capítulo 1

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_Eu quero, mas não consigo evitar_
_Eu amo a sensação_
_Isso me prendeu entre a minha fantasia e o que é real_
_Eu preciso disso quando eu quero_
_Eu quero isso quando não quero_

_Digo a mim mesmo que vou parar todo dia, sabendo que não vou_
_Eu tenho um problema e eu (não sei o que fazer a respeito)_
_Mesmo se eu soubesse, não sei se eu iria parar, mas eu duvido_
_Eu estou dominado por esse pensamento_

_Because of you/ Ne-Yo._

*Jungkook*

_Última chamada voo de Boston,para Seul, passageiros favor comparecer ao portão três para embarque._

-Eu preciso ir kath.

Por alguns minutos me afastei do seu abraço e olhei em seus olhos, eles estavam vermelhos e inchados. Fazia uma semana que ela apenas chorava, após receber a notícia da minha partida, e pior, eu estava partindo para me casar.

-Não há mesmo nenhuma forma de você acabar com esse casamento? Fica comigo Jungkook, foram seis anos, não desista de nós assim.

Sua voz saiu um tanto desesperada, ela estava agarrada com toda sua força em meu sobretudo. Ela tinha meu amor, sei que sempre teria, mas era um contrato algo que a minha família havia decidido quinze anos atrás, e os Jeon's nunca quebravam um contrato. Ela não sabia, mas meu pai seria capaz de tudo para que tal fosse consumado, isso significa até passar por cima dela caso necessário.

-Eu... eu não posso Katherine! Por favor me esqueça e viva sua vida sem mim, encontre alguém que te ame tanto quanto eu a amei e seja feliz.

Eu afastei suas mãos, e me virei a caminho do portão de embarque, eu nem mesmo olhei para trás, sabia que a encontraria chorando. Eu tinha um papel importante a cumprir em casa, estava partindo, porém, meu coração estaria sempre com ela. E não importa quanto tempo passe Katherine, seria para sempre o amor da minha vida, e nem meus pais, os Park ou meu "noivo", poderiam mudar isso.

Já no acento da primeira classe no avião, eu me permiti chorar, derramei todas as lágrimas que podia, me lembrando dos nossos momentos e de planos que fizemos. Em certo, havia me esquecido que tinha um noivo e vivi livremente como se fosse dela, apenas dela. Nos permitimos sonhar, e foi esse o meu erro. Meu pai resolveu adiantar o casamento, que seria apenas no próximo ano, e com um telefonema ele me avisou que tinha apenas uma semana para voltar para casa, pois o casamento seria no próximo sábado.

(...)

Cheiro de casa! Quinze horas de vôo depois, e já havia pousado, meus pais me receberam no aeroporto com direito a balões e muitos abraços de meu Omma.

-Jimin pediu desculpas por não poder vim te receber meu filho, ele está tão atarefado com os afazeres do casamento. Está tudo tão lindo meu filho, e seu irmão, bom ele ainda estava dormindo quando saímos de casa.

Meu Omma falava animado agarrado em meu braço enquanto caminhávamos lado a lado até o carro. O que me fez pensar que meu pai não havia contado nada sobre kath, e provavelmente ele estava pensando que eu estava feliz e empolgado tanto quanto meu noivo.

Pensando nisso, será que realmente ele está satisfeito e feliz com esse casamento? Talvez eu possa conversar com ele e entramos em consenso. Se ele estiver do mesmo lado que eu, podemos convencer nossos país a cancelar o casamento.

-Omma, diga a Jimin que quero almoçar com ele, amanhã talvez, se for possível.

Ele me ouviu atentamente e sorriu acenando positivamente já pegando o celular para falar com ele com certeza. Todos pareciam amar Park Jimin, o que me fez pensar em como seria meu relacionamento com meus pais caso conseguisse cancelar o contrato.

-Ele aceitou e disse que mandaria o endereço do restaurante mais tarde. Ele mesmo fará as reservas, agora vamos, que eu pedi pra cozinhar sua comida favorita e eu mesmo preparei sua sobremesa favorita também, senti tanto sua falta.

Meu pai permaneceu a maior parte do tempo em silêncio, seu semblante era sério o que deixava claro que eu não havia escapado e que logo teríamos que conversar. Meu sangue gelou por alguns instantes, afinal meu pai não era conhecido por ser muito compreensivo.

A viagem para casa foi rápida, meus pais falavam me atualizando sobre os acontecimentos, falaram sobre meu irmão se recusar a terminar os estudos e se estabilizar com alguém. Estavam tentados a conseguir um casamento arranjado para ele também, mas o fato de não me terem em casa por tanto tempo, os fizera mima-lo, e agora perderam o controle, ou seja, a esperança dos negócios da família estavam sobre mim, e assim que me casasse meu pai se aposentaria. Os dois falavam animados sobre uma viagem ao redor do mundo que estavam planejando fazer, seria como uma lua de mel após bodas de prata.

(...)

O sol já havia se posto quando meu pai resolveu me chamar até o escritório. Era engraçado como nem mesmo eu sabia que sentia falta de casa, apesar de meu Omma viver mudando as coisas de lugar e trocando os móveis., parece que tudo aqui sempre foi o mesmo. Ele fechou a porta assim que entramos, e se serviu de um pouco de whisky me oferecendo, o qual dispensei.

-Sabe filho, eu já estive em sua posição uma vez. - Ele começou a falar assim que indicou a cadeira para que eu sentasse. - Antes de me casar com Junseo, eu me vi perdidamente apaixonado por outra pessoa, e assim como fizemos por você, seus avós já haviam escolhido alguém para mim. Os Kang eram boas pessoas, respeitavam as tradições,e eram do mesmo ciclo social que nós, e meus pais viram que seriam um bom casamento, assim nós fizemos com você meu filho. Conhecemos os Park desde que você e Jimin eram crianças, somos amigos e logo nos tornaremos sócios, apesar de serem negócios distintos, afinal ramo de hotéis e de advocacia não tem nada em comum...

Em certo momento eu pensei que meu pai havia me chamado aqui para me dar um conselho, uma opção para escolha, mas não, no momento ele não parava de tagarelar, em como meus futuros sogros eram boas pessoas e como meu noivo era "perfeito" na visão dele.

-Acredita que ele nunca namorou? Aigoo é um menino de ouro.

-Pai. - Ele continuava a falar e falar. - Pai...

Eu disse de novo e ele não parava, mentalmente cansado e com o sofrimento entalado em minha garganta, eu gritei.

-PAI!! EU A AMO.

Então o silêncio reinou, lágrimas brotaram em meus olhos e deixei sair, ali no escritório do meu pai, enquanto ele me olhava de um jeito que nunca tinha visto antes, empatia talvez? Eu não faço idéia, mas ele me escutou desabafar, expor meu sentimentos por minutos e mais minutos.

-Eu sei que ama.- Disse ele enquanto colocava sua mão sobre meu ombro me consolando. - Mas você vai aprender a amar o seu noivo, terão filhos lindos e honrarão nossa família e legado. E eu sei meu filho que ele que te fará feliz, não uma estrangeira. Eles são fogo de palha, só conhecem a paixão, não tem amor ou respeito para com a família, mas nós somos diferentes.

Naquele momento eu percebi que era além de um contrato, era também o preconceito do meu pai contra estrangeiros, e mesmo que não houvesse contrato algum, ele jamais aceitaria a Kath. Minha única esperança era que a outra parte que assinava o contrato quisesse cancela-lo tanto quanto eu.

 Minha única esperança era que a outra parte que assinava o contrato quisesse cancela-lo tanto quanto eu

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Betado por @Nanysz22

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