Capítulo 03.

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Henri Bellini

O susto quando eu tomei ao escutar as palavras do meu irmão de que terei uma moradora na minha casa, mas não qualquer uma, e sim aquela menina que me fez perder a pouca sanidade que eu tinha. Porque nenhum homem racional beijaria uma adolescente e ainda continuaria pensando nela por meses.

Sempre com a vontade de ter mais, de descobrir mais dela, de beija-la novamente e explorar todos os cantos desconhecidos para mim. A boca que me convidou agora terá que conviver comigo, sem poder chegar perto, sem ultrapassar o limite que já estou impondo desde agora.

Passo as mãos no cabelo pensando em como será tudo isso, definitivamente minha rotina sofrerá mudanças e não sei o quanto isso vai ser desgastante. Penso nela por um momento, será que ela está confortável com essa situação? Será que ela sente bem em vir para cá?

Eu espero que sim. Depois daquele beijo nós não tivemos mais nenhum contato, não sei se apenas ignorarei o fato daquilo ter acontecido, ou se eu conversarei com ela para esclarecer que aquilo nunca mais poderá acontecer. Que porra!

  Não consegui dormir pelas noites seguintes a essa notícia, avisei aos funcionários que teríamos uma nova hóspede, trabalhei incansavelmente para tentar desviar meus pensamentos disso, mas sempre voltava a pensar em como isso será.

O Lorenzo me apronta cada coisa.

Não sei porque ele acha que eu sou a pessoa certa para isso, sim eu sou preparado para defender qualquer um que esteja na minha vida, sei todas as regras de segurança, mas colocar ela na minha vida dessa forma? Nós dois sozinhos...

— Não pensa nisso, Henri. -Digo para mim mesmo. Como eu ficarei com ela dentro da minha casa sem pensar em qualquer besteira? Sem querer... sem querer mais? 

Balanço a cabeça para desviar esses pensamentos, não posso em nenhuma hipótese dar atenção ao que estou pensando. Sempre fui muito contido em tudo na minha vida, sempre muito centrado, não vai ser agora que isso mudará.

  Para me ajudar a desviar os meus pensamentos fantasiosos, aproveito para ter uma última noite sozinho, antes dela chegar, relaxado. Convido uma amiga para um "encontro", que não faço questão de iniciar em jantar, mas apenas no quarto. É algo apenas sobre acalmar os desejos.

— Fazia tempo que não me ligava. -Agatha, diz. É uma loira de trinta e cincos anos, gerente de uma das minhas empresas. É uma mulher muito bonita.

— Sempre disse para não esperar minhas ligações. -Falo a ela enquanto estou retirando minha gravata.

— Quis que ligasse. -Ela me diz. Retiro a minha blusa.

— E eu quero que você fique nua e se deite na cama. -Desabotoo o botão da calça enquanto a vejo dar um sorriso e começa a fazer o que mandei. Retiro o resto da roupa enquanto ela tenta iniciar uma conversa, mas me mantenho calado. Me aproximo dela, puxo ela pelo pescoço, prendendo os cabelos nos meus dedos. — A partir de agora eu quero apenas escutar você gemendo, mais nada, Agatha.

  Ela entende exatamente o que eu quero e começamos a nos beijar, sabendo exatamente o que fazer, algumas pessoas diriam que estou apenas usando o seu corpo, mas não há ninguém que esteja sendo enganado aqui. Ela sempre soube aquilo que eu procurava, assim como ela procura o mesmo.

Horas depois estou terminando de me vestir, ela está deitada na cama ainda nua, me olhando com o rosto pacífico.

— Está de madrugada, não acha melhor... esperar amanhecer? -Me pergunta.

— Agatha. -Chamo sua atenção. — Não há nada para ser confundido aqui, não acho que preciso explicar novamente tudo o que penso sobre isso. -Respondo a ela.

A Protegida - Série Família Bellini III (COMPLETO NA KINDLE)Onde histórias criam vida. Descubra agora