𝗕𝘂𝗹𝗹𝘆 𝗶𝗻 𝗹𝗼𝘃𝗲 - 𝗘𝘃𝗮𝗻𝗻𝗮

2.6

O som de uma ambulância soou em seus ouvidos. Dor... escuridão.

Comoção; as vozes de estranhos vinham de todas as direções... luzes brilhantes passavam por cima. Mais dor... escuridão.

O som da voz frenética de sua mãe; alguém dizendo: "Fique conosco."

Trevas.

—

Ao ouvir o toque da campainha, Eva desceu correndo as escadas com um sorriso brilhante e abriu a porta da frente. Anna estava do outro lado com um sorriso no rosto. -Você está pronta, querida?

-Sim. - Eva sorriu alegremente.

Anna olhou a roupa da namorada de cima a baixo enquanto Eva fechava a porta da frente atrás dela. Ela estava vestindo uma blusa decotada, jeans azul escuro e botas da moda. -Você parece quente.

Eva virou-se para ela e sorriu. -Eu sei. Estou ciente de que estes são seus jeans favoritos em mim.

Anna concordou com a cabeça. -Eles são. - Ronronou, envolvendo os braços em volta da cintura da outra. Ela enfiou as mãos nos bolsos traseiros da loira e puxou Eva para mais perto de seu corpo.

Eva riu da ação e olhou nos olhos de Anna. -Uh-oh. Eu conheço esse olhar.

A loira sorriu e se inclinou para mais perto. -Então, talvez devêssemos voltar para dentro e ir para o seu quarto. - Anna propôs.

-Isso soa bastante atraente... - Eva começou. Anna encostou o nariz no pescoço de Eva, distraindo-a temporariamente. -Mas me prometeram uma surpresa.

-Ah, isso mesmo. - Anna disse, fingindo se lembrar. Ela se inclinou para trás e olhou nos olhos de Eva. -Eu prometi, não é?

-Eu acredito que sim. - Ela passou os braços em volta do pescoço de Anna e olhou para a loira. Anna estava lhe dando aquele sorriso que fez suas covinhas estalarem e absolutamente derreteu o coração de Eva. Esse era o sorriso dela; o sorriso que Anna só tinha para ela.

-Eu te amo, Eva.

-Eu também te amo, Anna. - respondeu Eva. Só que essas palavras não estavam sendo ditas a Anna. Eram apenas palavras vazias que escaparam dos lábios de Eva quando ela acordou do sono. Eva abriu os olhos, lembrando onde estava; o saguão do hospital. Anna. Tinha sido um sonho. Sua namorada nunca tinha ido até sua casa para buscá-la. Ela nunca descobriu o que Anna havia planejado para elas. Ela nunca apareceu porque foi baleada. O pensamento instantaneamente fez o coração de Eva afundar em desespero mais uma vez. Anna foi baleada. Entre seus pensamentos perturbadores, Eva sentiu o perfume da mãe e percebeu que estava usando o ombro de Constance como travesseiro. Ela estava exausta de tanto chorar e adormeceu. Eva levantou a cabeça lentamente.

-Querida, você está bem? - Constance perguntou baixinho.

-Alguma notícia? O médico voltou? - Eva perguntou cansada.

-Não, querida. Eles ainda estão em cirurgia.

Eva olhou para o relógio pendurado na parede. 1h23. Anna estava em cirurgia há mais de duas horas.

Eva olhou para o saguão quase vazio do hospital e viu Mario andando de um lado para o outro ansiosamente enquanto Hermione se sentava com Tommy e Liam. Os dois garotos estavam sentados um de cada lado dela, descansando suas cabeças em seus ombros. Tommy parecia estar dormindo, mas Liam ainda estava acordado, os olhos vermelhos de tanto chorar. À esquerda, algumas cadeiras abaixo, Chris e Madison estavam sentados em silêncio, de mãos dadas. Eva podia ver as velhas marcas de lágrimas escorrendo pelo rosto do jovem.

Um tiro no abdômen; isso era tudo que eles sabiam. Eva só podia imaginar os ferimentos que Anna havia sofrido e todos os diferentes cenários que estavam passando por sua mente a estavam deixando louca de preocupação. Ela queria ver a namorada. Ela queria desesperadamente vê-la.