Fukushū, o mercenário silencioso

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             Numa noite escura de outubro, num carreiro da floresta errante que continha árvores extremamente altas e arbustos tão densos que não se conseguia ver o outro lado, passava um cavaleiro sombrio de nome Fukushū. Este que possui cabelos longos e pretos como a noite e olhos negros como a escuridão, carrega consigo uma máscara pendurada na sua face e uma cicatriz profunda no seu olho direito. A sua armadura é intrespassável, digna e, ao mesmo tempo honrosamente assombrosa, e enverga na cintura uma longa e temida espada denominada Dākusōdo, a qual muitos assustavam-se ao ver de perto.

Mas, escondido através da sua rigidez e objetivo, estava um trauma...Ele vagueia pelo carreiro desta enorme floresta sozinho quando, de repente, ouve um grito

Inicialmente, ele decide ignorar, pois já não era a primeira vez que aquilo acontecia. Mas, alguns segundos depois, ele volta a ouvi-lo, desta vez, mais agudo. Nesta altura, ele começa a ficar ansioso, pensando que só bastava mais um para matar a sua curiosidade.

Sucedendo ao segundo grito, ele finalmente ouve o terceiro. Fukushū mal ouve e salta logo para à ação, correndo para onde os seus ouvidos o guiam.

Durante a sua perseguição, ele evidencia que o espaço entre cada grito ficava cada vez menor. Até que, a partir de uma certa altura, não se conseguia ouvir mais nada. Mesmo assim, já sabendo exatamente a direção que devia percorrer, o mercenário continuou a seguir o seu caminho.

Ao cabo de alguns minutos de procura, depara-se com uma mulher debruçada numa poça de sangue sem a cabeça. No chão que continha duas notáveis pegadas, ao revistá-la superficialmente, denota que devido a posição da mulher e de uma bolsa que encontra por perto, Fukushū percebe que ela tinha sido muito provavelmente revistada. O seu corpo está de barriga para cima, Quando a bolsa nem se apresenta manchada, ao lado esquerdo da vítima. Um erro ingênuo cometido por parte do ladrão.

Quando ele revista a malinha, repara que ainda havia algum dinheiro e joias. Ao parar para pensar, ele chega a conclusão que o que mais parecia fazer sentido é que aquele ladrão roubou algo confidencial ou perigoso, para si mesmo ou para outro alguém, por tê-la deixado assim. Ele também aproveitou a situação para roubar algumas joias e dinheiro, apenas para não parecer suspeito, antes de mandar a bolsa para a mancha vermelha.

Apesar daquilo, Fukushū segue o caminho como estava a fazer antes, mostrando um exacerbado desinteresse. Naquele momento, a única coisa que lhe captou a atenção foram as pegadas, pois pareciam ter sido desleixadamente deixadas por um ser com 2 pés direitos

Encontrando-se no seu destino, Fukushū esperava ,impacientemente, à porta de um hotel  quase desmoronado e abandonado cujos únicos habitantes eram ervas daninhas, ervas selvagens, e narcisos floridos,  que por vezes espreitavam para a rua  caso as vizinhas deixassem, pelo próximo e habitual tipo cliente, porque para o nosso mercenário silencioso as razões que levavam a estes pedidos eram sempre as mesmas, traições e desconfianças. Ao conversar com o comprador, é-lhe transmitido que daquela vez será, simplesmente, para escoltar a mulher no dia seguinte, o que o deixa desapontado pois não é a sua especialidade, mas , mesmo assim, aceita a missão. Não há tal  coisa como dinheiro a mais - pensou ele. 

No dia seguinte:

Enquanto vigiava a carga de noite como tinha-lhe sido instruído, observou alguém a aproximar-se, avaliou esse ser de cima a baixo e reparou num estranho pormenor, o rapaz aparentava estar irrequieto e não tinha muito equilíbrio, no entanto, não foi isso que captou a atenção do temido mercenário, porque havia algo ainda mais notável, os dois pés direitos. Saltou do seu posto de vigia e foi, calmamente, como quem não quer nada, ao encontro desse homem buliçoso. À medida que se aproxima, a carga e o tal diminuem a distância entre eles, e o escoltador da carga que talvez tenham combinado algo porque pareciam conhecer-se. Pôs-se ao lado do criador das suas dúvidas e descaradamente pergunta:

Fukushū: Oi oi! Passaste ontem na floresta? Porque se sim, lamento informar que terei de te prender - disse com sarcasmo.

