𝒳𝐼𝒳- O Baile de Máscaras parte III

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𝐿𝑦𝑎𝑛𝑎

Meu coração batia forte enquanto eu me lembrava dos acontecimentos dos dias anteriores. O observando soltar minhas mãos e ir embora, deixando o ar gelado envolver novamente minha pele.

Mesmo eu me recusando muitas vezes a aceitar isso. Anthon era a pessoa em que eu mais confiava. E mesmo com toda irritação que o humano me causava, eu ainda me sentia feliz em vê-lo.

Quando retornei a corte Noturna, eu o convidei para um jantar no Rita's. Sua presença deixava o ambiente extremamente mais leve, ou seria sua fragilidade perante ao novo mundo que o rodeava?

Anthon se vestia melhor e se portava ainda melhor. Mas a essência era do mesmo pirata sujo que havia nos resgatado de Hybern.

Em algumas de suas histórias Anthon mencionava Mor, o que me deixava estranhamente incomodada com a aproximação dos dois.

Mas naquele dia ele não conseguia parar de falar na jornada que o esperava. Em como meu irmão estava providenciando o navio perfeito para sua partida em busca de Lucien.

Eu o contara de como eu planejava viajar em busca de manuscritos e tutelas em magia, em toda Prythian, e também nas terras mortais.

Foi quando Anthon me convidou para zarpar com ele em poucos meses. Confesso que minha primeira reação transmitia uma certa empolgação. Seguida pela negação e por meus deveres ali.

Por mais que eu quisesse, agora laços sem volta me prendiam ali, e eu não podia partir.

E agora, eu me encontrava sozinha, vendo-o voltar para o salão, e enquanto as luzes voltavam a iluminar o ambiente, Eris me chamou, parado na ponta do corredor:

— Lyana, está na hora.

☪ ☪ ☪

As luzes do salão iluminavam mais forte o local. Música tocava e casais dançavam pelo salão enquanto eu e Eris desciamos as escadarias laterais.

Seu olhar estava sério e curioso com o que iria acontecer dali pra frente. Ele se despediu enquanto caminhava até Helion.

Avistei Feyre dançando enquanto dividia o peso de seu corpo com Rhys.

Estendi minha mente em busca de Surya. E em busca de Anthon. Mas não havia mais sinal dos dois.

Alguns minutos depois os músicos pararam, enquanto o grão-senhor da corte Diurna subia em direção a uma área mais elevada do salão.

Todos os membros das cortes o cumprimentaram com um aceno. Todos eles estavam ali, inclusive Beron e sua esposa, que usava um véu que escondia seus hematomas, mas eram perceptíveis para quem conseguia sentir.

Helion estendeu as mãos e retirou sua máscara, entregando a um servo que o acompanhava:

— Grão-senhores! Grã-senhoras! E amigos.... — Começou o grão-senhor se ajustando para um possível discurso.

Todos ali presentes o encaravam com atenção, alguns sabendo do que se tratava toda aquela recepção calculada para não haver erros, devido a tamanha imoralidade a ser ali revelada:

— Espero que estejam a vontade em minha casa.

Alguns murmúrios de aprovação surgiram.

Beron o observava como se espreitasse uma preza, observando sua postura e suas falas.

Continuei meu caminho andando em direção a Helion. Ainda estendendo minha mente a procura deles. A procura dele.

A energia confusa de Anthon se concentrava alguns metros a esquerda, parada, também observando com atenção. Sentir aquilo me fez subir um calafrio pela espinha que nem o manto de pele foi capaz de me esquentar do frio:

Corte de Luz e Sombras - Livro 1 - Fanfic ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora