que tenha sido algum tipo de veneno que não deixa indícios, que o tal enfermeiro injetou."

"Mas porque acha que foi o enfermeiro?"

"Porque de acordo com o doutor, ele foi o único que entrou lá, e ninguém o conhecia."

"Entendo...bem, achamos que devemos levar isso até a polícia, afinal, temos provas."

"Não!"

"Não? Porque não?"

"Nós vamos resolver isso, não a polícia."

"Porque diz isso?"

"Por dois motivos...o primeiro é que eu quero pessoalmente fazer aquele canalha sofrer pelo que fez. O outro é que James tem a polícia comprada. Não leu os dois lados do bilhete?"

Lizzie pegou o papel amassado que Damon colocou na mesa, virou ele, e mostrou para Damon. "A polícia não pode te ajudar." Era o que estava escrito.

"Meu deus...não acredito nisso. Até a polícia está envolvida?" Disse Damon.

"Era de se esperar, não é nenhum segredo que a polícia daqui tem vários detetives e oficiais corruptos." Respondeu Lizzie.

"Tudo bem, vamos resolver isso sozinhos então. Mas não hoje, você precisa descansar. Durma aqui, amanhã a gente começa a trabalhar."

"Não, estou bem, vamos ago..."

"Lizzie, não!" Disse Damon, interrompendo Lizzie.

"... Tudo bem então, mas começaremos amanhã cedo. É um problema pra você?"

"Não, a Nowhere não abre amanhã mesmo, é o aniversário do Rob. E você? Não tem trabalho?"

"Não, amanhã é minha folga. Começaremos cedo então...vou dormir agora pra não estar cansada amanhã."

"Tudo bem, amanhã será um longo dia. Boa noite."

Damon desligou as luzes e foi para seu quarto dormir. Assim que deitou ele imediatamente começou a pensar em como Sarah estaria, pensando em como ela estaria sofrendo com James. Logo percebeu que ela não era a única sofrendo, pois mesmo de seu quarto, com a porta fechada, ele conseguia ouvir o choro de Lizzie. Sabia que tinha que encontrar James rápido.

Na próxima manhã, Lizzie e Damon começaram logo cedo a trabalhar. Rapidamente analisaram tudo que sabiam sobre James e decidiram que a maneira mais fácil de encontrar ele seria interrogando o chefe de Lizzie, mas não podia ser na Dock's pois todos veriam, James acabaria sabendo. Decidiram seqüestrar ele. Era uma coisa errada, mas situações desesperadas exigem ações desesperadas. Então naquela noite, foram até a casa de Dock. ele estava prestes a entrar em sua casa, quando Lizzie o abordou.

"Boa noite Dock."

"Ah...boa noite Lizzie. O que faz aqui?"

"Vim conseguir respostas." Disse Lizzie, com um sorriso suspeito.

Dock estranhou o que ela disse, e quando ele menos percebeu, Damon o desmaiou com uma paulada na cabeça.

Damon e Lizzie levaram Dock para um armazém abandonado, no bairro ao lado do bairro de Lizzie. Era um lugar deserto, então ninguém iria ouvir eles lá dentro.

Quando Dock acordou ele estava amarrado em uma cadeira, com Lizzie e Damon na frente dele.

Lizzie, com um alicate na mão, disse : "Dock, você tem duas opções. Nos responde tudo que perguntarmos, ou fique calado. Na segunda opção, seremos obrigados a arrancar as respostas de você, de maneiras não muito legais."

"E então Dock, pronto pra conversar?" Disse Damon, segurando um taco de beisebol.

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