VISENYA VELARYON
Visenya posou com seasmoke e viu o sorriso de aemond ao observá-la pular do dragão. Ela correu para ele, que a recebeu com os braços abertos e um sorriso que sempre tirava o fôlego dela. Essa não era uma visão comum para outras pessoas, mas para visenya sempre foi a única. Baela, sua prima, era a única que sabia do caso dos dois e sempre se mostrou incrédula com o relacionamento dos dois "ele não ama ninguém". Era mentira, ele a amava. Aemond nunca foi um homem de muitas palavras ou declarações a todo instante, mas quando estavam juntos, ela ouvia sussurros dos seus lábios contra seu corpo, ele era delicado com ela, sempre foi. Baela nunca entenderia. Ninguém entenderia, suas mães não tinham um relacionamento bom, seu padrasto odiava os Hightower com fervor, Aemond podia ser um Targaryen, mas ainda tinha sangue Hightower em suas veias. Aemond também não gostava dos sobrinhos ou das primas, pessoas por quem ela daria sua vida.
Não deveria ter sido possível para uma criança passar pelos guardas novamente, naquela noite, mas o castelo de High Tide estava em completo caos. O filho do rei havia sido mutilado e era o filho de sua filha, sobrinho do príncipe, que empunhava a lâmina. Foi bastante simples para Visenya deixar o vestíbulo abarrotado enquanto a atenção de seus avós estava em outro lugar como senhor e senhora do castelo, o meistre há muito que cuidava de suas primas e irmãos. Visenya sabia exatamente como sair do castelo despercebida em meio ao caos da vigilância intensificada. Uma passagem secreta divulgada a ela por seu pai, que fugia sempre com sua tia Laena. Lady Laena Velaryon sempre era citada nas histórias do seu pai, as suas primas que ela conheceu a pouco, também falavam muito da mãe, ela queria ter conhecido sua tia, ela tinha montado a maior dragão viva. Ela estava morta agora, e seu dragão estava com outra pessoa, seu tio.
Um nó subiu na garganta de Visenya enquanto ela se deitava no penhasco de onde o corpo de sua tia havia sido jogado. Sentir as pequenas gostas do mar em sua pele, era uma sensação deliciosa. Mas a descida dos penhascos era traiçoeira mesmo à luz do dia.
Ela sabia que devia está com raiva do seu tio por ter batido em baela e rhaena, principalmente por ele ter batido em seus irmãos e os chamados de bastardos. Ela era uma bastarda também, ela soltou os cabelos e deixou que o vento batesse nos fios negros, ela não se parecia com o Sr. Laenor Velaryon, mas sim com o Sr. Harwin Strong. Ela amava seu pai e ele os amava, era isso que devia importar.
Aemond sempre a tratou com carinho. Eles tinham uma conexão, ela também não tinha um dragão. Ele sempre pegava as frutas dos pés em que ela não alcançava, sorria para ela quando ela estava nervosa nas aulas de alto valiriano. Ele dizia que ela não tinha um dragão ainda porquê não havia uma dragão que fosse digno dela. Ele sempre fez com que ela sorrisse. Ela não conseguia sentir raiva dele.
Sob o barulho das ondas contra o penhasco, ela percebeu outro som: pedras se movendo sob os pés. Ela se ergueu sobre os cotovelos, com a garganta apertada – e então toda a respiração a deixou em um suspiro de alívio que foi quase doloroso.
--- Está doendo? --- Ele não respondeu. Ela não queria olhar para ele, talvez se ela tivesse ido com suas primas e seus irmãos, talvez, ele ainda possuiria os dois olhos. --- Você não devia ficar aqui fora...
--- Eu queria te ver... --- ele disse e se sentou ao lado dela. Ela sentiu as lágrimas molharem seu rosto.
--- Eu sinto muito, eu devia ter ido com eles. Eu sabia que tinha sido você, eu fiquei feliz por você, mas eu não queria ter que te defender e ficar contra meus irmãos ou ficar contra você, para defender eles. --- Ele segurou sua mão.
--- eu não me importo. Agora eu tenho a vaghar, a maior de todos. Perder um olho para tê-la, foi uma troca justa. --- Ela olhou para ele e viu o corte. Esticando a mão até em cima do olho arrancado ela tocou com mais delicadeza do que ela imaginou ter.
ele sorriu, um pequeno sorriso. Imperceptível aos olhos de alguns, mas não dos dela, ela conhecia seu tio como ninguém, gostava disso. ela segurou o rosto com carinho e levou os lábios até o corte, e beijou. foi rápido e leve, pôde sentir o gosto de sangue entre os lábios depois. Eles ficaram calados ali, apenas observando o mar.
