𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐 • Departamento de Auxílio Genético

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HEMLOCK deu passos longos e firmes no chão do escritório do Diretor

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HEMLOCK deu passos longos e firmes no chão do escritório do Diretor. Ela tinha cruzado os braços, as mangas na blusa amarela juntas puxadas levemente para cima. Estava ligeiramente incomodada por estar naquela sala com paredes de vidro.

A sua frente, sentado em sua magnífica e empoderada cadeira, o Diretor do Departamento de Auxílio Genético a escarava com as mãos juntas apoiadas em cima de uma pilha de papel, provavelmente do arquivo daqueles que logo chegariam.

Ela não queria estar ali, queria poder ter saído de lá com a equipe Alpha que havia sido mandada para recolher os experimentos. Ao invés disso, havia adormecido na mesa de uma das salas enquanto trabalhava em um relatório entediante. O dia que todos esperavam ansiosamente tinha chagado. Entretanto, aquele era o dia tirado dos pesadelos dela.

— Precisamos conversar — disse David, chamando sua atenção. — O Conselho acredita que seu trabalho caiu nos últimos meses. Algum motivo em particular que eu deveria me preocupar?

— Meu trabalho é o mesmo há dois anos, é normal que achem meus relatórios entediantes — ela deu de ombros, contendo a vontade de revirar os olhos. — Ou talvez seja porque copiei as mesmas coisas que escrevi nos últimos seis.

David fechou os punhos com força, as narinas expandidas enquanto respirava fundo para não atirar nos miolos da garota. Ela parecia se divertir com sua irritação, o que o provocou mais ainda. Ele nem deveria estar surpreso, Hemlock sempre agiu daquela maneira e nada parecia ser capaz de mudá-la — nem mesmo a genética.

— Estou recebendo muitas reclamações sobre você nos últimos tempos — disse ele, analisando-a friamente. — Estou sendo cobrado por mudanças. Não gosta mais dos laboratórios visuais?

— Gosto, mas fico entediada — respondeu, pensativa. — Preferia quando ainda fazia parte da equipe Delta e podia ir para a Margem.

— Esteve em provação nos últimos três meses — lembrou.

— E já não provei que tenho capacidade para voltar? — retrucou, se inclinando para frente. — Fiz tudo o que me mandou. Você mesmo diz que não tenho serventia para os Laboratórios. Por que não posso voltar?

— Sabe o porquê. — David suspirou, cansado de discutir com ela. — Alpha já deve tê-los pegado e estão a caminho. Estou te colocando com Matthew para se certificar de que eles não saiam do controle.

— Matthew sempre foi o seu menino de ouro, não é? — instigou, sem medir as palavras que saiam como veneno de sua boca. — Que nunca te decepcionou como eu.

Ele estava prestes a falar algo, brigar com ela e dizer que não era assim, mas Hemlock foi mais rápida. Ela deu meia volta até o elevador flutuantes que poderia tirá-la dali. As portas se abriram rapidamente, então ela não perdeu tempo para entrar.

David tentou chamá-la novamente, mas não funcionou. Ele viu os lábios pressionados em raiva, parecia que ela mordia a língua para evitar mais de seus comentários espertos. Ela sabia que falar o que viesse em sua mente somente lhe causaria problemas.

PARASITE ❖ 𝐐𝐮𝐚𝐭𝐫𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora