02. Two broken hearts

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    — Prazer, Byun Baekhyun. — sorriu sem jeito e bebeu seu vinho.

    — Todos devidamente apresentados, finalmente. Eu já pedi pra você, amor, logo chega. — disse Kyungsoo, acariciando o braço do namorado — Você sabe, Baekhyun é meu melhor amigo, a gente se conheceu na Irlanda, acho que cheguei até a te comentar.

— Hmm, acredito que sim. Vocês viajaram para vários países juntos, né?!

— Sim e agora finalmente estamos em casa. Eu te mandaria mil fotos da gente juntos, mas o Baekhyun é um chato que não tira foto nenhuma e mal conversa também, se ele ficar calado a noite toda nem liga, não é nada pessoal. — disse rindo e bateu palminhas quando o jantar chegou.

Para a sua sorte sempre foi calado desde que Kyungsoo o conheceu, do contrário aquela noite poderia ser ainda mais estranha. Tudo que queria era que as horas passassem rápido e aquele jantar acabasse logo.

Ficou apenas olhando para o casal e comendo o que o amigo havia pedido para si em silêncio, dando respostas curtas e de afirmação para tudo que o Do dizia. Até ele chegar com a brilhante ideia:

— Amor, sua empresa está contratando, né? Sabia que o Baekhyun é formado em administração e ciências contábeis? Além de falar alguns idiomas. Ele não seria ótimo para trabalhar com você?

— Kyungsoo! Que isso, ele nem me conhece. — disse desesperado — Não pode pedir uma coisa dessas, eu sou capaz de me virar. Não se preocupe com isso. — direcionou a última frase a Chanyeol.

— Sem problemas, você é amigo do Kyungsoo, posso recomendar você sem nenhum problema, será bom conhecer mais a pessoa de quem ele fala tanto. — falou, olhando no fundo dos olhos de Baekhyun, que acabou se engasgando com o vinho.

— Viu amigo, agora você vai ter um emprego e não vai mais precisar ficar trancado no seu apartamento. Aproveite pra conhecer gente nova, viver um pouco e esquecer desse momento de história velha na sua cabeça. — sorriu animado.

— História velha? — perguntou Chanyeol.

— Não é nada, coisa da época de faculdade. — respondeu Baekhyun, tentando conter o amigo.

Kyungsoo estalou a língua no céu da boca e negou com a mão, voltando a falar.

— Sabe que quando eu conheci o Baekhyun ele era muito recluso porque ele não tinha esquecido a pessoa que ele gostava. Ele nunca quis me falar sobre, mesmo depois de todos esses anos, às vezes eu acho que ele ainda está pensando nessa pessoa. Essas coisas de adolescente, ele precisa voltar a viver. Apresenta um amigo pra ele. — brincou.

— Kyungsoo. Para. — disse sério e levantou da mesa, seguindo para o banheiro.

— Talvez tenha exagerado, amor.

— Não sei o que deu nele, sempre brincamos assim. — disse sem entender e deu de ombros.

Baekhyun sentia que sua cabeça estava a ponto de explodir, estava um tanto tonto e talvez a beira de colapso nervoso. Parou em frente a pia e lavou seu rosto, olhando para o espelho e vendo o quanto as suas bochechas estavam vermelhas de pura vergonha.

— A gente não se conhece? — ouviu a voz grossa um tanto triste e direcionou seu olhar para Chanyeol através do espelho — Quer dizer que você pensou em mim todos esses anos, não foi capaz de mandar uma carta, mensagem ou e-mail e também não me conhece? — pode sentir o ressentimento na voz do outro, que apenas suspirou.

— O que o Kyungsoo falou, eu…

— Você não tem ideia de como eu fiquei quando você partiu, Baekhyun e quanto tempo eu demorei a me recuperar. Quando eu era adolescente achei que nunca ia seguir em frente, mas felizmente o tempo passou. Só queria que agora fossemos sinceros. Ainda mais se você se sentiu como eu me senti…

— Desculpe, eu não achei que acabaríamos nos vendo novamente e agora está tarde para voltar atrás. Encare isso como uma segunda primeira vez. — Secou as mãos e saiu do banheiro.

Não poderia ficar naquele lugar nem mais um minuto, precisa respirar um pouco.

— Soo, desculpe, eu não estou me sentindo bem, vou precisar ir pra casa, mas a gente vai se falando.

— Tudo bem, me avise quando chegar pra eu não ficar preocupado. — Baekhyun concordou com um manear de cabeça e deu um beijo na testa do amigo antes de sair do restaurante.

Pretendia pegar um táxi e seguir direto para casa, mas estava sentindo-se tão sufocado que acabou por andar na rua sem rumo por alguns minutos, respirando o ar gelado daquela noite e fazendo uma parada na loja de bebidas. Comprou soju e algumas cervejas e só então seguiu até o ponto de táxi e depois para sua casa. 

Esperava que a bebida o ajudasse a apagar todos os sentimentos daquela noite.

(...)

Acordou com seu telefone tocando, parecendo que estava dentro de sua cabeça dolorida por conta da forte ressaca. Tateou a mesa de centro, ao lado do sofá onde havia dormido, sem abrir os olhos. Esbarrando a mão nas latas de cerveja vazias antes de conseguir pegar o aparelho e atender para que parasse de tocar.

— Oi… — atendeu com a voz rouca e manhosa.

— Desculpa se te acordei, queria saber se está disponível para fazer a segunda etapa da entrevista hoje à tarde, meu chefe gostou de seu currículo.

Os olhos do Byun rapidamente se abriram e ele sentou no sofá sobressaltado.

— E-entrevista? Claro. Pode me dizer o endereço, eu estarei até logo após o meio-dia. — disse animado e anotou o endereço do lugar em uma folha de papel.

Desligou o telefone animado e logo foi tomar um banho, pensando em como ao menos uma coisa boa estava acontecendo em sua vida.

Mas talvez se não tivesse mandado tantos currículos naquela semana teria se preocupado mais em perguntar o nome de quem lhe ligou.

Eu ainda te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora