Capitulo 2

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Era do trabalho, pra variar. O olhar de Louis me dizia " atenda esse celular, e eu arranco seu pênis fora. ", mas...

- Me desculpa amor... Tenho que atender.
- Claro que tem. - ele bufou e revirou os olhos me empurrando contra a parede.

O empurrão me fez bater as costas no registro. Merda Lou. Vi ele sair com roupão pra fora do banheiro furioso. Ainda dolorido me aproximei do celular na pia do banheiro e o atendi.

- Merda, oi. - respondi impaciente.
- Hey Styles.
- Doutora Hall... Perdão, eu... Me estressei, como posso ajudar?

Doutora Jenniffer Hall, doutorado em biologia, médica e física quântica era o que ela mais dominava. De resto ela sabia tudo, mas era por puro gosto. Mulher um pouco alta, cabelos pretos e longos e uma franjinha que até a torna simpática. Usa uns óculos de grau fundo de garrafa e nunca a vi sem seu jaleco e calças jeans largas. Uma excelente profissional que é minha superior a cinco anos.

- Preciso de você no consultório, é urgente.
- É... Não vai dar. Hoje eu estou de folga e preciso ficar com meu marido aqui, abres que ele me mate. - disse rindo sem jeito.
- Deixe-me esclarecer algo, não é um pedido, doutor. - a voz dela soou rude demais - É uma ordem. Não era nem pra você e seu... Marido estarem aqui sobre nossa proteção. Eu sou sua superior e você vai estar aqui em vinte minutos, certo?

Fiquei um tempo sem responder, sentindo um olhar esfaquear minhas costas. Me virei e era Louis, vestindo uma camisa minha com os cabelos quase loiros caídos sobre o rosto, a borda dos olhos avermelhadas e ele iria chorar. Suspirei sorrindo fraco e desligando o celular. Foda-se o trabalho, eu sei muito bem que devo nossa segurança a alguém mas a ela não.

- Não vou a lugar algum... Não faz essa carinha.
- Vai.
- Lou, eu...
- Harreh, vai. As vezes eu esqueço o tanto que você é pressionado dos dois lados. - ele fungou dado ao choro que havia engolido. Ele se aproximou de mim ficando na ponta dos pés e aproximando seus lábios da minha orelha. - Quando você chegar em casa eu vou... - ele disse e logo começou a sussurrar em meu ouvido tudo que faria. Com certeza um bom motivo pra voltar o mais rápido o possível.
Após isso ele se afastou e foi ver tv, eu fui me secar e me vestir, logo descendo as escadas e indo até o sofá deixando um beijo na testa de Louis e logo saindo após sussurrar um boa noite.
Quando cheguei no consultório, ninguém estava lá. Apenas Doutora Hall. Acenei e ela me chamou com o dedo enquanto olhava o telescópio.

- O vírus se modificou diante um célula que coletamos de um dos moradores. Mas ele morreu a duas semanas, no lado de fora do muro. - ela disse me dando espaço pra olhar.
- Bom, primeiro, boa noite. E segundo, por que eu? - respirei fundo olhando na lente. O vírus estava ali diante de duas células. Uma delas foi atacada, já a outra não. Infelizmente aquele material seria descartado rapidamente antes de ser mais examinado, mas mesmo assim era extraordinário.
- Como você sabe, amanhã cedo eles vão recolher as contaminações do laboratório, então quero que escreva e anote tudo que conseguir sobre isso. E guarde. Vamos chegar em algum lugar com isso. - ela me olha seria e eu assinto.
- Como as coisas estão lá fora?
- Um caos. Está se espalhando como uma gripe, Harry.
- Faz tanto tempo que não vejo lá fora que nem levo isso tão a serio.
- Bom, lembra que eu disse que q célula era de um morador. Esse é o morador, lá de fora gravado pelas câmeras.

Então ela ligou a tela do laboratório e o que eu vi fez meu coração pular. O meu vizinho, senhor Jon, estava olhando fixamente na câmera. Tanto a pupila como a íris estavam brancas, meio esverdeadas, seus dentes estavam podres e deformados e eu podia ver porque a boca se abria para soltar um tipo de rugido. Suas mãos se contorciam conforme ele andava e olhava envolta. A pele estava escura, com algumas manchas. Um zumbi, eu diria. E minha boca se abriu. Pensei em Louis, que adorava sair e olhar as flores do lado de fora do muro.

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