Pessoas são como cebolas

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Hello guys, como estão? Espero que bem!

Sim, voltei com mais um capítulo (sem revisão), e sim, mantive ele dentro daquele limite de +/- 5k de palavras, como dito antes, pra não pesar tanto a leitura e não demorar tanto pra postar, ok? Aos poucos os novos personagens vão surgir (a grande maioria já tem destino definido). 

Espero que vocês gostem do capítulo de hoje! 


(...)


Pessoas são como cebolas

Pessoas eram como cebolas: cheias de camadas que provocavam choro em todos aqueles que quisessem cortá-las sem as devidas técnicas. Jeongguk é um bom exemplo disso. Se por um lado ele conseguia brincar com o fato de ter sido sexualmente assediado pela esposa de um contratante de serviços, ir para festas, beber, beijar e transar, zombar de seu melhor amigo, falar muita merda e ficar sem tomar banho por preguiça — não era frequente, já que ele adorava se sentir limpinho —, por outro, ele também conseguia colocar o óculos para leitura no rosto e encher seu caderno com as anotações coloridas, cheias de mapas mentais e frufruzinhos de Cálculo Numérico, uma das nove matérias que tinha naquele semestre do curso de Engenharia Mecânica. Era complicado ser um aluno dedicado, quando se tinha uma vida tão maluca quanto a dele.

Viver em um dos quartos da pensão onde ele vivia era apenas o começo do abismo que era sua vida na capital: Jeongguk não tinha espaço para nada, porque o quarto tinha apenas um vitrô para a entrada de ar no muquifo com cheiro de mofo, uma cama de solteiro que quase não cabia seu corpinho de um e setenta e oito de altura, e uma estante esquisita, onde ele colocava o notebook velho para fazer os trabalhos da faculdade, sentado em uma cadeira de ferro que tinha resgatado do lixo de um barzinho. Suas malas ficavam parte nas prateleiras de cima da estante, e parte debaixo da cama.

O banheiro era compartilhado com os outros vinte moradores do lugar, sendo que cinco eram universitários, contanto com o próprio Jeon, e o restante eram velhos solteiros e aposentados, com comportamentos detestáveis. Ele não tinha nada contra idosos, mas já tinha sido assediado por um velho safado naquela porra de banheiro, então tinha motivos para odiar o lugar, certo? Bom, por conta do assédio, ele optou por começar a tomar banho de madrugada antes de todos acordarem, e por conta disso, só conseguia banhos gelados, já que a água quente só era ligada quando a dona da espelunca acordava.

E quando ele saía para a faculdade, tudo o que conseguia comer era uma fatia de bolo e um copo de café, em um foodtruck que tinha na praça perto da SNU, antes de passar na lavanderia que também ficava ali próxima, própria para os estudantes, e colocar suas roupas para lavar durante o período em que assistiria às aulas. Como passava o dia todo fora, ele dependia das promoções dos restaurantes para comer, mas cá entre nós, se fosse obrigado a ficar o dia todo naquela espelunca, ele jamais comeria as gororobas da dona do lugar também. E de noite, depois de todo o dia de estudos e trabalho, ele ainda tinha energia para ir à academia.

Era o timing perfeito, já que conseguia manter seu corpinho em dia, e chegava na pensão tarde o suficiente para que os idosos já estivessem dormindo. No meio da rotina conturbada e do espaço nada favorável para um jovem como ele, era motivo de orgulho para o universitário olhar para suas próprias anotações e vê-las tão bem detalhadas, e olhar para o resultado que ele obteve no primeiro semestre e saber que aquelas matérias com nota máxima foram atingidas com muito esforço, dedicação e vontade, de sua parte.

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