Castle Byers

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Demora três semanas para curar e ele sente dor como uma cadela por quase duas, mal comendo para evitar o inferno do banheiro. Ele faz uma pausa dos caras durante esse tempo. Olhar para Mike dói ainda mais do que ter sua bunda rasgada. Mike pergunta a ele o que está errado algumas vezes, percebendo o quão sensível está Will ao andar ou sentar. Will não diz nada, mas sabe que seus amigos descobriram. Ele pensa nas palavras de Jason enquanto observa Mike beijar Onze e suas mãos coçam com a necessidade vibrante de tocá-lo. Se apenas uma vez...

Ele encontra os olhos de Jason do outro lado do refeitório. Jason está franzindo a testa. Will dá de ombros. Jason balança a cabeça, quase triste e desvia o olhar, conversando com seus amigos do time de basquete, ali quase todos já estiveram na boca de Will.

Semanas depois, quando Will promete a Mike que vai à sua festa de aniversário, Mike o abraça com força, cheio de alegria, e o corpo de Will dá um solavanco. Ele esqueceu como era estar nos braços de Mike, como ele cheirava bem, como se sentia maravilhoso. Ele fecha os olhos e se deixa afundar no abraço. É quente e seguro. É Mike, e Mike é um pouco como um pedaço do seu céu. Ele inspira e por um segundo finge que é digno de Mike e que Mike também o ama. A sensação de felicidade o preenche, aquilo é tudo que ele deseja. Apenas um segundo de felicidade roubada. Mike sabe que o abraço é muito afetuoso, que Will fica em seus braços por muito mais tempo do que qualquer garoto deveria ficar nos braços de seu melhor amigo, mas ele não diz nada. Ele deixa Will descansar em seu ombro por aqueles longos segundos, deixa Will ter esse pequeno momento e Will ainda o ama com todos os pedaços de seu coração em cacos.

Já é tarde quando todos saem e apenas Mike e Will permanecem no porão. Mike está completamente perdido nas memórias, pensa em todas as sessões de D&D que jogaram ali. Eles se tocam jogando videogame, as articulação entre as mãos nos controles próximos. Eles cresceram e no velho sofá estão tão perto, seus ombros estão se tocando e o calor de Mike o encharca.

Mike se vira para olhar para Will e Will franze a testa.

— O que?

Mike dá uma tragada no baseado.

— Nada. É que... não acredito que você faz todas essas coisas... quer dizer, eu te conheci, você era fofo e pequenino... Não que você não seja fofo agora. Você ainda é, mas é diferente. É uma pena que você seja um cara.

A sobrancelha de Will se abre: — Eu teria uma chance se eu fosse uma menina?!

Mike acena: — Você é fofo. É uma pena que você tenha um pau. - As palavras de Mike conseguem ser reconfortantes e duras. Chapado Mike não tem a dimensão do que acabou de despertar, ele reforça a ideia de que Will nunca será digno dele ao mesmo tempo que o enche de esperanças vazias.

— Você não tem que prestar atenção nisso. — Will se apressa para dizer: — Você pode ignorá-lo. Eu poderia ser uma garota para você.

Mike balança a cabeça: — Não... eu não gosto de anal. É nojento. Eu não fodo portas de bostas. Eu gosto de buceta.

Will dá de ombros, pegando o baseado, está tão esperançoso que nem assimila a ofensa: — Um buraco é um buraco...

Mike olha para ele com curiosidade: — É assim que você se vê? Um buraco?

— Nenhum dos caras nunca reclamou...

Mike ri: — Você realmente é uma prostituta, não é?

— É... uma puta! — Will sorri devolvendo o baseado para Mike, a esperança e o querer encobrem o insulto, se é que há insulto sem insultado: — Gosto de usar meu corpo e ajudar meus semelhantes!

Stranger Things: Will Byers uma mente devoradaOnde histórias criam vida. Descubra agora