CAP. 16 - Algo original

34 2 45
                                    

...

  Assim que entramos no apartamento, fico parado no meio da sala, olhando tudo em volta. O lugar não é grande, digno de alguém que pretendia morar sozinho, daqui vejo o pequeno corredor que dá a três portas: duas, uma de frente para a outra e a terceira no meio – provavelmente ali é o banheiro. A cozinha é estilo americana, com apenas uma bancada separando-a da sala.

Jihyun: Gostou? – Pergunta tirando o casaco e o jogando no sofá. O encaro indiferente.

Jimin: É... É legal. – Respondo sem ânimo algum, ele suspira.

Jihyun: Vem, vou te mostrar o seu quarto. – Sigo ele até o corredor. Paramos em frente a uma das portas em tom creme, ele espera que eu abra a porta. Mas não movo um músculo. Visto isso, ele vai em frente e a abre.

  O quarto é bem simples, parece ser pouco menor do que a sala. Tem uma cama com lençois brancos e uma coberta cinza; O guarda roupa conta com apenas duas portas e três gavetas; Uma mesinha de cabeceira ao lado da cama e a janela se posiciona bem acima desta, com suas cortinas também brancas.

  Acho que morri e estou no céu, por que diabos tudo aqui é branco ou cinza?

Jihyun: Podemos trocar depois... Se quiser. – Ele se refere aos lençois e cortinas.

Jimin: De boa. Tá bom assim. – Minto. Não queria nem estar aqui. Não quero mudar nada, afinal, não pretendo me acomodar.

  Adentro o cômodo, colocando minha mochila sobre a cama e me sentando ao lado dela. O colchão é confortável, não como o dos meninos, mas é aconchegante também.

Jihyun: Bem... – Me observa, ainda parado na porta – Essa porta do meio é o banheiro... – Bingo! – Essa em frente a sua é o meu quarto, a sala você já viu e... A cozinha é junto dela, se quiser comer alguma coisa... Fique a vontade e... – Coça a nuca nervoso. Parece querer me dizer algo, mas não sabe como – É isso... Se precisar de algo, estarei no meu quarto resolvendo algumas coisas do trabalho. – Se vira para sair, mas para ao ouvir meu riso nasal.

Jimin: E quando é a sua próxima... Viagem de negócios? – Digo irônico, mas me arrependo logo em seguida por abordar o assunto. Ele se vira novamente para mim.

Jihyun: Jimin-

Jimin: Não. Esquece. Eu nem sei por que entrei nesse assunto... – Me levanto e pego minha mochila, a esvaziando para, em seguida, guardar as roupas no armário.

Jihyun: Eu acho que precisamos conversar... – Ele dá um passo a frente, adentrando o quarto.

Jimin: Não precisamos não. – Continuo transferindo as roupas da cama para o armário.

Jihyun: Cara eu sou seu irmão e-

Jimin: Eu não quero falar sobre isso ok?! – Explodo. Me viro para ele, que me olha espantado – Eu não me importo com nada disso! E não finja que se importa comigo, porque eu sei que não! – Ele se aproxima de mim, mas eu me afasto na mesma proporção – Não é por você que eu estou aqui. – Seus olhos marejam, os meus não estão diferentes – E não me venha com esse papo de "Eu sou seu irmão", porque eu era seu irmão a um ano atrás também, mas isso não te impediu de fugir e me deixar sozinho quando eu mais precisei de você! – Tento segurar o choro, mas minha voz sai embargada.

Jihyun: Eu...

Jimin: Você não estava lá. E não preciso que esteja agora... Não me importo que tenha voltado, isso não muda o passado. Não muda nada... – Ele tenta controlar suas lágrimas também, mas elas escorrem continuamente por sua bochecha.

Jihyun: V-você... É responsabilidade minha agora. Queira você, ou não. – Apesar das lágrimas, solto uma risada sarcástica.

Jimin: É seu melhor argumento? – Ironizo. Ele me olha magoado. Pelo visto, é – Não vou ser responsabilidade sua para sempre. E assim que eu puder eu vou embora daqui. – Ele nega devagar, como para tentar me fazer mudar de idéia – Então, se o que te fez voltar foi a sua responsabilidade, fica tranquilo... Não vai precisar ficar por muito tempo. – Termino de falar e passo por ele saindo do quarto em direção ao banheiro. Onde me tranco após socar a porta com toda a minha força e aí sim, desabo a chorar. De raiva.

Euphoria (Park Jimin)Onde histórias criam vida. Descubra agora