A garota solitária

oito

18 de março, quinta-feira

Escuto o terceiro alarme  tocar e pego o celular o desligando, passo a mão por meu rosto e suspiro. Não dormi nada a noite toda e por isso enrolei na cama.

Dês de quinta ando meio estranha, não sei explicar. Sexta e sábado foram dias  agitados, trabalhei o dia todo, das 7:00am até as 9:30pm. Fiz hora extra

Segunda e terça foram "normais"

Ontem passei o dia de baixo das cobertas pois estou com uma gripe do caralho, até com febre estava. Sou um pessoa que aguenta tudo, um membro quebrado, agressão, tiro, em fim, mas gripe, vírus, cólica e dor de cabeça me quebram. Fico extremamente fraca e minha imunidade baixa muito, além do meu humor ficar péssimo

Pra piorar estou tossindo. Poderia muito bem ficar em casa mas terá um trabalho hoje de história valendo 20 pontos, não tem como não ir, é pedir pra pegar recuperação

Outra coisa que tenho que atualizar pra vocês é que eu contei uma parte da minha história pro Noah e pros seus pais, senti que deveria contar então sábado de noite fui lá e falei. Eles, diferente do que imaginei, entenderam a situação e falaram que se eu precisar de algo era pra falar com eles. Dês de então venho conversando com eles todos os dias, me aproximei bastante da família Urrea

Me levanto da cama e vou até o banheiro me arrastando tremendo de frio por conta da merda da febre. Ligo o chuveiro em água morna porque não tenho coragem de tomar banho gelado. Coloco meu corpo de baixo da água e estremeço, merda

Tomo meu banho rapidamente e desligo o chuveiro me enrolando na toalha, vou até a pia e escovo os dentes.

Olho meu reflexo pelo espelho e acabo me assustando, estou pálida e com Olheiras profundas , pareço uma morta viva

Resmungo algo que nem eu mesma entendo e, por pura preguiça, saio do banheiro sem passar nada no rosto

Pego uma calça de moletom preta e um moletom preto também. Coloco uma blusa por baixo e calço meu tênis, pego a mochila e certifico-me de que está tudo certo. Lembro do meu cabelo e apenas o solto do coque mal feito e o Escondo com o capuz do moletom

Pego meu celular e sigo pra fora do quarto, apenas pego a chave de casa enquanto peço um uber, não tenho a menor condição de ir caminhando pra escola.

O uber está a um minuto daqui então saio de casa trancando a porta. Logo um Picasso C3 para em minha frente, confiro a placa e entro no carro

Motorista- bom dia, senhorita Gabrielly? - apenas assinto e acabo espirrando. Ele me olha com pena- a senhorita está bem ?

Any- sim, só uma gripe - ele assente e começa a dirigir rumo a escola -

Em alguns minutos chegamos no destino, pago ele e o agradeço descendo do carro. Olho pro grande prédio a minha frente e o tanto de alunos entrando na escola  ou conversando em grupos espalhados pelo estacionamento. Suspiro e começo a caminhar pelo estacionamento de cabeça baixa, sinto olhares sobre mim e acelero o passo finalmente entrando na escola. Praticamente corro pra minha sala que, como sempre, está vazia

Me sento no meu lugar de sempre e abaixo a cabeça na mesa, minha cabeça parece que vai explodir. Esqueci de comprar remédio então nem tem como tomar

Sobre o namoro do Beauchamp, bom, não sei muito sobre. Não nos falamos dês de quinta. Já o restante dos garotos criaram até um grupo comigo, nos falamos todos os dias, principalmente o Noah, ele parece um irmão, me lembra o Caio. Ele é o único que sabe sobre essa bendita gripe pois apareceu do nada ontem lá em casa porque a Wendy o pediu para me levar um pedaço de bolo que ela mesma havia feito e ele tambem foi com a desculpa de me entregar um trabalho que foi passado ontem ha que eu nao havia vindo na aula, mas a realidadeera que ele sabia que tinha algo errado. Alegrou meu dia aquele bolo e a conversa que tive com Urrea, ele realmente virou uma pessoa extremamente importante pra mim, não sei o que faria se o perdesse