Ela sentiu o cheiro dele, vinho e dragão. Há meses não via ele, Daemon andava muito interessado seus passeios. Eles se afastaram somente alguns centímetros e se olharam, ela tirou o tapa olho dele, queria olhar para ele como ele era. Tocou com carinho sua cicatriz, enquanto olhava para safira em seu, era hipnotizante. Ela beijou a cicatriz com reverência.
--- Senti saudades sua. --- Ele iniciou.
--- Eu não sei como vinha sobrevivendo a todo esse tempo sem você. --- Ele tocou seus lábios, ela fechou os olhos com a sensação.
Nunca conseguiu disfarçar o efeito que ele tinha sobre ela, o poder. Ela tinha medo, medo do que séria capaz de fazer por ele, para está com ele. Seu coração batia em descompasso, suas pernas de repente ficaram fracas, ele a segurou e pressionou os lábios frios contra os dela.
--- Eu te amo! --- Ele falou apertando ela mais contra si. Ela soltou um gemido baixo e logo sorriu.
--- Eu também te amo. --- Eles sentaram em baixo da enorme árvore.
Eles passaram longos minutos apenas admirando a paisagem e trocando carícias, beijos e sorrisos. Ela sentiu a mão gelada dele subir para sua coxa e apertou, ela mordeu seu lábio inferior em resposta ao toque, mas se separou dele. Ele olhava para ela bastante concentrado, ela podia ver chamas saírem da sua cabeça, com a velocidade que seu cérebro pensava.
--- Case-se comigo? - Foi rápido, mas ela ouviu. Encarou ele por um breve momento e olhou para o horizonte.
Uma conversa que teve com Daemon veio à tona em suas memórias: "eles não vão aceitar a sucessão da sua mãe. Os hightower não vão aceitar que Rhaenyra suba ao trono de ferro, e vão alegar a ilegitimidade de jacaerys.".
Eles estariam em lados opostos caso uma guerra começasse, ela não hesitaria em matar Aegon II, Alicent ou qualquer um dos Hightower ou qualquer um que tivesse ao lado deles. E ela tinha certeza de que ele mataria qualquer um Targaryen ou Velaryon que passasse pela sua frente.
--- Você apoiaria minha mãe? --- Ele pareceu não entender. --- Você vai apoiar minha mãe na sucessão quando meu avô morrer?
- Meu pai, rei viserys. Ainda está vivo, não vejo por qual motivo devemos discutir a sucessão dele, uma vez em que ele já declarou sua herdeira. --- Ela se levantou.
--- Não seja bobo, ou melhor não tente me fazer de boba. Eu, você e todos de westeros sabemos que os hightower vão questionar o direito da minha mãe ao trono. Quando isso acontecer, eu quero saber! Você estará ao meu lado? --- Ele se levantou um pouco irritado. Eles sempre discutiam quando começavam a falar sobre as famílias, era inevitável.
--- Eu amo minha família. Talvez, um pouco menos Aegon, mas ainda sim, ele também é minha família. Se houver uma guerra, não conseguirei lutar contra eles ou abandoná-los. Minha mãe não deseja uma guerra, ela não vai deixar que chegue a esse ponto. --- Ele levantou a cabeça, naquela postura intocável. Agora ele era Aemond Targaryen, não seu aemond. Apenas Aemond Targaryen, o montador da Vaghar e um futuro guerrilheiro excepcional.
--- Sua mãe questiona veementemente o nascimento dos meus irmãos, e o meu também. Ela foi quem levantou uma faca pra minha mãe, não o contrário. --- Aemond suspirou.
--- Eu não vou abandonar minha família, não me peça isso! --- Visenya andou até ele e tocou seu rosto.
--- Não estou pedindo. Eu nunca pediria isso, porque sei que também não aceitaria esse pedido se fosse você. Mas antes de casarmos ou de pensarmos nisso, temos que ter em mente a possibilidade de uma guerra começar, de pessoas morrerem, da vida de quem amamos estarem em jogo. Eu não te perdoaria se você matasse minha mãe ou um dos meus irmãos, assim como sei que você também não me perdoaria. O que isso fária com a gente? É assim que um casamento tem que ser? Acredito que não. --- Ela deu um leve beijo em seus lábios e foi em direção a seasmoke que descansava.
--- Vamos meu menino! Me leve para os céus.
capítulo 01 postado, espero que gostem!❤
VOCÊ ESTÁ LENDO
BRANDS CRIMSON - Aemond Targaryen
Fanfiction"Eu não acho que você seja capaz de amar alguém, nunca achei. A única pessoa que acreditou que você pudesse amar, está agora morta por sua causa." Aemond pode mudar? Ele conseguiu mesmo amar alguém? Ele amaria alguém de novo? No fim, a perda de um...