Contrato

Zelena Mader

— Emma, você já está a um mês nesse trabalho e à um mês você reclama que não tem tempo para nada! - Ruby comentou enquanto cortava seu bife no prato.

— Eu sei, eu sei... Mas é que ela é tão... Argh! - Emma gesticulou com a mão de maneira expressiva e jogou o guardanapo na mesa.

— Ainda não entendo porque você largou a faculdade para ir trabalhar como secretária!

— É uma ótima oportunidade Rubs... Regina é extraordinária, trabalhar para ela e ter acesso a suas agendas dá uma visão mais ampla do mundo executivo. - Fugiu do assunto da faculdade, Emma não queria ter que explicar seus motivos, não queria expor seus pais.

— É extraordinariamente insuportável você quer dizer não é? - Ruby a corrigiu enquanto olhava para a amiga.

— Apesar disso... - Respondeu concordando e segurando a risada. — Ela é muito boa em seu trabalho, ela só é um pouco exigente e arrogante as vezes. - Deu de ombros e voltou a comer sua comida.

Emma já estava trabalhando a um mês para Regina e já havia presenciado inúmeros ataques de raiva da executiva. Diversos objetos quebrados, papéis rasgados e xingamentos que a secretária nem se quer conseguia entender, já que eram proferidos em uma língua a qual nada compreendia.

Apesar de toda arrogância da CEO, Emma permaneceu firme no emprego, mesmo sabendo que quando chagasse em casa, todo o peso das palavras frias da mais velha povoariam sua mente. Isso aconteceu algumas vezes, e na primeira semana foi quando Emma havia ficado mais afetada.

Emma certamente precisava de um apartamento mais perto de seu novo trabalho, as conduções públicas sempre a deixavam a beira de se atrasar, e naquele momento não estava sendo diferente. Um enorme engarrafamento na principal que deixava Emma apreensiva com o que ia encontrar quando chegasse no escritório.

O pouco que conhecia de Regina Mills era que ela odiava atrasos, não aceitava desculpas para tal ato de irresponsabilidade, e não poupava palavras para brigar com quem o cometia. Por isso, Emma tinha pavor de se atrasar, mas infelizmente, ao olhar em seu relógio viu que estava exatamente 2 minutos atrasada.

Respirando fundo ela se dirige a sala de sua chefe e bate três vezes. As pontas de seus dedos estavam brancas de tanto que apertava a pasta em suas mãos, sua boca seca por conta da ansiedade e a sua nuca estava com leve gostas de suor por ter corrido do ponto até ali.

Quando a voz rouca lhe respondeu com um simples "entre", Emma respirou fundo e abriu a grande porta de madeira preta, ela a deixou aberta enquanto caminhava até a mesa da CEO, para caso ocorresse um assassinato, as pessoas pudessem ouvir os gritos e chegar a tempo.

— Está atrasada. - A voz rouca proferiu sem nem ao menos olhar nos olhos verdes.

— Me perdoe senhorita Mills, certamente não irá mais acontecer! - Disse a loira apreensiva, seu pulmão parecia não aceitar mais ar dentro dele, pois todo ar que entrava não saia.

— Não, não irá mais acontecer. - Ela se levantou devagar e caminhou até a loira. — Trabalhe normalmente, ao final do dia recolha suas coisas e não precisa mais voltar. - Ela pegou os papéis da mão da loira com agressividade e virou-se para voltar a sua mesa.

— Mas... você não pode fazer isso! Foi apenas um atraso, uma vez! - Emma começa a se desesperar, ela não podia ser demitida, não assim, ela já havia feito vários planos para usar o dinheiro, seus pais precisavam daquele dinheiro, ela precisava daquele dinheiro!

— Eu posso fazer o que eu quiser, senhorita Swan! Se a senhorita não tem se quer a responsabilidade de aparecer no horário certo, não tem porque trabalhar aqui! - Disse com um tom sério e um pouco mais alto que o normal. — Além disso, você tem me sido inútil esses dias, para não dizer incompetente! - Exclamou raivosa se aproximando novamente de Emma. — Veja estes papéis! Sua caligrafia é terrível, você não entende o que está fazendo! - Rasgou os papéis e jogou em cima da loira. Emma sentiu seu peito doer juntamente com uma vontade de chorar, havia passado a noite toda sem dormir tentando organizar os horários que estavam uma bagunça por conta dos últimos três meses sem uma secretária fixa. Ela julgou ter feito um bom trabalho, mas agora estava tudo desfeito, diante de seus olhos, e sem um bom motivo. — Saia da minha sala antes que eu perca minha cabeça e... Argh! Só saia!