5. A chuva que não passou

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Mais um capítulo!!
Espero que gostem e que comentem o que acharem deste capítulo.
Boa leitura!

Um raio de sol entrava pela janela do quarto de Steve.
Robin estava deitada, de barriga para baixo, com a cabeça apoiada no peito dele.
Steve foi o primeiro a acordar, olhava para Robin, com um sorriso de admiração.
Ela abria lentamente os olhos, iluminados pela luz que a janela deixava entrar. Deixando os seus olhos azuis, transparentes com o raio do sol que lhes incidia diretamente. Tinha olhos lindos e, estavam focados só nele.
Um sorriso aberto, que fazia Steve ficar feliz por ser o motivo do seu sorriso.
"Bom dia, kiddo!" - disse Steve ainda com uma voz rouca de sono.
"Bom dia, Harrington!" - respondeu Robin com a mesma voz cansada.
Desta vez foi Steve a sorrir.

Steve emprestou uma t-shirt sua a Robin, para que ela vestisse algo lavado.
Robin ficava muito bem com as suas roupas.
Steve puxou-a para si para um beijo lento. Ela acelerou-o e abraçou o rapaz com alguma necessidade. Este retribuiu o abraço, levando-a para o carro, desta vez iam mesmo para a casa dela.

Chegaram à rua de Robin, esta sai do carro, despedindo-se de Steve pela janela do condutor.
A t-shirt que vestia, era demasiado grande para o corpo dela mas deixava-a muito bonita.
Ele não a deixou ir assim, agarrou no seu pulso e voltou a puxá-la para si.
"És linda!" - disse beijando a sua bochecha. Soltando-a para que ela fosse para casa.

Mais tarde, Steve estava a jantar com a sua mãe, quando recebeu uma mensagem de Robin.
"Vamos sair hoje?"
A vontade de Steve era dizer-lhe que sim, que a queria só para ele, mas sabia que seria complicado.
"Acho difícil, mas já te digo alguma coisa." - acabou por responder.
A mãe de Steve gostava muito de Robin, naquele dia perguntou por ela.
Steve respondeu que ela tem estado bem, que não tinha acontecido nada de novo. A mãe de Steve sorriu com as boas notícias e disse:
"Sabes que eu acho que tu e a Robin se fazem muito bem um ao outro. Devias pensar nisso..." - assim que disse isto, piscou-lhe o olho.
Steve começou a rir, e só disse:
"Mãe?? Ela é só minha amiga! Nem consigo vê-la de outra maneira."
No entanto a sua mãe não pareceu convencida, continuando a rir-se da sua suposição, que no fundo, não estava errada.
Ela fazia-lhe bem! Ele gostava de acreditar que lhe fazia bem a ela! Mas não podia haver um "se" nesta conversa, já havia um demasiado grande.
Para ele, eram quase família e era errado.
Tudo aquilo estava a destruí-lo de uma maneira impossível de aguentar, a única forma dele se sentir melhor, era ao pé dela.
E era isso que ele ia fazer!
Respondeu-lhe à mensagem com:
"Não quero saber se posso ou não, vou na mesma, encontramos-nos aí às 00:30!"
Estava a ficar impulsivo e imprudente, mais um indício de que nada disto poderia acabar bem!

