Regulus Black quer ser livre (Capítulo único).

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Regulus queria gritar, ele queria chorar, espernear, fazer qualquer coisa incrivelmente infantil que deixasse claro como ele estava com raiva, com raiva da sua mãe, com raiva de seu pai, com raiva das suas primas e com uma raiva enorme de Sírius.

Ele ainda se lembrava dos gritos de Sirius enquanto sua mãe marcava aquelas palavras na sua pele.

“Traidor do sangue”

Regulus queria esquecer aquela imagem, queria esquecer como seu irmão foi embora sem nem ao menos olhar para trás, Regulus não poderia culpá-lo totalmente, mas ainda sim culpou, ele culpou Sirius por se afastar e o deixar sozinho, ele culpou Sirius quando Walburga lhe lançou um crucio por que Regulus disse que não queria se casar com a noiva que ela escolheu.

Claro que o casamento aconteceria só daqui uns quatro anos, ainda sim a ideia enjoou Regulus profundamente.

– Eu fui mole com o seu irmão – Regulus se lembra de Walburga resmungando – não vou cometer esse erro com você.

Regulus se sentia doente e ele não tinha a quem correr procurando ajuda porque o seu único amigo tinha a vida mais fudida que a sua, ele não iria perturbar Severus com mais problemas.

Ele se sentia preso em uma gaiola, exposto tentando sustentar a imagem perfeita que Walburga queria, toda manhã quando ele se olhava no espelho ele odiava o'que via, sempre que sentia Belatrix o vigiando como um cão de guarda ele queria vomitar.

Ele se sentia se afundando em um poço de incertezas e insegurança, se desgastando com a imagem que tinha que carregar. Todos na sonserina o admiravam, no posto de poder e superioridade ele perdia apenas para Malfoy, mas puta merda, como ele queria apenas passar despercebido.

Então teve aquele dia.

Estava ensolarado e quente, ele se lembra de ter batido na Mansão dos Potter’s e ele tinha plena consciência de que parecia um lunático, ele estava com olheiras, seu cabelo parecia um ninho de passarinho, seu rosto ardia e seu lábio estava cortado, ele havia levado um tapa no rosto, Walburga era mais forte do que parecia.

James atendeu a porta.

Os dois se encaram, James parecia estar se perguntando se aquilo era real ou não.

O garoto estava usando somente uma bermuda… somente James Potter poderia ser tão sem classe ao ponto de atender a porta usando só uma bermuda.

– Preciso falar com o Sirius – Regulus diz passando a mão pelo cabelo e tentando parecer menos doido e adotar uma pose mais austera.

James pisca algumas vezes então diz:

– Ele saiu com Remus.

Régulos solta um suspiro automaticamente se arrependendo de estar ali, era óbvio que o inbecil ia estar com o namoradinho dele. Ele se vira para ir embora mas a mão de James segura seu pulso.

– Calma… – ele diz – você quer entrar? Pode esperar aqui, eu estou sozinho em casa mesmo, e acho que ele não vai demorar muito.

Regulus aceita o convite, afinal ele não tinha um mar de outras opções, e voltar para casa não era uma opção.

O garoto se senta no sofá espaçoso, a sala era grande e bem iluminada. Ele vê Potter caminhar até um balcão e encher um copo com um líquido vermelho vivo.

– Você quer? – ele pergunta para Regulus – é tipo um coquetel… tem morango.

Regulus se limita a um acenar de cabeça aceitando o copo. Aquela coisa provavelmente tinha álcool, o que explicava o porquê de Potter estar parecendo meio aéreo, mas se fosse pelo gosto Regulus nunca imaginaria aquilo, parecia que ele estava bebendo um suco de morango concentrado.

Minha gaiola (Starchase)Onde histórias criam vida. Descubra agora