Capítulo 1

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"Me perdoa meu filho.." Eu não retirei o meu olhar da grandiosa tela para olhar para ela. Só sei que eu definitivamente não queria ouvir aquilo. Porque ela tinha de ser tão cruel?

O vídeo que passava na tela repetiu se novamente.   "I am here..!"  Não, você não está aqui. Nunca esteve. "QUEM É VOCÊ, ME DEIXA!!"

   "Nunca voltou. Ele nunca voltará." Inko disse sussurrando, olhei para trás rapidamente. Já não me sentia acolhido por seus braços, ela havia sumido. No breu do quarto a única coisa visível eram os grandes olhos esmeraldas do pequeno midoriya que ameaçavam começar a lacrimejar de pura tristeza e desespero.

   "O-Okasan?!" O quarto parecia diminuir a cada suspiro. Ouvi uma respiração pesada perto da porta, me inclinei olhando para ela rapidamente. Um arrepio percorria a minha espinha, cada vez mais intenso.

Não tinha ninguém ali, olhei novamente para a frente, o monitor parou de rodar o vídeo. Agora era apenas uma imagem estática do allmight. Em questão de segundos o seu sorriso começou a aumentar como se estive sendo rasgado em sua pele. Os seus olhos azuis começaram a aumentar, até que a sua face não fosse mais reconhecível. Eu tentei me mover mas era como se não tivesse corpo, como se ele nunca tivesse sido meu.

   "Ah.. tenho medo, heróis! Me salvem." Disse ofegante, estava tentando sair daquela situação desesperadamente, esforços em vão. Nenhum herói quereria salvar um ser tão inútil, que desperdício de energia isso seria. "Porfavor.." Inko apareceu novamente, mas com uma estranha silueta facial. "Okasan??"

"Eles não viram, nunca." ela aproximou se, era possível sentir a sua respiração quando..

((Sonho OFF))

"Ah- Uh-!" Acordei ofegante com o som do despertador estridentemente me atordoando "Puta que pariu mano.. de novo esse sonho?" Digo após desligar o despertador. Ao tentar abrir o olho sou semi-segado pela faixa de luz que penetrava o quarto. Me fazendo, na tentativa de me afastar da luz, cair da cama. Dei um gemido de dor, aquela havia doido. Me levantei com alguma dificuldade, indo até á janela. De lá consigo ver a loja de conveniência bem na frente da minha casa. O Daiji continua trabalhando lá, ouvi dizer que ele finalmente conseguiu para de mandar uns Becks por aí. Fico feliz por ele, ele é um bom garoto. Passando na frente da loja estão as senhoras com os saquinhos de compras, sempre conversando, às vezes gostava de ouvir tudo, iria a ficar a saber de 1 trilião de fofocas.

E novamente me lembro do sonho.
  "Deixa para lá." Prefiro ignorar por agora, ainda tenho de fazer o almoço para a mamãe e dar uma arrumada antes de sair não tenho tempo para essas bobeiras!
Tentei organizar os meus pensamentos sobre o que ia fazer hoje, enquanto isso me espreguiçava e estalava o pescoço e as costas. Depois de ter feito um mapa mental do que ia fazer, me levantei resmungando por conta das pisaduras recém feitas. E me dirigi ao banheiro no fundo do corredor. Após um duche rápido e colocar pomada nos ferimentos ainda dormentes do dia anterior. Fui fazer um bento para a minha mãe. Sempre acordo 2 horas mais cedo para dar tempo de ir no hospital entregar o Bento para ela, normalmente de ónibus. Sai do meu prédio, dizendo adeus a Daiji que sempre acaba o turno a essa hora. Quando chego à paragem ainda faltavam uns 20 minutos, tinha uma senhora lá, a dona Junko. Estava sentada olhando para o seu livro de Sudoku, ela sempre se sentava lá. Fazendo o mesmo livro, à mais de 1 década. Quando ela me viu, deu um sorriso meigo e pediu para que eu me se aproximasse.

"Então, como vai a Senhora Midoriya?"

"Oh, os médicos estão dizendo que ela está melhor." Digo sorrindo

"Fico muito feliz. Quando a for ver hoje mande beijinhos meus!"

"Haha você sabe que eu sempre dou."

