Prólogo

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Olá pessoas, o que acharam da surpresa?

Finalmente podemos começar a contagem regressiva oficial.
Faltam apenas 7 dias para Yours To Tame estar nas mãos de vocês.

Há algumas coisas que eu quero contar, conversar e explicar, mas vamos deixar esse papo para o fim do primeiro capítulo. Por hora vou apenas pedir que leiam com o coração aberto. Essa é uma história muito especial para mim, e que vem sendo desenvolvida há bastante tempo.

Como sabem ou não, essa é a minha primeira fanfic, então tenham paciência comigo, e relevem alguns erros.

YTT  foi pensada para ser uma história sinestésica*.

O prólogo é uma maneira de sentirem a minha escrita e espero que gostem.

Sei que muitos odeiam ler enquanto escutam música, mas garanto que elas serão muito importantes, e farão total diferença em nossa jornada. As deixarei sinalizadas entre os capítulos, juntamente com as versões escolhidas. Infelizmente algumas delas só são encontradas no Youtube.

Para os apaixonados por arte, espero que consigam absorver um pouquinho de tudo que estou tentando aplicar nessa obra.

Bom, por enquanto é só.
Nos vemos novamente dia 05/11.

Beijos e boa leitura.

***

 
***Elliot Moss – Slip***

*Camila*

Existe uma certa beleza em não existir, apenas não sentir nada.

Estava escuro, um tipo de escuridão diferente daquelas em que meus olhos se acostumariam ao se adaptar em um ambiente com pouca luz. Não existia nenhuma luz ali.

Meu corpo balançava devagar, porém estável, suave, seguindo um ritmo constante e desconhecido.

Minhas pernas se moveram involuntariamente, decididas, avançado de repente e não era como se eu pudesse controlá-las. Elas sabiam para onde ir e queriam avançar.

Meus pés afundavam em algo macio, seguindo em frente, caminhando sem dificuldade pelo que parecia vários metros. Mesmo que quisesse era inútil tentar enxergar, mas meu corpo dava sinais de percepção.

Meus pés tocaram uma superfície diferente, úmida, e uma correnteza de repente acompanhou meus passos, incentivando-os a caminhar.

O vento bateu em meu rosto e com ele o cheiro agradável e úmido, fresco, salino da brisa do mar. Eu conhecia aquele cheiro e aquilo não fazia sentido.

A água sob meus pés vinha a meu favor, me arrastando com ela.

O impulso e o peso do meu corpo não me permitiram voltar, ou reconhecer a falha diante dos meus pés. A falha que me puxou para o desconhecido.

O vento forte veio em minha direção, lançando meus cabelos contra o rosto e fazendo minhas roupas grudarem no meu corpo enquanto caía. Naquele instante, algo pulsou calmamente no meu peito.

Não era possível que meu coração batesse tão calmo em meio ao meu desespero.

Apertei os olhos quando o ar gelado pareceu cortar minha pele e minha garganta, como se a cada segundo uma parte dela fosse congelada. De repente, todas as vias respiratórias foram bloqueadas, até que não pudesse mais respirar.

Meus olhos permaneceram fechados e não encontrei forca para abri-los. Contei os segundos repetindo-os em cada dezena, esperando que aquela tortura acabasse.

Meu corpo girou rápido demais, me fazendo cair de costas. O forcei a mover-se contra o vento, mas meus braços permaneciam imóveis. Puxei uma pequena quantidade de ar pelos lábios e o ruído pareceu alto demais. O único som que existia ali, testando o que deveria ser automático para saber se conseguia respirar.

O vento começou a bater mais forte em minhas costas e eu soube que ainda estava caindo, apesar daquilo já não me assustar mais.

Gotas de água se acumulavam em minha pele e por uma fração de segundos, consegui sorrir estranhamente com a forma que a adrenalina abraçava meu corpo.

Movimentei os dedos, dedilhando as gotas que passavam por eles como seda brincando e escorrendo em minha palma. Então, um impacto provocou um estrondo alto.

Senti o peso em minhas costas me lançar para cima e não pude imaginar algo mais forte que aquilo, me fazendo soltar todo o ar restante em meus pulmões. Inesperadamente um clarão invadiu meus olhos.

Estava de volta.

Não percebi o exato momento entre o cair e o acordar sufocada, que me fizeram sentar na cama. Forcei meus olhos piscarem repetidas vezes enquanto me acostumava com a claridade e a tontura repentina que bloqueava visão por alguns segundos. Ao fundo, uma música soava insistente.

Tateei a cama quando reconheci o som de uma ligação. Meu celular estava perdido em algum lugar entre o cobertor, os travesseiros e o lençol. Quando finalmente o encontrei apertei os olhos para enxergar melhor, o som não vinha dali, mas o nome de dela acompanhado de 5 avisos de chamadas perdidas na tela, fizeram meu coração saltar.

Droga! Mas que merda, eu esqueci.

***

*Sinestesia:
Condição neurológica em que há a junção de planos sensoriais diferentes. Por exemplo, enxergar as cores de uma musica ou sentir o aroma de um toque especifico.

Twitter: hygge_mee

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