Euphoria (Park Jimin)

CAP. 30 - Nascer do sol

...

P.o.v Jimin

  O vento frio balança a cortina beje ao invadir o quarto. Está tarde, eu deveria fechar a janela. Ou melhor, eu deveria estar no apartamento do meu irmão. Mas deixei de fazer ambas as coisas por um mesmo motivo...

  Minha namorada.

  Depois de me esvair em lágrimas mais uma vez nos braços de Gi-Yuna, acabei cochilando sob o seu toque. Quando acordei já passava da 23h da noite e percebi, pela respiração leve, que eu não fui o único a pegar no sono. Ao menos agora não havia mais segredos. Gi-Yuna sabia de tudo e Jeong-Yeon não poderia mais se aproveitar da situação para bagunçar a cabeça dela. Foi difícil e doloroso voltar a esse assunto, mas não me arrependo.

  Até porque, não faz nem uma semana que eu e a Gi estamos namorando. Eu não espero pelo seu toque e não a pressiono para isso. Conheço seus limites e não pretendo ultrapassa-los. Mas eu já entendi, que existe uma excessão no seu receio de se aproximar de mim de forma física. E essa excessão acontece em casos como o de hoje, onde eu me encontro quebrado e ela é a única que eu permito que me veja nesse estado deplorável. A única que pode me ver assim, porque é a única que, ao me ver quebrado, não tenta me concertar, não diz que me entende quando na verdade não faz ideia de como eu me sinto. A única que consegue me acalmar sem dizer sequer uma palavra. Então seu abraço se tornou a minha segunda casa e não sinto a menor vontade de sair dele, nem agora, e nem nunca.

  De repente sinto a vibração basic call vindo de baixo da coberta, onde provavelmente está meu celular. Porém, já imaginando de quem se trata a ligação, não movo um muscúlo sequer para alcançar o aparelho. Meu irmão me ligou umas cinco vezes nesse tempo em que estou aqui, guardado nos braços da Gi-Yuna, esta que dorme tranquilamente enquanto vez ou outra me aperta mais em seu abraço, quase como se soubesse, mesmo sem ver, que eu posso transbordar novamente a qualquer momento.

  Mas Jihyun não desiste, fazendo com que o celular continue vibrando incessantemente e me irritando profundamente. Decidido a ignorar, como fiz das outras cinco  vezes em que meu celular vibrou, eu afundo meu rosto na barriga da Gi e ajeito meus braços ao redor de sua cintura. Mesmo sendo por cima da coberta que envolve o seu corpo e cuida para que eu não o toque diretamente, impedindo assim que eu ultrapasse qualquer limite que eu ainda desconheça, consigo desfrutar muito bem dessa liberdade que, por hora, me foi dada. Quase me derreto quando, ao me sentir me ajeitar sobre a cama, Gi-Yuna também move seus braços, mantendo um deles ao redor do meu pescoço e levando o outro até a minha cabeça, onde com os dedos adentra meus fios de cabelo, massageando suave e inconscientemente meu coro cabeludo.

Jimin: Mas que... – Reclamo num sussurro, ao sentir o celular vibrar novamente. – ...merda – Bufo em irritação e, a contragosto, disponibilizo uma das minhas mão para procurar o aparelho por entre a coberta, fazendo o máximo de esforço para me mover o mínimo possível.

  Nem me dou o trabalho de verificar o nome do contato, para agilizar o processo de atender, mandar meu irmão ir ver se eu estou na esquina, e desligar. Simples.

Jimin: Jihyun. Cara, eu tô cansado. – Nem espero uma reação alheia, realmente não estava a fim de conversa – Eu não vou voltar pra casa hoje. Foi mal por não ter avisado, mas amanhã a gente se fala, pode ser? – Só o que escuto em resposta é um suspiro da pessoa do outro lado da linha, o que me faz suspirar também.

??: Park... – Park...? Meu coração acelera a ponto de fazer meu peito doer ao reconhecer o dono daquela voz – Filho...

...Quebra de tempo...

P.o.v Gi-Yuna

Jungkook: Certeza de que está tudo bem entre vocês? Aquele dia ele foi embora estranho e desde então não voltou mais... – Pergunta enquanto mantém seus olhos no lençol que estava forrando no colchão de sua cama. Eu continuo focada em organizar as HQs dos dois na estante ao lado da mesa de estudos com a ajuda de Taehyung.