Steve começou a andar até casa dela, enquanto estava em chamada com ela, para haver provas de vida, caso ele não conseguisse passar daquela noite.
As pessoas que andavam na rua àquela hora, eram um pouco duvidosas, para não falar da quantidade de cães que ladrava quando ouvia movimento na calçada.
Steve estava a chegar, desligou a chamada e esperou que Robin saísse de casa.
Ela saiu de novo pela janela do seu quarto, deixando-a entreaberta para que conseguisse voltar a entrar.
Saiu muito devagar para não fazer qualquer barulho, que pudesse acordar os seus pais.
Depois, desceu a rua a uma velocidade mais rápida, para evitar ser vista.
No final da rua, encontrou Steve, que a esperava com uma camisola e umas calças de ganga, na sua opinião, estava com roupa a mais.
Steve abraçou-a com força, um abraço bastante carinhoso.
Caminharam algum tempo de mão dada, só a andar sem destino algum.
Steve mudou-se para o lado de fora do passeio, para que Robin ficasse mais segura do lado de dentro. 
Acabaram por ficar no mesmo banco de jardim.
Steve sentou-se puxando Robin para o seu colo.
Robin pôs um sorriso matreiro na cara, quando se deixou cair sobre ele.
À sua volta, não se ouvia nada, à exceção do vento de outono que abanava, ligeiramente, as copas das árvores.
Steve beijou-a com carinho e necessidade, não queria voltar a largá-la.
Robin puxou Steve para mais perto de si, enquanto o beijava loucamente.
As mãos dele passeavam pelo corpo de Robin, enquanto esta lhe cravava as unhas nas costas, por baixo da camisola.
O clima estava a ficar mais tenso, apertões com força faziam ambos estarem próximos do seu limite.
Steve fez questão de manter Robin sempre a uma distância mínima do seu corpo quente.
Robin continuava a provocá-lo, ele respondia como se o estivesse a torturar, contorcia-se quando ela lhe tocava.
Steve não lhe queria dar o prazer de ser só ela a fazê-lo "sofrer".
Levantou-se com a rapariga no colo, dando meia volta e sentando-a no banco. De seguida, sentou-se ele por cima.
Robin esboçou um sorriso. Puxou a orelha de Steve para perto dos seus lábios e sussurrou com uma voz rouca:
"És de quem?"
Ele riu nervoso e apanhado de surpresa, no entanto respondeu-lhe com uma voz cansada e rouca.
"Teu!"
Robin puxou-o para um beijo rápido, acabando depois com o selinho.
Começaram a sentir gotas de água a cair sobre as suas cabeças e apressara-se a abrigar-se.

Encontraram um prédio com varanda, onde se conseguiram abrigar da chuva.
O barulho da água a cair no asfalto da rua, era o único som que se ouvia às 4:40 da madrugada. A rua estava vazia e silenciosa, eles sussurravam para não acordar ninguém.
"Estás bem com isto?" - perguntou Steve.
"Como assim?" - perguntou indignada Robin.
"Perguntei se estás bem com...isto." - Steve fazia um movimento com o braço, apontando alternadamente para si e para ela e para o espaço mínimo que os separava.
"Estou normal! Acho que é o que se quer." - respondeu-lhe ela.
Steve, porém, não ficou muito convencido com a sua resposta, mas acreditou ao máximo nas suas palavras.

Não parava de chover, todavia eles tinham que se separar, antes que os pais acordassem e não os vissem em casa.
Steve colocou o capuz na cabeça e meteu o de Robin, para que ela não apanhasse chuva.
Ela sorriu e ficou a olhar para ele durante um tempo, ele olhava de volta para o fundo dos seus olhos azuis, cinzentos à luz do luar.
Da cara de Robin escorriam gotas de água, do caminho que tinham feito até ali. Steve não conseguia tirar os seus olhos dela.
Das pontas do cabelo dela, pingavam pequenos vestígios de chuva.
Steve estava também, com o cabelo todo molhado, tinha-se esquecido de meter o capuz com a pressa de fugir à chuva. A água que tinha no cabelo, escorria-lhe pela face deixando-a fria e brilhante.
Robin queria aquecê-lo, queria dormir bem junto dele outra vez. Mas não podia, em vez disso deu-lhe um abraço bem apertado, um abraço que não pretendia desfazer tão cedo.
Robin deu um beijo molhado no pescoço de Steve, correndo para a chuva.
Steve correu atrás dela.
Ele conseguiu apanhá-la. Agarrou-a, pela cintura, e a abraçou-a por trás.
A chuva continuava a cair sobre eles, como se todo o mundo estivesse contra eles, mas não lhes importava, eram eles contra o mundo.
Dançaram sem música, rodopiando sem deixar que a chuva os afetasse.
Corriam pelas ruas molhadas, salpicando as roupas com a água das poças.
O único salpico que lhes interessava, era um pequeno salpico de amor que partilhavam...

Obrigada por lerem.
Espero que tenham gostado, peço desculpa a demora para publicar este capítulo, mas pronto.
Gosto muito de vocês, obrigada por tudo.
Mais capítulos a caminho...
-Mar Falcão-

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