"Claro, claro.." disse a senhora olhando para mim de seguida "Mas falando nisso, o filho da Mitsuki já parou de te perturbar?"

"O Kacchan? Não deixou, mas tá tudo bem.." digo ficando de cabisbaixo de seguida

"Deverias ter mais cuidado com ele, ele me parece um jovem demasiado perigoso, se a situação se alarmar me diga. Eu mesma me encarregarei disso."

"Obrigado." Sorri para ela

"Chegou o meu ónibus, tenho de ir agora. Fisioterapia, você sabe."

"É.. boa fisioterapia Senhora Junko!" Acenei

"Tenha cuidado jovem Midoriya!" Disse ela entrando para o ónibus nada lotado.

"Terei!" Articulei a bom som.

Sentei me novamente, coloquei os meus fones. Já eram antigos só um dos lados funcionava, mas de qualquer maneira é um bom isolador sonoro.
Sem que eu notasse acabei pegando no sono..

"PORRA! QUE MERDA!!" Berro mentalmente ao ver o ónibus já no fundo da rua, tento correr atrás, já que com sorte o motorista me veria. Corro o mais rápido possível e quando estou quase me agarrando os meus joelhos cedem por conta dos hematomas.. *queda* cai no meio da fachada. Tentei levantar mas algo não estava certo, acho que dei um jeito na perna. Não era por aí, mas uns segundos depois ouvi um carro.

"Oh Deus.." senti meu coração acelerar e os meus olhos a começarem a arder "MeAHH— AJUDAA!!" Soltei desesperadamente, mas o motorista do carro não pareceu nem me ter visto, nem me ter ouvido. - Na verdade não consegui identificar quem conduzia aquela viatura. Um carro de tamanho médio mas robusto, um Toyota Harrier, bem conhecido no Japão. - O carro estava a 1 ou 2 metros de mim, eu continuava tentando me arrastar para fora da estrada. Mas algo não me estava deixando. "Desisto." Pensei para mim enquanto fechava os olhos, quem liga? Ninguém nem ia perceber, o kacchan nem ligariam e a minha mãe não vai ficar por muito mais. Tenho que aceitar isso. Mas quando achei que não tinha mais o que fazer, com os olhos já fechados. Senti algo puxar  minha cintura por cima, e.. começou a voar..?

"WUAH" exclamei tentando entender o que caralhos havia me salvo. "Quem é Você??" Disse tentando olhar para trás, ainda sem sucesso.

"Oh perdão! Sou Keigo Takami, Hawks." Disse o homem desleixado enquanto procurava um lugar específico pela cidade.

"Perai, você não é aquele pro hero novo que tá todo o mundo falando mal de?" O interroguei

"Uh- S-sou sim.." disse envergonhado finalmente encontrando o telhado que procurava. Indo até lá.

"Então garoto, o que estava fazendo ali?" Me interrogou ele enquanto me colocava no chão. "Não pera, deixa reformular. Como você foi parar ali?"

"Oh, eu caí." Ele olhou para mim com cara de descontente, como se pensasse que eu estaria ali por outro motivo.

Ele suspirou "Detalhes, porfavor."

"Eu estava indo pro ónibus, mas acabei adormecendo no ponto. Quando acordei fui correndo atrás do ónibus que estava no fim da rua. Mas acabei caindo e pronto." Disse rapidamente vendo a expressão de Hawks finalmente mudar.

"Uhm.. tenha mais cuidado, isso podia ter sido fatal.." professou se contendo "mas de qualquer maneira para onde você estava indo? Se não tiver problema em falar, claro!"

"Oh.. indo entregar um Bento para minha mãe." ele me pareceu confuso

"Como assim? Você é menor de idade, onde sua mãe está?"

"No hospital." A cara do homem ficou pálida.

"Oh. Perdão."

"Uhm.. ta tudo bem.."

"Vai todos os dias lá?" Questionou me ele novamente.

"Tenho de ir, não tenho dinheiro suficiente para pagar pela comida diária do hospital. Os part-times não cobrem as despesas."

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Espero que tenham gostado do primeiro capítulo.🤗

Dᴇɪxᴀ ᴀ Bʀɪsᴀ Pᴀssᴀʀ - 𝐵𝑁𝐻𝐴Onde histórias criam vida. Descubra agora