[Ainda não revisado]
Ao chegar em casa após um dia cansativo de aulas, Finn acreditava que um bom banho e dormir até o dia seguinte seria a solução dos seus problemas mas o seu alarme mental o lembrou que este teria trabalho na casa de Billy, seus planos teriam que ser adiados pra outro dia se não quisesse notas baixas no boletim.
Sua rotina repetitiva chegava a ser cansativa e desgastante, era sempre a mesma coisa: ao chegar em casa contemplava a horrível figura do pai alcoólatra ou da irmã sofrendo violência física, se odiava por em momentos assim não fazer nada além de sentir o corpo travar, tudo aquilo não era muito para um garoto de apenas quinze anos? A vida era injusta as vezes.
Sentiu seu celular vibrar na clara indicação de notificações, apenas pela barra pode perceber que se tratava de um número desconhecido entretanto a mensagem "não é um velho de 70 anos, sou eu,o Billy;)" o convenceu a abrir a conversa com um leve sorriso de divertimento.
"Isso estranhamente me convenceu, Irei salvar o contato"
Em seguida mensagens contendo o endereço do Showalter e informações a respeito do trabalho que fariam chegavam em seu aparelho como chuva no inverno, uma curiosidade um tanto engraçada, agora com o número de Billy, Finney tinha no total três contatos salvos no telefone, sentia que era uma grande conquista.
Enquanto estava no banho gostava de pensar que suas preocupações e tensões musculares desciam ralo a baixo juntamente com a água do chuveiro, talvez fosse um pensamento reconfortante
Finney vestiu algo casual e buscou os materiais que iria precisar, em uma breve troca de mensagens com Billy Showalter ele já sabia exatamente o que não precisaria levar.
— pai, eu estou indo fazer um trabalho na casa de um colega, não sei exatamente que horas vamos finalizar — Finney sentia que estava falando com um desconhecido, que aquele era apenas um homem alcoólatra que morava debaixo do mesmo teto que o seu, palavras de afeto não existia naquilo que as pessoas chamavam de "relação de pai e filho"
O Blake tocou a maçaneta da porta, parando apenas pra escutar as palavras do homem mais velho
— claro, você e a sua irmã sempre estão de passeio por aí. Apenas não volte tão tarde — a voz um pouco embolada indicava que Terrence já havia dado início a bebedeira matinal. Aquilo deixava o Blake em um nível absurdo de frustração, não adiantava, nem mesmo caso se ajoelha-se implorando para o pai abandonar o álcool, Finney sabia que não seria atendido.
O garoto deu as costas e conferiu o endereço do colega no telefone, procurando atenciosamente os pontos de referência que ele havia lhe passado, não seria tão difícil encontrar a residência do Showalter.
— se continuar tão focado no celular vai acabar dando de cara com um poste.— Finney procurou a voz jovial com o pensamento que pertencia a alguma pessoa que passava por ali, mas não foi bem isso que ele encontrou. O que ele viu foi um garoto moreno, de cabelos lisos na altura do ombro, olhos castanhos e usava uma bandana em sua cabeça. Além de sustentar um sorriso divertido em seus lábios
Um fantasma.
Estranhamente era poucas vezes que conseguia encontrar um fantasma da sua idade que vinhesse falar consigo, era como se o tal desconhecido soubesse que podia ser visto.
Finney buscou ignorar o espírito e seguir em frente, ou se atrasaria para iniciar o trabalho. Não seria bem visto se o verem falando com o nada, já era considerado estranho o bastante pelas pessoas que o cercavam
— eu sei que consegue me ver,você não sabe disfarçar muito bem.— o fantasma zombou rindo levemente, aquele garoto era interessante. Desde que se entende por espírito nunca havia conseguido nenhum contato direto com algum ser humano, talvez aquela fosse a sua chance pra resolver o que tanto estava pedente.
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Fantasma sem vestígio
AléatoireFinney Blake amaldiçoava o dom que possuía ao mesmo tempo que acreditava que este lhe seria útil um dia. Foi quando conheceu Robin Arellano, um fantasma que não tinha lembranças de como havia falecido e sem nenhuma informação a respeito de si mesmo...