Samhain, lar das desgraças

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                   **POV RAINBOW**





Resolvi não perguntar mais nada, se Fluttershy não quer me explicar o que diabos está acontecendo, não vou implorar para ela fazer isso.

A garota mantinha a expressão séria desde o nosso encontro com o desconhecido encapuzado, inexplicavelmente ele nos deixou passar sem mais perguntas. Entramos no parque e vemos como o interior está tão decadente como o exterior.

Diversos brinquedos abandonados, sujos e enferrujados, barracas e quiosques caindo aos pedaços, escombros, fios soltos, folhas mortas e muito pó.

Esse lugar com certeza já está abandonado há muito tempo, pois parece que não vê uma reforma faz uns 100 anos.

— Esse parque parece ser gigante… - digo depois de certo tempo em silêncio absoluto

— E você queria que um parque de diversões fosse minúsculo?

Ela tem razão mas por que ser tão grossa? Pelo jeito Fluttershy não gostou de ver o encapuzado, só espero que ele não nos siga, não estou a fim de ver o humor dela piorar.

Viramos a esquerda em uma espécie de corredor com portas e vamos na direção de uma vermelha com um símbolo de maçã da mesma cor, o engraçado era que faltava um pedaço da fruta.

Fluttershy a empurra forte com o pé e isso me deixa impressionada, de onde ela tirou essa toda essa força? Entramos na sala e percebemos que ali, provavelmente, era um escritório antigamente. Contudo, não havia cadeiras no local, então tivemos que improvisar.

A garota de cabelos rosados me deixa perto da janela, encostada em caixas de papelão e na parede que descascava. Não era tão ruim, ficar na floresta ou na casa bizarra seria infinitamente pior.

— Vou procurar algo para ajudar sua perna - Fluttershy se levanta - E comida também.

— Não, espera, vai me deixar sozinha aqui?

— Você não está em condições de ir comigo Dashie, eu mesma nem sei por onde começar a procurar!

— Mas e se aquele encapuzado vir aqui para me perturbar com mais coisas sem sentido? E se algum bicho aparecer e tentar me matar ou machucar?? E… - começo minhas suposições mas a garota me interrompe

— Com medo Rainbow?? Achei que a maior atleta de Canterlot High não tivesse medo de nada! - ela sorria de um jeito provocador

É até ironia, parece que os papéis se inverteram nessa dimensão estranha. Fluttershy seria a grande "protetora", cheia de coragem, audácia e explosiva quando necessário e eu a que aparentemente precisava ser protegida, inofensiva e cautelosa, preocupada com o bem estar dela.

Meus amigos sempre disseram que nossa “dinâmica” é assim, o comportamento de uma complementando o da outra. É estranho como mudamos em tão pouco tempo.

— Er… bem… eu não…

— Não se preocupe, minha boca é um túmulo - a garota se afasta - Mas confesso que é bom ver esse seu outro lado.

Okay, não vou corar. Mesmo sozinha isso é ridículo, não combina nem um pouco comigo…

PORCARIA!!

Até minha respiração deu uma acelerada, minhas bochechas queimavam levemente e me sentia uma boba por isso, Fluttershy não fez nada demais.

Mas meu corpo parece interpretar as coisas de uma maneira bem diferente do meu cérebro. Depois de uns minutos sozinha sinto o cansaço me dominando aos poucos, foi bem cansativo ter uma discussão, vir para outra dimensão, correr por uma floresta e ainda me machucar.

All Hallows' Eve - FlutterdashOnde histórias criam vida. Descubra agora