027

440 35 1
                                    

Chris Martin

Esse inferno parecia que nunca ia acabar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Esse inferno parecia que nunca ia acabar. Era horrível ver Louise sofrer e eu me sentir incapaz de ajudá-la. Parecia que todo esforço com o melhor tratamento não estava adiantando, parecia ser murro em ponta de faca.

Louise passou mal assim que estávamos saindo do hospital, sempre demorava no máximo duas horas para que o efeito da sessão da quimioterapia começasse, mas dessa vez foi muito rápido, nem tinha uma hora que a sessão havia terminado.

Lou foi levada desacordada pelos enfermeiros. Eu estava em choque com a rapidez da reação da quimioterapia. Respirei fundo, passei a mão pelos cabelos, e tentei ficar calmo.

Minha reação imediata foi avisar Phil, e assim ele avisava Louis e toda a família de Louise. Pedi também para que trouxessem roupas, afinal, a de Lou havia ficado suja quando a mesma caiu desacordada no chão.

Pouco mais de uma hora se passou, eu estava na recepção pensativo. Até que o médico apareceu, e acenou para que eu lhe acompanhasse e assim eu fiz. Segui-o até a sua sala, e logo nos sentamos cada um em seu devido lugar.

— Bom, eu terei que ir direto ao ponto. — o médico disse e respirou fundo. — Senhor Martin, Louise vai precisar ficar internada novamente. Parece que o organismo dela está rejeitando a quimioterapia...

— Como? Estava indo tudo tão bem! — joguei-me na cadeira prestes a chorar. — Eu sinto que está tudo errado, que estou nadando contra a maré!

— Sim, realmente estava tudo indo muito bem. — ele respirou fundo. — Mas sabemos que desde o início a situação da senhorita Bennet é bem delicada, sendo assim, essas coisas eventualmente podem acontecer.

— E qual o próximo passo agora? — cruzei os braços e o encarei.

— Bom, vamos precisar mudar o método da quimio. Vamos descartar a introdução dela pela veia, agora começaremos a fazer diariamente via oral. E para complementar o tratamento: voltarmos com a radioterapia.

— Entendi. — suspirei. — Qualquer método que garanta que Louise fique bem já é muito importante pra mim.

— Então, não posso garantir isso. Mas é inegável que estamos dando o nosso melhor para isso. — ele disse e tirou os óculos. — Precisaremos internar Louise novamente... agora sem previsão para ela sair.

— Ai meu Deus... — abaixei a cabeça e mil coisas passaram em minha mente. — É o começo do fim...

— Como assim? — o médico perguntou, e eu encarei-o com os olhos marejados.

— Quando internam a pessoa assim, sem previsão para a saída... é sinal que ela está quase sem chances de melhorar... de... de... — falei contendo o choro e o médico entendeu.

𝑀𝑦 𝑈𝑛𝑖𝑣𝑒𝑟𝑠𝑒 - Coldplay (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora