Sendo o amor minha vida

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Izzy Stradlin

Vou dirigindo o mais rápido possível até a casa de Cher. - obviamente respeitando as leis - Uma má sensação vem me consumindo, exatamente como naquele dia. Sinto meu coraçã a mil, batendo forte e acelerado. E a adrenalina junto com o desespero me consumindo.

Chego na frente na casa de Cher e estaciono. Sei que está em casa, pois seu carro está estacionado.

Saio do meu carro a todo vapor, e vou até a porta. Está tudo escuro, somente luz do poste iluminando a rua.

- Cher - começo a bater de leve na porta - Você está ? - não ouço nada - será que ela saiu sem o carro ? - sussurro para mim mesmo em dúvida.

Sem desistir, colo meu ouvido na porta e ouço um barulho de algo cair. Tem alguém em casa.

- Cher... Me responda, por favor- a chamo, e não sou respondido - Cher, sei que tem alguém, não precisa fazer silêncio.

- VAI EMBORA, IZZY, POR FAVOR - sua voz sai trêmula.

Me dou ouvir aquilo, mas persisto.

- Cher... Vamos conversar, por favor - peço quase implorando. Estou muito preocupado com ela - Não vai ter mais brigas, te prometo.

Não ouço mais nada por alguns segundos, mas esse silêncio é cortado com o som de vidro quebrando.

Puta que pariu, o que está acontecendo ali dentro ? Porra, porra, porra.

- O que foi isso, Cher ? - minha voz sai em um tom de desespero - O que aconte... - sou interrompido.

- PORRA, LUNE. VAI EMBORA, VAI SER FELIZ. SÓ ME DEIXA.

Como assim ser feliz ? O que isso significa ? Que porra que essa mulher tá falando.

- Como assim ser feliz ? Que porra tá acontecendo, Cherlisie ? Abre essa merda - bato mais vezes na porta, mas sem sucesso.

- POR FAVOR, QUERIDO - eu fraquejo ao ouvir o "querido" - SÓ SE LIBERTE.

Me libertar ? O que ela está falando ? Cher fala como se fosse uma escravidão, uma peste, não sei.

- Cherlisie Davillier - tento ser firme, mas acabo falhando - Se você não abrir essa porta nos próximos trinta segundos eu arrombo essa porta - e começo a contar mentalmente

Não quero fazer nada forçado, mas parece que é o jeito.

Conto os primeiros dez segundos, e nada.

Conto mais dez, e nada.

Conto até o trinta, e nada.

- Cher... - falo comigo mesmo - você não me deu outra escolha. - digo por fim forçando a porta frágil de madeira que logo se abre.

Assim tenho visão do local, me sinto fraquejar.

Cher está na pior. Seu vestido está ensanguentado, seus braços estão quase inteiramente mutilado. O cenário ao redor é devastador. Uma pequena fogueira que ilumina as inúmeras seringas e restos de substâncias ilícitas pelo chão, que está com vários resquícios de sangue e vidro quebrado.

Cherry Gun- Izzy StradlinOnde histórias criam vida. Descubra agora