"fogo"

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Os agentes esperaram até o sinal de Samuel para entrarem no prédio, Erin, Arthur e Dante ficaram do lado de fora, na van, mirando na janela indicada pelo agente da ordem que tinha acesso às câmeras.
Ao entrar no prédio, se dirigindo até o apartamento pontuado, Kaiser e Tristan já esperavam (não tão pacientemente assim) para entrarem na residência, antes de ouvirem uma voz distorcida.

— Ae' rapaziada, tem um manin' aqui que está meio suspeito.— Samuel diz pelo walkie talkie.

— Suspeito como samu?

— Ah Kaiser, ele ta' todo sujo de vermelho, tem um sacão' preto nas costas e está subindo aí, ah, ele já está aí já.

—MERDA SAMUEL — Kaiser se altera virando para o corretor, ao se virar bate de frente com o fatídico rapaz suspeito, o homem usava uma capa amarela manchada com muitos jatos e respingos de sangue, os sangues novos se misturavam com os antigos e formavam um cheiro e aparência horrível. Assim que os olhos do homem misterioso avistam os de Kaiser, o mesmo rapidamente tira de sua capa um borrifador com uma substância preta dentro. Ele borrifa o conteúdo no ar e sai correndo para as escadas de emergência.

Kaiser tentou se mover em direção ao homem, mas ao inalar a fumaça preta, caiu no chão junto ao Tristan. A última e única reação de Kaiser antes de desmaiar totalmente foi puxar o gatilho de sua pistola e torcer para ter acertado o alvo.
                     ✩

— Kaiser?? Kaiser, ACORDA!!

O cabeludo tomou um grande susto ao ser acordado daquela maneira, ele se sentia tonto e com náuseas, suas pernas tinham um leve tremor e seu corpo uma dor desconfortante por ele todo. Ao abrir mais seus olhos, pode ver uma forte luz em seus olhos, Dante estava a sua frente, segurando sua cabeça e vendo sua pupila com uma pequena lanterna de bolso.
Ao seu lado, estava Tristan bebendo algum líquido guardado em uma garrafa, sendo segurada com dificuldade, Beatrice estava ao seu lado fazendo carícias em seus longos cabelos.

— O que — O cabeludo pigarreia para tentar uniformizar sua voz — O que aconteceu? Eu não entendi nada.

Kaiser Cohen pergunta notando sua voz ainda um pouco mais grave, cansada e arrastada.

— Vocês desmaiaram, esse cara que o Samuel falou espirrou alguma poção ou coisa do tipo. — Beatrice diz calmamente, oferecendo uma garrafinha também ao Cohen.

Dante bufa e passa as mãos pelo rosto, era uma forma de extravasar sua desaprovação.
— Isso é uma droga! Se eu estivesse com vocês eu poderia ter pego um pouco de amostra dessa poção, talvez poderia ter impedido vocês de desmaiar e, nós poderíamos DE UMA VEZ POR TODAS acabar com isso, poderíamos ter um antídoto, encontrar uma forma de sermos  imunes a essas coisas. — O garoto estava totalmente alterado, ele falava com as sobrancelhas franzidas totalmente em frustração.

— Relaxa Dante, o Tristan e o Kaiser estão bem, o terrorista não vai voltar mais para cá. Na próxima vamos conseguir um resultado melhor. — Agora era Erin quem falava, ela estava em pé vigiando o local, ela coloca uma mão no ombro do loiro abaixo de si para conforta-lo.

— É cara — Kaiser se levanta, agachando para pegar sua arma no chão, proferindo um "huum" ao sentir dores em sua coluna por abaixar. — Vamos voltar pro' Suvaco Seco, temos que relatar isso para o Veríssimo.
Kaiser começa a andar em direção a saída enquanto liga novamente sua escuta para, caso necessário, falar com Samuel, e então começa a prender seu cabelo em um coque.

— Vocês já investigaram o local?

