Capítulo 2

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"Moony? Ei, Moony!"

Remus ergueu os olhos de seu livro para ver Sirius parado acima dele. Ele sabia que seu amigo deveria estar em Trato das Criaturas Mágicas pela próxima hora, mas não foi uma surpresa ver que ele estava faltando até mesmo à sua aula favorita.

"Se importa se eu me juntar a você?" Sirius perguntou, sua voz estranhamente desprovida de provocação. Antes mesmo que Remus tivesse a chance de responder, Sirius estava largando sua bolsa no chão e sentando ao lado dele.

"Ah, claro, com certeza." Remus estava ansioso por uma tarde de paz e sossego, mas ele nunca podia dizer não a um amigo, e ele especialmente não podia dizer isso a Sirius. Ele moveu sua bolsa e sua pilha de livros, para que Sirius pudesse se sentar ao lado dele, com as costas também apoiadas na árvore antiga.

Sirius não pareceu notar ou se importar, em vez disso optou por se deitar no chão, usando a coxa de Remus como seu travesseiro pessoal. O contato físico, sobre o qual Sirius não pareceu pensar duas vezes, fez o coração de Remus bater forte em seu peito, e suas orelhas ficarem mais quentes a cada segundo.

Remus não percebeu que ele estava olhando, até que Sirius piscou para ele.

"Gostou do que está vendo?"

Remus abriu seu livro, sem se importar em se preocupar se estava na página certa. Tudo o que importava era a capacidade de esconder o fato de que ele estava corando. "Cale a boca."

"Está tudo bem," Sirius disse, sua voz cheia de uma suavidade incomum, "Eu não me importo. Na verdade, a vista daqui também não é tão ruim."

Remus não tinha certeza de quando sua atração por Sirius havia se transformado em amor. Às vezes ele tinha quase certeza de que era amor desde o início e o Remus desajeitado, inexperiente e jovem de onze anos, simplesmente não conseguiu reconhecer o amor à primeira vista quando caiu em seu colo naquele dia fatídico a bordo do Expresso de Hogwarts.

Sirius sempre foi lindo. Mesmo quando eram garotos, ele sempre tinha uma espécie de graciosidade que Remus não conseguia deixar de notar, muitas vezes nos piores momentos possíveis. A puberdade tinha feito uma bagunça desajeitada em todos eles, mas Sirius parecia deslizar sem esforço por isso; espinhas mínimas, surtos de crescimento que não deixavam lacunas para preencher, uma voz profunda e suave como chocolate.

Naquele momento, sentado sob a árvore junto com seu longo cabelo preto espalhado sobre as coxas de Remus, olhando para ele com aqueles olhos brilhantes e sorriso ofuscante... Era quase demais para suportar. Era demais. Remus sentiu seu peito doer sob o peso de seu próprio desejo. Sirius percebia o que estava fazendo? Ele estava fazendo isso de propósito?

Não, Remus disse a si mesmo com firmeza. Não, isso não era possível-

"Moony?"

Ele quase pulou da própria pele quando a voz de Sirius o tirou de seus pensamentos. "Sim?""Você pode continuar lendo," instruiu Sirius, posicionando-se com os braços cruzados sobre o peito, antes de fechar os olhos. "Em voz alta, por favor."

"Ah- claro," Remus se atrapalhou com seu livro, "É poesia, eu não sei se você vai gostar-"

"Se você está lendo, tenho certeza que é brilhante."

Remus não acreditou nisso, nem por um segundo. O único gosto que Sirius realmente admirava era o dele mesmo. Ele não teve nenhum problema em dizer a Peter que seus sapatos plataforma não o tornavam visivelmente mais alto, ou insinuar que a obsessão de James pelas Harpias de Holyhead não tinha nada a ver com suas habilidades em campo, e tudo a ver com o fato de que o time era composto inteiramente por mulheres. Remus nunca foi imune a isso; desde suas calças muito curtas, até sua coleção de discos, Sirius nunca tinha falta de comentários provocantes. O gosto de Remus por poesia estaria sujeito a escrutínio como todo o resto.

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