A chama do impecável

Entre esqueletos e espadas

Era visível a expressão de medo de Karocho através da sua face pálida e dos membros trémulos. No entanto, o mesmo estava destemido e preparado para o pior, nesse momento, Fukushū responde;

Fukushū: Não há necessidade, rapaz. Também não tenho interesse em ti.

Karocho: Ele ainda pode aparecer! NÃO BAIXES A GUARDA!!

Fukushū fica abesbílico e sai de imediato. Karocho então acompanha-o, sabendo que  o mercenário seria uma mais-valia para a sua proteção, e este como teria, finalmente, depois de tantos anos e anos daquilo, outra vez alguém ao seu lado.

Eles vão em direção à taberna denominada Perola Nojenta para receberem uma missão. Entram, e sentam-se ao lado de um homem com a barba por fazer, uma barriga que preenche a camisola larga, esta que está cheia de nódoas de gordura, fumando, e ainda, com uma pose muito confiante, inclinado para trás com as pernas cruzadas, com os olhos focados no seu precioso cigarro, rodeado por homens fardados e armados. Esse homem com voz rouca e demorada diz:

Homem: Então, és o Fukushū, correto? Queria-te dar uma missão de extrema importância, que tem um excelentíssimo pagamento. Aceitas, mercenário sombrio? - ao proferir estas últimas palavras mostrou num cheque a estimada quantia que rondava as 4000 slifinas.

Fukushū: Se o pagamento é assim tão bom, aceito.

Karocho: Ó atrasado, não me perguntaste se achava bem - dizia isto enquanto os outros dois falavam, baixinho, acerca da rotina e habitação do alvo.

Fukushū: Entendido, se assim o diz conseguiremos encontrá-lo ainda hoje.

E fazem-se ao caminho em busca da recompensas, apesar de Karocho estar indignado. 

Ao chegar....

Os dois ficam perplexos com o tamanho do castelo que outrora servira muitos monarcas agora destruído e esquecido com o seu passado glorioso ainda lembrado. 

Karocho: Então é aqui?

Fukushū: Sim, chegámos às ruínas.

Karocho: Ainda bem que é de dia, se não, não entrava aí nem MORTO.

Rapidamente, Fukushū denota uma silhueta de, aproximadamente, 1,80m de altura que foge, habilmente pelos destroços e grita "Rápido" para Karocho. Com medo de perderem o alvo,  ambos saltam para a ação e seguem-no. Ao entrar um corredor comprido que dava a uma poltrona que ficava em baixo do ponto de encontro de duas escadas laterais que se convergiam, a entrada era grandiosa com tetos altíssimos, corredores larguíssimos, moveis, que apesar de serem feitos de mármore, estavam alguns cheios de pó e alguns desfeitos em pedaços. Subitamente, o homem mascarado muda de direção, desce umas escadas, situadas em baixo de uma torre, acessivel pelas escadas convergentes, e dirige-se para o calabouço do Castelo.

Fukushū: Á porra! Cuidado!! Isto é escuro! Tens algum isqueiro ou fósforo contigo?

Karocho: Tenho sempre uma caixa de fósforos no meu bolsinho - dizia trémulo

Fukushū pega num pedaço de madeira e em trapos que estavam ali perto, e faz uma tocha. Mesmo ambos sabendo que a tal tocha não duraria o suficiente, era a sua melhor opção. Eles seguem pelo calabouço, mas desta vez devagar, atentos,  até se depararem com uma catacumba, ao atravessarem, sentem um mau presságio e no fundo vêm uma luz, ao aproximarem-se observam um humano com o uniforme, sobretudo e máscara negros. A máscara que contém dentes dourados, e que é parecida à de Fukushū.

???: Caíram mesmo na minha armadilha, RESURRECTIO.

Subitamente esqueletos começaram a sair do chão e mortos-vivos de dentro dos buracos da catacumba. Apesar de que, com um único balanço de espada morriam, a situação piorava pois eram muitos e cada vez mais, Fukushū deixa a tocha no chão e corre em direção aos alvos, enquanto Karocho o suporta de longe. No entanto, o ser misterioso continua a fugir e o mercenário sombrio faz um sinal ao colega para o perseguir, "e caso fossem os dois, passado um tempo haveria tantos inimigos que seria impossível cuidar da saúde a tantos" - pensou Fukushū. De repente Karocho, ao persegui----lo entra numa sala engolida pela escuridão e todas as tochas acendem.

Karocho: Daku, desiste, vamos-te capturar.

???: Daku? O meu nome é Kane. 

Karocho: Então quem é o Daku?

Kane: A sério?! O Daku é o meu companheiro.