— Já sim Kaiser, eu e o Arthur já fizemos isso. — a ruiva diz.
— E qual o relatório?

— Não tem nada de anormal, todos os moradores parecem estar bem, o terrorista sumiu do mapa, mas antes de sumir ele invadiu um apartamento, tem um rastro de sangue até a janela da residência, mas não acho que ele tenha pulado de verdade.

— Nós não estamos tão alto, por que você acha que ele não pulou? — O cabeludo perguntava ainda andando, sendo seguido pelo resto dos agentes.

— Porque não tinha sangue algum no chão, mesmo de uma altura mínima ele deveria ter deixado um rastro, ele já estava machucado antes, ele sumiu Kaiser, desapareceu mesmo.

Eles estavam na mesma sala onde se encontraram mais cedo, os agentes da missão "falhada" se atualizaram de tudo o que aconteceu em seu tempo fora.
Uma gangue de terroristas atacaram uma escola essa manhã, essa gangue era a mais cruel de todas, os agentes da Ordo Realitas acreditavam fielmente que eram essa mesma equipe que fornecia os rituais e armas para massacres dos outros terroristas mais "jovens" e "inexperientes".

— Mas isso é impossível Veríssimo! nós tentamos e falhamos inúmeras vezes, nós NÃO conseguimos pegar eles! — Tristan diz, ele parecia mais frustrado do que zangado, todos ali pareciam.
Veríssimo olha para todos na sala, especificamente para Kaiser, ele parece procurar uma resposta nas feições do outro, o cabeludo não olhava em seus olhos (como também não olhava no das outras pessoas) mas Veríssimo podia sentir que o mais novo o entendia, entendia a resposta que o senhor procurava, Cohen enfim direciona seus olhos rapidamente para o rosto do grisalho e nega minimamente com a cabeça, dando espaço para o mais velho enfim ter sua resposta.

— E é por isso que precisamos de ajuda, Tristan. —Kaiser colocou o rosto entre as mãos, decepcionado. Será que verissimo não podia entender que isso era uma péssima ideia?
— Nós não conseguimos pegar eles, não com o nosso nível de conhecimento da história do "outro lado". Vamos pedir ajuda, porque é isso o que pessoas inteligentes fazem, quando precisam de orientação, elas pedem.

— Mas nós já somos os melhores agentes — Tristan fala a — De quem vamos pedir ajuda?
— Vocês tem que ser totalmente profissionais agora, deixar de lado toda raiva e passado de vocês, porque somente uma pessoa pode nos ajudar.

— Meu Deus Sr. Veríssimo, o senhor está me assustando.

Arthur, que ainda não tinha se pronunciado, finalmente fala e olha atentamente ao mais velho.
— Vocês vão encontrar um velho amigo da ordem, ele vai servir de grande ajuda, mas precisam ter cuidado—  o mais velho é cortado no meio de seu monólogo pelo garoto a sua frente, Kaiser começa a falar:

— Isso é ridículo, Verissimo nós não vamos fazer isso.

—Sim, vocês vão. Se quiserem viver, se quiserem que os inocentes vivam também.

— Ele não vai ajudar. — cohen retruca

— Ele também não tem escolha, ele é inteligente, vai escolher o lado certo.

— E se ele não escolher? E se ele estiver envolvido nisso? — Veríssimo solta uma risada anasalada, e então começa a falar:
— Kaiser, olhe o que você está falando, nem mesmo você acredita nisso. Isso não é uma discussão. Ou concordam com a missão ou caem fora, então, qual vocês vão escolher?

Kaiser respira fundo fechando os olhos e claramente pensando na sua proposta, ele abre os olhos e se vira em direção aos seus companheiros, eram tantas coisas que passavam pela sua cabeça que nem mesmo ele conseguia descifrar, ele então volta o olhar para o mais velho e diz:

— Ok, estamos dentro, mas depois não diga que eu não avisei.

Leeches || joesar Onde histórias criam vida. Descubra agora