06. I crossed my heart as you crossed the line

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Algumas semanas depois...

— Já está chegando o Natal, o que vamos fazer? — perguntou Chanyeol, acariciando a mão de Baekhyun sobre a mesa da sala de reuniões, onde estavam apenas os dois.

Ainda assim o Byun puxou rapidamente a mão e olhou para o outro com um semblante fechado.

— Já disse que aqui não. — suspirou — Eu vou ficar em casa vendo filme, provavelmente, você eu não sei.

— Somos um casal agora, deveríamos ficar juntos neste fim de ano. A empresa faz um recesso de dez dias, podemos viajar... Ir para uma praia quem sabe.

Baekhyun respirou profundamente e fechou o notebook, olhando sério para o Park.

— Não somos um casal. Dá pra dizer que a gente tem um caso, fica de vez em quando e você se escora na minha casa, mas não somos um casal e eu vou passar o fim de ano sozinho, no máximo com o Kyungsoo. — guardou suas coisas e levantou.

— Tudo bem, podemos jantar juntos essa noite?

— Hmm. — concordou — Você me leva pra casa, tô cansado. — pegou sua bolsa e revirou os olhos quando viu o sorriso de orelha a orelha do Park.

(...)

Depois de tomar banho, sentaram-se no sofá do Byun e pediram uma pizza. Mesmo que se fizesse desinteressado, Baekhyun amava momentos como aquele, por isso deitou a cabeça no ombro do Park, deixando que ele afastasse seu cabelo enquanto procurava um filme para assistir juntos.

— Se essa for a sua ideia de fim de ano, tudo bem para mim... Eu só quero ficar com você. — sussurrou e beijou a testa do Byun.

— Para de tentar me amolecer. Você sabe como eu me sinto com isso. — murmurou, formando um bico nos lábios.

— Eu sei que é difícil, mas é tão ruim assim admitir que ainda me ama? Que se não fosse o fato dele ser o seu melhor amigo a gente já estaria juntos, andando de mãos dadas pela rua e não se escondendo em seu apartamento?!

O Byun ficou um tempo em silêncio antes de se ajeitar no sofá, olhando para o rosto de Chanyeol.

— Você tem toda razão, se ele não fosse o meu melhor amigo eu teria cedido muito antes, talvez eu tivesse me tornado uma pessoa que eu detestasse depois, mas me entregaria para você sem pensar duas vezes. Mas ele é meu melhor amigo e eu sinto culpa sim por amar você, eu sinto que a gente nunca vai dar certo, que eu estou cometendo o maior erro da minha vida trocando a pessoa que me colocou de pé todos esses anos por uma coisa fútil, por um romance adolescente, entende? Não é tão simples.

— Eu entendo, me desculpe por fazer você se sentir assim. — disse um tanto triste e engoliu em seco — Mas eu não vou desistir de você e não me arrependo de ter aparecido na sua porta naquela noite e nem de estar tentando. Então pensa que... você já se dispôs a errar, então não foge agora.

Baekhyun demorou minutos tentando formular uma frase que refutasse Chanyeol, mas não foi capaz e por sorte a campainha os interrompeu.

Ficou olhando para o Park naqueles poucos minutos em que ele atendia a porta e pagava pela pizza, suspirando profundamente por ter raiva de si e ao mesmo amar tanto aquele homem que o fazia largar tudo sem pensar duas vezes.

Assim que Chanyeol sentou no sofá pronto para comer a pizza, Baekhyun sentou em seu colo, lhe roubando um beijo e passando a tirar a sua roupa. Inevitavelmente aquela era a sua resposta para a indagação de Chanyeol.

(...)

Baekhyun acordou sozinho na cama naquela manhã de dezembro, era o primeiro dia de recesso da empresa e um dia que podia dizer até que estava de folga do Park, já que ele não havia dormido consigo naquela noite, mas tudo a sua volta era uma lembrança constante, já que tinha itens seus pela casa, roupas e objetos de uso pessoal.

Ouviu batidas na porta e coçou os olhos com preguiça, arrastando-se até a porta e a abrindo, esquecendo-se de olhar no olho mágico pelo costume de receber sempre Chanyeol.

Arregalou os olhos quando viu que era seu amigo à sua frente.

— Que isso, parece que viu um fantasma. — disse Kyungsoo rindo e abraçando o Byun.

— Hm? Não, eu acabei de acordar. Foi só isso. — sorriu e fechou a porta depois que o amigo entrou em seu apartamento.

— Eu sabia que estaria de folga e não teria como me evitar, infelizmente eu conheço o cronograma da empresa onde você trabalha. — revirou os olhos.

— É... hoje é o primeiro dia de recesso... eu tinha planejado ver filmes o dia todo e só me preocupar com o Natal na véspera, quer fazer isso comigo?

— É uma boa, eu ando meio para baixo, sem ânimo para festas. — fez biquinho e logo depois sorriu.

— Vou passar café para acordar, vai escolhendo o primeiro filme do dia.

Kyungsoo concordou e foi procurar o controle da tv enquanto o Byun ia para cozinha e colocava o café a passar. Baekhyun ficou alguns minutos parado, olhando a cafeteira um tanto sonolento, quando lembrou que antes de qualquer coisa precisava avisar Chanyeol para que ele não aparecesse em sua casa.

Mas antes que pudesse sair da cozinha e ir até seu quarto pegar o celular, viu Kyungsoo parado no batente da porta.

— Está saindo com alguém?! Você nem me contou, a gente costumava dividir tudo.

— Eu? Eu não...

— Não mente, Baekhyun. Eu sei que tem coisas aqui que não são suas. Roupas, perfumes... até aquele relógio ao lado do sofá, porque eu comprei. Sabe o que é engraçado?! Eu achei que estava sendo difícil a sua convivência com ele. Que por ser meu amigo ia ser complicado olhar para a cara do homem que me magoou sem razão nenhuma no meio da noite. Mas pelo jeito está sendo maravilhoso, né? Há quanto tempo vocês estavam transando pelas minhas costas?

— Kyungsoo, eu juro que isso não aconteceu. Eu sei o que parece, mas...

— Amor, você não vai acreditar... — foi interrompido pela voz animada do Park entrando em seu apartamento, era claro que ele usaria a chave de emergência para coisas inúteis.

— Você dizia... — disse Kyungsoo debochado — Não é o que parece né. Enquanto eu entreguei todo o meu coração, vocês faziam uma coisa dessas comigo, legal. — sorriu debochado — Não me procure nunca mais, Baekhyun. Por favor, nem tente fingir que tem como explicar o que você fez.

— Kyungsoo... — Chanyeol tentou parar o baixinho antes que ele saísse pela porta.

— Eu gostei mais de você do que você de mim e tudo certo, mas precisava ser o meu melhor amigo? Eu odeio você. — disse antes de sair do apartamento batendo a porta.

O Park ficou um tempo estático, olhando para a porta, para só então ir até a cozinha e ver Baekhyun sentado com as mãos cobrindo o rosto e escondendo seu choro.

— Baekkie...

— E se concretizou aquilo que eu mais temia.

Notas: amanhã eu volto com o último capítulo, psé psé

Eu ainda te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora