Azul céu

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No dia seguinte, Robin se mexeu na cama e sentiu falta de algo, ele se virou e viu que Finn não estava mais ali. Ele se levantou ainda sonolento e viu sua camisa do Mortorhead dobrada em cima da sua mesa, ele se lembrou de tudo que havia dito ontem e esfregou as mãos no rosto, se sentindo o maior idiota do mundo.

Depois de jogar uma água no rosto e colocar uma blusa de frio, ele vai até a cozinha esperançoso que Finn ainda pudesse estar ali, tudo o que encontrou foi o seu tio preparando o café da manhã

Buenos dias, pequeño. — Ele disse, vendo a cara de nada boa do sobrinho.

Buenos dias, tío. — Disse sem muita animação. — ¿Viste a Finn?

Finney? Se fue tan pronto como llegué.

Robin assentiu, não podendo esconder a expressão deprimida.

¿Sucedió algo?

Robin negou, se sentando a mesa e se servindo de algumas torradas, seu tio percebeu que ele não queria conversar e sabia que Finney, o mais velho dos Blake, podia ter a ver com isso.

Cesaro Arellano o acompanhou, logo puxando outros assuntos a mesa e o distraindo, a expressão de Robin não se alterou até ele dizer que o ensinaria a dirigir, daria alguns chutes na lata velha em frente à garagem e logo ela seria de Robin que, finalmente, pareceu animado, tomando seu café rapidamente e apressando o tio para irem logo.

Finney voltou para casa correndo assim que vislumbrou o Sol pairando pela janela de Robin, ele se levantou devagar para não o acordar e se trocou, deixando suas mudas de roupas em cima da mesa dele, ele pegou sua mochila e no caminho até a porta se deparou com o tio do Robin surpreso com sua presença, ele se sentiu envergonhado, mas o senhor Arellano não se importou, lhe convidando para tomar café e oferecendo uma blusa. Ele somente negou, queria sumir o mais rápido possível.

Já na calçada ele correu, não por medo ou algo do tipo, mas para sentir a adrenalina correndo por seu corpo como uma forma de abafar aquelas sensações que duraram desde a noite passada.

Robin gostava dele.

Ele correu mais rápido, sentindo seus pulmões doerem. Já estava meditando em bater com a cabeça em um poste só pra ver se acordava em Setealém.

Um garoto de meia idade correndo com roupas casuais como se sua vida dependesse disso. Não havia nada de suspeito, até porque não havia ninguém ali para julgá-lo, além dele mesmo.

Ele chegou em casa, se abaixando e tomando ar antes de entrar, não queria acordar seu pai de jeito nenhum, era sábado e estava cedo. Ele entrou e passou pela sala vendo Terrence Blake deitado na poltrona, desmaiado de bêbado e com uma garrafa em mãos, em outro momento teria o ajudado, mas tudo que queria era sua cama e um banho.

Em silêncio, chegou até seu quarto, fechando a porta e dispensando o banho assim que viu sua cama, se jogou em cima dela do jeito que estava e afundou sua cabeça nos lençóis o quanto podia, queria sumir, queria esquecer que um dia viveu.

Não muito tempo depois ele consegue dormir, obviamente sonhando com algo que vinha tentando esquecer desde então, ele e Robin se beijando.


O fim de semana havia se passado rápido como o vento frio que cobriu Denver.

Gwen percebia que Finney estava estranho, ele passou o fim de semana limpando a casa e estudando, não deixava tempo nem para respirar. Ele não comentou muito sobre o que haviam feito na casa de Robin, só que haviam brincado de lutinha e mascado chiclete com pipoca, o que ela achou muito maneiro.

Patética 1978Onde histórias criam vida. Descubra agora