Ao ouvir aquilo a criatura nervosa e desequilibrada, ficou com os olhos esbugalhados de medo e, virando-se para a, aparentemente,  amiga começou a gritar e a barafustar dizendo, repetidamente: "não acreditech nessete maluque" ,  era evidente o seu nervosismo e para se proteger afasta-se, retira a arma escondida na algibeira pelo casaco e aponta em plena praça pública. Mesmo só estando eles os três ali, devido ao barulho produzido ouviam-se janelas e portas a ranger, prontas a juntarem-se porque queriam saber de onde vinha esta gritaria, por isso, fazendo jus ao nome, o mercenário saca da espada e corta o alarido pela raíz, corta a pistola, com uma velocidade tremenda que nem a carga conseguiu acreditar, para não acontecer nenhuma tolice, no entanto, surpreendentemente, o homenzinho era tão rápido que conseguiu deixar a cena do crime num instante. 

Ao segui-lo entra nos sistemas Amazy,, também conhecido como o convívio de mercenários, que alguns aproveitavam para negociarem alianças para derrotarem alguém mais valioso que o normal . A partir dali, não conseguiu acabar o que queria porque, convenientemente para o fugitivo, o sitio estava a cair aos pedaços, devido ao tabaco consumido parecia haver uma névoa e estava inundado de mercenários de meia-leca, cujos equipamentos eram ainda piores. Resumindo, pareciam todos com o que queria encontrar. Insatisfeito com o sucedido sentou-se num canto,  agarra nalguns bountys que tinha apanhado durante o dia e folheia-os um a um, selecionando cautelosamente e sossegadamente os melhores. Durante a prática do seu hobby, recebia olhares e ouvia pequenas vozes, apercebeu-se logo que eram acerca dele, mas, como o seu nome indica não retribuiu, e continuou o que 'tava a fazer.  

Ele identifica e seleciona os bountys do assassino que tinha encontrado à pouco cujo bounty é   990.069 slifinas e que se chamava Chains, além de outros procurados como L7B um ciborgue e Fluke um contrabandista com recompensas de 800.900 slifinas e 550.000 slifinas, respetivamente.

Afastando-se do seu canto, em direção à saída, choca ,repentinamente, com um homem de estatura meia, com as faces rosadas,  roupas completamente esburacadas, cujos cabelos estavam cada um para o seu lado e uma cicatriz visível no peito, que tinha uma aparente pressa, Karocho pede desculpas rapidamente, antes de se recompor e seguir caminho, enquanto um bounty hunter o persegue ( pelo menos foi isso que ele disse enquanto interpelava habilmente as desculpas do mercenário silencioso.) . Fukushū, ao reparar bem nele, reconhece-o, ele era um ladrão pouco conhecido que valia 100.000 slifinas  que tinha visto no meio daquelas recompensas todas.

No meio da confusão, aparece Chains pronto a matar Karocho, e reconhecendo a habilidade daquele ladrão, aproveita para perguntar ao mercenário silencioso:

Chains: Este alvo é meu, mas se me ajudares eu posso dividir a recompensa. O que me dizes?

Karocho: Ei! Ei! Assim não 'tá justo, então.

Fukushū: Hmmm... Não vale o meu tempo.

Karocho: Isso mesmo, ele está comigo. Nós até nos conhecemos à um bom tempo.

Chains: COMO É QUE O CONHECES?! Ele não é da tua laia! Ele tem um bounty dez vezes maior que o teu. 

Fukushū: Esta é a primeira vez que o vejo. 

Karocho: MAS EU FUI CONTRA TI E PEDI DESCULPA! Estou sinceramente indignado. Nem sem como é que não somos amigos.

Fukushū: O ponto é - nós não somos.

Karocho: Feriste-me os sentimen.... 

Chains: Chega desta palhaçada, vou matar-vos aos dois.

O bounty hunter ao tentar ferir Karocho, leva um corte limpo da espada Dākusōdo no braço e fica sem ele. Chains fica excitado, e ainda estava disposto a lutar, porém quando tentou erguer-se à frente do mercenário não conseguiu, as pernas tremiam-lhe. Saca a faca que guardava como se fosse um aviso e foge, gritando em agonia. 

E agora era Karocho que envergava uma pose de combate, joelhos fletidos, olhos atentos e faca na mão.


To be continued...






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